domingo, 28 de fevereiro de 2010

Sem perder a ternura.

Ela costumava ser doce. Tão doce quanto fosse possível. Ela costumava chorar, chorar porque ser doce doía quando se era doce sozinha. Ela costumava ser sincera e ver sempre o lado bom.. Mas, ainda assim, estava sempre chorando. Ela cresceu. E continuou sendo doce. Tão doce quanto fosse possível. Continuou chorando porque ainda doía a solidão da doçura incompreendida. Ainda era sincera, mas com muito mais cautela e deixou de ver apenas o lado bom. E isso mudou o choro constante para o choro ocasional, e ela percebeu que demonstrar ser exatamente tudo que você é, às vezes não é tão bom quanto a teoria faz parecer.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Passagens.

Eu sou o tipo de garota que anda com uma escova e pasta de dente, porque às vezes a gente tem que escovar os dentes e às vezes a gente não mora em lugar nenhum.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Teenagers.

Deitados lado a lado os adolescentes anestesiados pela bebida descobriam coisas em comum:
- Minha mãe é legal, mas odeio meu pai. - Não falo com o meu há 2 anos. Expulsei ele de casa. - Por quê? - Porque ele fazia chantagem emocional com meu irmão, meu irmão é bebê e ele é um filho da puta. Minha mãe não fazia nada. - Foda.. Eu tive que crescer mais rápido, eu tive que ser o homenzinho da casa.
Não eram coisas pra se falar para alguém que você acabara de conhecer, justamente por isso não falavam pra pessoas que acabaram de conhecer. Se conheciam desde muito pequenos, ele era vizinho da sua amiga, ela sempre teve uma queda por ele, ele sempre fora apaixonado por sua amiga.
Eles tinham se beijado algumas vezes quando era permitido, mas agora não era mais. Agora os dois não podiam se encostar, mas estavam tão juntos, ela sentia a respiração dele e vice-versa.
Era gostoso ficarem ali deitados trocando confidências com toda a proibição acerco deles. Ela sempre teve uma queda por ele, ele estava sempre com alguém da turma que não era ela. Ela queria escutar Bowie e ele gostava de Bowie, além dos dois ninguém do grupo gostava: - Deixa aí, só um pouco.
Os protestos alheios fizeram eles deitarem mais longe e ficarem lá, eles só queriam ouvir Bowie e conversar, eles só queriam dançar. Não, não queriam mais, já tinham feito todo o tipo de contorcionismo, agora era a hora que a bebida te fazia ficar parado vendo tudo girar devagar e ocasionalmente solavancando seu estômago como se pulasse um degrau. Eles riam muito.
- Vocês estão aí sozinhos por quê? Venham pra cá.
- Ah, não, venham vocês. - Não, desce aí, gente. - Ah não..
O papo estava bom.
Ela gostava do jeito como ele sorria, ele gostava do jeito como a boca dela se movimentava. Ele admirava as idéias dela, ela tinha medo de algumas das dele. Eles estavam evidentemente atraídos, mas a proibição era tão forte. Ele ficava com a irmã dela, impossível qualquer envolvimento, certo? Ele já até havia dito que gostava da irmã dela, que estava apaixonado, embora não estivesse.
A irmã dela não dava a mínima, jurava não dar, dizia de boca cheia "Estou pouco me fodendo", mas se vendo assim ameaçada decidiu que era ele o homem da sua vida e fez de tudo pra sua irmã se afastar: "Eu só não admiti antes porque sou orgulhosa, sempre o amei". Ela era quatro anos mais nova e não amava ninguém, só queria ser a mais amada, a mais desejada e a mais querida, sua irmã mais velha sabia disso, sabia que garotas novas são assim, aliás, que garotas em geral tinham essa competição ridícula, grotesca, mas jamais esperaria isso da sua própria irmã, a irmã que ela sempre foi tão devota, sempre incentivou tanto, sempre foi tão amiga, ela não..
Mas, sim, ela sim. No final das contas ela era como as outras. Resolveu que ficaria com esse garoto e o garoto, por sua vez, ia ficando, ia se aproveitando. Talvez não fosse especial para ele como pareceu para ela aquele momento deles, talvez ele nem se lembre que o tiveram. Mas ela nunca ia esquecer da embriaguez, dos sorrisos inevitáveis, dos rostos juntos demais e das mãos que se tocavam com inocência e admiração.

Contou, chateada, a história boba pra uma amiga e ouviu o que sabia ser verdade, que por mais que ela quisesse, que por mais que ela tratasse assim, sua irmã não era diferente das outras meninas da idade dela, sua irmã não era mais especial que ninguém e não fazia por mal ou se fazia, não sabia que o mal era assim tão grande.

"Ela chegou primeiro, minha querida..", disse sua amiga com uma voz terna e ao mesmo tempo ligeiramente cômica, "O problema de ser retardatário é que não há nem como reivindicar..".

E ela tinha razão. O que a menina poderia fazer? Adolescentes.. Garotas..

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Too fool for school.

Ele tinha dezesseis anos e lia muitos livros, além de tocar mais de sete instrumentos e haver completado a filmografia de toda Nouvelle Vague, se vestia de maneira despojada e elegante ao mesmo tempo, mas dizia não estar nem aí pra isso. Tinha olhos de quem desaprova o que vê quando calado, mas se abria a boca eles se transformavam. Não usava pentear os cabelos ondulados, castanhos e brilhantes, deixava-os viver livre, dizia o menino. Andava pra cima e pra baixo com seu violão e algum livro erudito e sabia conversar sobre qualquer assunto. Não era unanimidade nunca: 50% das pessoas que o conheciam achavam-o um máximo e as outra 50% achavam-o só mais um garoto arrogante e desagradável. Isso porque ele jamais falava com alguém que não tivese ao menos visto um Truffaut e um Godard! Não gastava a saliva e inteligência dele com gente "desse tipo", se podia evitar, evitava ao máximo. Mas havia algo com que ele TINHA que gastar, inevitavelmente, sua saliva e inteligência e era tão contra quanto as "pessoas burras". A escola. O menino ia para a escola todos os dias blasfemando que aquilo era patético e não era pra ele. Não entrava nas aulas, ficava de fora lendo e tocando seu violão e dizendo pra todos que eles eram um bando de babacas por se submeterem àquele sistema falho e injusto. Continuou com essa postura durante anos, repetindo, claro, todos eles. Até que um dia conheceu uma garotinha (pra ele já 5 anos atrasado, era o que ela era) que gostava muito de ler, ver bons filmes, ouvir boa música e entrar nas aulas. Conversavam sempre nos intervalos de uma aula pra outra e na saída da escola. Ele gostava muito da garota, ela sempre tinha algo pra falar que ele ainda não sabia e ele idem, se admiravam e, além do quê, ela era tão bonita.. Por causa disso tomava sempre muito cuidado nas conversas, não queria afastá-la de jeito nenhum, sabia que tinham mais duzentas pessoas querendo ocupar seu posto de grande amigo e isso, não, isso não seria legal pra ele. Mas não se conformava que menina tão inteligente ficasse perdendo assim seu tempo e inteligência com questões tão menores, questões acadêmicas. Mas não tocava no assunto, nem ela falava sobre ele não entrar nas aulas. Um dia chegou as férias, no outro elas tinham acabado e em um terceiro ele não encontrava mais a garota em lugar nenhum. - Você sabe da Catarina? Perguntou ele pra uma menina que ele sabia que a conhecia há alguns anos. - Sei. - Cadê ela? Doente? - Não, saiu da escola. Não te contou? - Não. Mas por quê? - Porque estava cansada de gastar sua inteligência com questões acadêmicas, foi pra Holanda fazer teatro.

Sobre aqueles dias que se foram.

Eu queria e não queria fechar a porta.
Eu queria e não queria que ela voltasse.
Eu falava com ela e ela me consolava, eu falava com a outra e a consolava, eu chamava de linda porque era.
Tinham cores espalhadas na sua frente e ela estava feliz por ter voltado a produzir, tinham letras espalhadas na sua mente e ela só esperava o tempo certo pra agrupá-las, tinham filmes esperando ansiosos e o coração quase explodia sem saber o que fazer. Então ela falava e falava, falou o dia inteiro, mas pincelou aqui e ali, falou sobre coisas pertinentes.
"Estou muito orgulhosa de você" ela disse e ela pensou se não fazia parecer que era melhor do que era, embora realmente estivesse se esforçando.
Todo mundo estava namorando naqueles tempos, era estranho ver todo mundo assim, tão namorando, tão feliz. E era todo mundo.
E ela tinha medo de muito entusiasmo, tinha medo de não corresponder as grandes expectativas que de qualquer forma ela mostrou desde o primeiro momento que eram ilusórias.
Mas era medo de expectativas mesmo ou era outra coisa?
Talvez fosse o exagero, aquela coisa que ela sempre fez, aquela coisa que faz qualquer um se assustar mas em outros tempos ela acharia uma graça.
O que tinha mudado?
"Seu coração está trancado a sete chaves e você tem medo", sua mãe dizia e ela concordava.
"Em qual chave ele está?", ela havia perguntado. "Ainda está tateando o quarto escuro, talvez em breve pegue a sétima chave na mão". Mas e se ele parasse? E se ele deixasse de exageros? Era tão confuso as coisas acontecerem como ela tanto quis um dia, ela só inventava.
Por que você não pára de ouvir essa banda?
Por que você gosta tanto de glitter? Por que você não fez mais nenhuma camiseta? Você acha que é especial? Você me ama? Você ama mais a mim ou a ela? Você vai me esquecer? Como você espera viver o resto da vida? Como você se definiria pra eles?
Eram tantas questões, tantos sonhos que ela se atrapalhava na própria existência, a cabeça pesava, os ossos também e ela aceitava convites sem saber bem o porquê.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

So like a rose.

Eu as amo e amo tanto que só posso estar radiante. Elas vão viajar, passar muito tempo longe de mim, aprenderão tantas coisas, conhecerão tanta gente nova, tanta vida nova, outros sorrisos, outros humores, outros mundos. Voltarão tão melhores. Eu só posso estar MUITO feliz. Eu já sabia que ela tinha passado: - Dez minutos pra nossos destinos mudarem pra sempre. - Estou ansiosa. Estávamos em uma papelaria, elas queria ir embora, e eu hipnotizada por tudo não atendia ao chamado, elas me deixaram lá e se esconderam. Olhei o relógio: 14:04h. "Deveríamos estar sabendo se sim ou não há quatro minutos. Cadê aquelas malditinhas?" Encontrei-as dentro de uma loja de departamento: - Liga logo. Eu não sei porque estava tão ansiosa se já sabia a resposta. Ela tinha passado. O telefone tocava lento, criando uma falsa expectativa patética, sentia-me uma atriz. - Alô? Hmm.. Ai, ai.. Ela começara a chorar e foi esse o único momento que me senti cheia de esperanças (esperanças de que minha amiga, uma pessoa que eu amava, não tivesse conseguido algo que queria TANTO?), mas tão rápido quanto me veio se foi, lágrimas de alegria, claro, sua burra. Esperanças fugazes são piores que desolações definitivas. Ainda mais em situação assim.. "Eu passei, eu passei.." ela repetia emocionada, não sei concretamente o porquê, mas meu olhos se encheram com mais lágrimas que os dela e eu comecei a soluçar. As três no shopping, pessoas passando, eu queria dizer "Parabéns" e ao mesmo tempo queria detestá-la, ninguém sofre quando alguém que se detesta vai embora.. mas em que mundo seria possível detestar pessoa de olhos tão brilhantes e coração tão colorido? Queria arranjar culpados e culpei todo mundo, minha mãe pelo meu nascimento, a outra amiga por tê-la me apresentado, o chão por nunca ter engolido-me antes que minha Ursa fosse embora, antes que minha Ursa achasse outra Gata.. Nós duas estávamos no quarto dela, sozinhas em casa, eu falava da importância de não deixar-se podar: - Nós somos adolescentes e é maravilhoso que possamos agir como tal. Que dancemos e tenhamos gírias e apelidos imbecis, próprios de adolescentes, nós somos adolescentes, porra! E, veja, adolescentes falam palavrões, wow! Ela ria aquele sorriso que ia até os olhos, que evidenciava ainda mais a quantidade linda e absurda de cílios que aquela menininha possuía: - É, às vezes eu sinto falta de ser ridiculamente adolescente, sabe? De fazer isso que estamos fazendo ou colocar uma música boba e dançar simplesmente. Uma penteava o cabelo da outra alternadamente e eu sugeri que ela colocasse então qualquer música dançante e ela aderiu a sugestão, dançamos. Da maneira mais adolescente possível, caras e bocas, movimentos de Oompa-Loompas, jogadas patéticas de cabelos, por alguns minutos nos permitimos ser o que somos: Adolescentes. E foi maravilhoso. Ouvíamos Garbage e a música que vinha em sequência era "So Like a Rose", ela me mandou prestar atenção na letra. Ela é das poucas pessoas que eu olho bem fundo nos olhos, entendo toda a alma e não sinto medo nenhum, receio nenhum, entrar na alma dela é como entrar na minha própria, é quase natural e não dói, nossos olhos como sendo óbvio acesso a alma começaram a encher-se de lágrimas, então ela pegou minhas mãos, sentamos uma de frente pra outra e ela cantou pra minha existência: "The stars are out tonight (As Estrelas estão saindo essa noite) Only they can hear you breathing (Só elas podem te ouvir respirar) You're so like a rose (Você é como uma rosa) You're so like a rose (Você é como uma rosa) You're so like a rose (Você é como uma rosa) I wish you could stay here (Eu gostaria que você pudesse ficar aqui)" Eu queria gritar que EU ia ficar, eu ficaria pra sempre, eu sempre estaria alí, era ela quem estava indo embora, mas quando ela mesmo me deu, com muito cuidado, a notícia que nossa outra amiga estava indo morar um ano na Holanda dalí menos de um mês, quando ela me viu empalidecer só me pediu pra não sofrer assim na frente dela: "Já é tão duro nos deixar aqui sem que a gente mostre que vai ficar sangrando", parecia que já sabia que seria a próxima. Eu falei que as duas vão com menos de um mês de diferença? Meus portos-seguros, minhas maiores identificações, complementos. Momentos de filme com chuva, todas as bandas, todos os segredos, os medos, as filosofias, eram elas, só elas me entendiam inteiramente, com mágoas e eventuais arranhões eram só elas que estavam sempre ali, meus seguros colos. - Eu vou fazer minha festa de despedida dia 26. - Ah, eu estava pensando em fazer a minha dia 26, porque dia 27 vai ficar mais difícil.. - Podíamos fazer juntas, mas acho que ficaria muita gente, não íamos conseguir dividir as atenções e nem nos despedir. - Pois é.. Eu me sentia um lixo ouvindo aquela conversa das duas: - Eu não vou chamar vocês pra minha festa de despedida, vai ser dia 25, mas não chamo vocês não, vocês são toscas e eu que não chamo gente tosca pra festa minha. - Pra onde você vai? Perguntou confuso o namorado de uma delas: - Ela está brincando. Não consegue conviver com o fato que vamos fazer algo que ela não vai. Seria isso? Seria além da tristeza inveja? Não que eu soubesse, eu não deixaria minha amada São Paulo, não sem levar meu irmão, pelo menos e isso era impossível que eu pudesse carregá-lo pra qualquer lugar, além do mais tinham meus trabalhos, minha peça, a peça que eu estava desenvolvendo. O que ela quis dizer? Fui andando na frente magoada, além do quê o garoto que eu esperava ver não viria, a vida estava uma merda naquela merda de dia. Se eu fumasse teria acendido um cigarro.. Ainda no quarto dela eu tirei meu potinho de fazer bolhinhas de sabão da bolsa e fiz uma bem grande e bonita, disse: - Essa bolha é sua, guarda ela pra sempre. Ela segurou a bolha nas mãos com ternura e disse que guardaria: - Por que você está chorando? Eu vou voltar sempre. - Mas nunca vai ser a mesma coisa, são cinco anos.. Desabei. Você vai encontrar outra pessoa como eu e ela vai ter o mesmo sorriso e humor e vai ser esquisita e falar coisas que não farão sentido nenhum pra quem não conhecer o jeito dela, ela vai se fantasiar ao invés de usar roupa, vai gostar de teatro e ser obcecada por alguma banda freak, ela vai amar artes, todos os filmes que a gente ama, mas ela será ainda melhor, porque além de tudo ela gostará de Radiohead e vai ser tão mais engraçada.. Então você inconscientemente terá outra eu e isso é bom porque minha ausência não vai ser um fardo pra você, eu não quero que ela seja, eu quero que você seja sempre feliz, mas você vai me substituir e eu espero um dia chegar perto de ter alguém tão acolhedor e amável quanto você, eu duvido, mas espero muito, então nossas vidas.. - Pára de falar tudo isso, você não sabe o que eu sinto aqui dentro, você não tem idéia do quanto o que a gente tem é importante. Eu amo outras pessoas mas o que nós temos é único. Você chegou em um momento em que eu me sentia sozinha, excluída, incompreendida e de repente tudo que eu pensava você entendia, nós passamos infâncias iguais, embora sem sabermos da existência uma da outra, você fez minha vida fazer sentido de novo e fala como se uma mudança de cidade fosse apagar nossa amizade. Isso me magoa, Gato, isso realmente me magoa porque eu te amo muito.. Ficamos abraçadas por um tempo e pra cena não ficar dramática demais ela começou a dizer que meu cabelo era liso chato e eu comecei a atribuir poderes ao mesmo, porque na verdade ele realmente é mágico e tem poderes do tipo, se eu quero que ele fique curto e enrolado é só dar ordens mentais e ele até muda de cor e sai voando depois se cola de novo na cabeça e ele é um cabelo super especial, mas ela como uma boa menina de dezessete anos e mentalidade de cinco repetia "Liso chato, liso chato" e me mostrava a língua enquanto a gente parava de chorar.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Delírios e Tentativas.

Há quem fale e fale e não pare de falar e mesmo com a pessoa achando que explica tudo tão bem explicadinho você não entende nada, nenhuma palavra do que ela quis dizer, porque ela falou tanta coisa que você não sabe se ela falou a verdade ou estava só despejando informações praquele silêncio horrível não aparecer e quando essas pessoas falam que não gostam de você, você não entende nada porque por mais confuso que tenha sido a pessoa se esforçou tanto pra se manter em contato com a sua pessoa.
Há quem nunca fale nada e faça questão de ser extremamente monossilábico e distante, aí quando essas pessoas vem e dizem que gostam tanto e tanto de você, parece-te impossível de acreditar porque você espera que alguém que gosta de você não te ignore ou responda mal, quando responde.
E também tem as pessoas que estão sempre por perto de alguma forma, te cercando e querendo saber como você está, o que tem feito, por onde anda, muitas vezes elas não se dirigem a você pra receber notícias suas, mas você sempre acaba descobrindo que elas estiveram lá, querendo saber da sua saúde e existência, mas se você vai corresponder de alguma forma essas pessoas fazem questão de deixar claro que você as sufoca (e às vezes você só deu um bom dia, wtf?) e que é melhor você parar de persegui-la e ser obcecada.
Outras pessoas não te dão a mínima, não te convidam pra lugar nenhum, sempre estão com amigos melhores, mais engraçados e divertidos, nunca te perguntam como você está, não querem saber de você e nem sentem saudade, mas se por acaso um dos dois destrói a distância e o gelo a pessoa declara que sempre te amará e quando alguém random pergunta sobre pessoas que essa pessoa ama, mesmo podendo citar só 5 pessoas ela te coloca no meio e levanta uma bandeira de amor a sua pessoa.
As pessoas são tão confusas e diferentes que eu nunca mais consegui entender ninguém além das pessoas que se portam como a minha pessoa (que não é nenhum segundo menos confusa e complexa que essas que eu citei), antigamente eu dedicava tempo tentando me relacionar com os demais, mas era tão confuso e acabava por levar todo o azul do céu pra longe, então um dia eu ganhei um tapete mágico e chamei pouquíssimas pessoas pra voarem sobre ele comigo, pouquíssimas mesmo.. Engraçado é que duas delas em breve terão que pular de pára-quedas porque tem compromissos importantes em outros lugares, mas como quando terminarem tudo elas pegarão balões de gás-hélio e novamente me encontrarão no céu eu não posso jamais preencher essas vagas do meu tapete mágico. Sendo assim seguirei viagem um pouco sozinha por um tempo, mas não tem nada não, ainda me sobraram alguns companheiros que valem tantos diamantes quanto esses, então eu, meu cérebro e coração (que somos seres independentes), vamos sobreviver. Juro que vamos.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Doses de sonho.

Não vejo sentido nessa exaltação do pessimismo, nesse quase desejar que a vida seja uma bosta sem solução, nesse desamor e amargor constantes, como se ser frustrado pudesse ajudar.

Não gosto de viver em realidades paralelas, onde aquele menino incrível que eu sou apaixonada por também gosta de mim secretamente (ao invés de namorar escondido com seu amigo). Detesto esse otimismo desmedido onde TUDO fica bem no final, onde lágrimas não existem e todos temos unicórnios alados pra nos levar pra lá e pra cá, soltando purpurina e ondas de amor pelo ar.

Cansei dessa gente que só sabe ser rabugenta e levantar bandeiras tristes, cansei dessa coisa de solidão (que, como Cazuza aliás muito sabiamente observou "a solidão é pretensão de quem fica escondido fazendo fita"), cansei de só reclamar e não fazer.

Não, Ferdi, você não é a mais inteligente, a mais engraçada ou mais bonita, os problemas sociais todos não serão resolvidos com suas reivindicações e a probabilidade de ser dirigida pelo Godard (de novo, ? Já que, como todos sabem eu costumava ser a maior inspiração da vida daquele homem - e de tantos outros) é quase nula.

A vida é bonita e feia, doce e amarga, quente e fria. A vida é equilibrada e um dia você há de ser realista, embora.. sonhadores?

Estou me apaixonando. Só os corações muito bons podem ainda realmente sonhar, só os corações muito puros podem ter esperanças pra acreditar que um dia o mundo será perfeito e todas as pessoas serão felizes.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Quero te ver.

Quero ver você coerente. Quero ver você surrealista. Quero ver você procurando uma boa desculpa e sabendo que eu sei que é apenas uma desculpa. Quero ver você me amando. Quero te ver me fazer chorar. Quero ver você furioso. Quero que você saiba a hora de parar. Quero ver você reagindo. Quero que você me contradiga. Quero ver você me ridicularizando. Quero ver você tão magoado. Quero ver sua reação quando eu disser que beijei 5 pessoas diferentes no final de semana e só uma delas foi você. Quero te ver caindo bêbado. Quero ver você ouvindo Beatles. Quero te ver gostando de tudo que eu gosto, aprendendo mais que eu e me ensinando. Quero ver você me fazer mudar de idéia quanto seu péssimo gosto. Quero ver você babando por mim. Mas mesmo que não conseguisse nada disso, queria pelo menos uma vez ver você. Você agir como agiria se não estivesse sempre em busca da minha aprovação.

Extremos.

Nunca acreditei em santos, essa coisa de bondade incondicional nunca me convenceu.
Nunca acreditei em diabo também, não existe uma só pessoa que não se enterneça com um sorriso de criança e por não existir tal ser, ninguém pode ser de todo mal.
Nunca estive no breu total ou enxerguei o branco absoluto.
Nunca conheci alguém que nunca tenha ficado triste ou o oposto.
Não existe alguém que saiba tudo ou quem não saiba nada, falando nisso, outro dia me disseram que "Ele só respeita quem sabe mais que ele" e eu, brava, respondi "Então ele tinha por obrigação respeitar o mundo inteiro, porque todo o ser humano no mundo, por mais ignorante que seja, em algum aspecto da vida, sobre alguma coisa pequena, que seja, saberá mais que ele, burro ele por não saber disso".
Não acredito em padrões também, padrões são a maior expressão dos extremos:
"A mais bonita/A mais feia", "O mais esperto/O mais burro", "O mais legal/O mais chato".
Essas convenções me enchem de raiva, digo, em alguma parte da vida elas são úteis, são um norte, digamos assim, mas há quem viva por padrão, por extremo, por perfeição.. e isso é tão injusto.
Nem em gays e héteros eu acredito.
A vida, os sentimentos, a existência.. tudo é uma escala.
E nessa escala zero e cem são utopias, puros conceitos inalcançáveis, sempre sempre vai de um a noventa e nove, sendo um e noventa e nove também tão difíceis, nada é absoluto. Nunca.
Se nem o pessoal da química consegue achar o Kelvin zero, como podemos admitir extremos?
Outro dia conversando com o Gabriel, meu pequeno doce ermão de cinco anos, pra uma pesquisa do teatro eu perguntei:
- Bebê, fala uma coisa que você tem curiosidade, mas os adultos nunca te falam sobre.
Ele, reticente, depois de pensar uns 30 segundos me respondeu:
- Os adultos nunca me falaram sobre o maior número do mundo.
Eu ri e expliquei que não existia. Existe?
Não, sempre podemos adicionar um algarismo a mais e ao mesmo tempo negativar um algarismo.
Quer mais exato e definitivo que a matemática pra nos avisar?

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A carne pela carne me cansa e me dói.

A carne sem querer é triste e me dói. Eles me dizem pra dar chances, que não viverei um conto de fadas, que amor se contrói, eles dizem tantas coisas, eu os ouço e então não são eles que suportam essa sensação de se trair o resto do dia. "O que eu fiz?", me pergunto indignada quando não fiz nada demais, aos olhos dos demais, mas o demais não sentem o que eu sinto. Sem contar o sentir alheio, o não respeitar paixão não correspondida. Já é triste gostar e não ser gostado, pior é gostar, não ser gostado, pensar que está sendo e mais tarde descobrir que era tudo sobre conselhos recebidos de pessoas que acham que alguém pra ser feliz precisa namorar e depois casar. Que conceitos estranhos, não? Eu nunca me sinto infeliz por não estar nos braços de alguém, minhas pelúcias sempre me serviram muito bem.. Mas há toda uma sociedade além: Mãe, irmã, vizinha e cachorra torcendo para que eu "seja feliz" e o que eles todos sabem sobre minha felicidade? E que relação há "ser feliz" com "estar comprometida"? Que relação há? Se eu pudesse ao menos nunca quebrar juras que faço a mim mesma.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O sentido das coisas.

A menina que passara a noite com seu namorado e amigos acordou tão tarde que se assustou por ter compromissos, mas no final das contas não era tarde assim. Se olhou no espelho e sorriu, parecia que um caminhão havia passado sobre sua cabeça, mas ela estava feliz. Notou marcas em seu pescoço que não estavam ali um dia antes e pensou em beijar a boca do gênio ou gênia que inventou o panstick, sua personagem nunca poderia ter aquele tipo de marca, nem usar seus lenços.. Não fez esforço algum pra se ajeitar, subiu na balança e tinha o exato mesmo peso da manhã passada. Sentia um sono absurdo.. Lembrou da possibilidade de encontrar uma amiga querida e ligou o computador, sem muitas esperanças, já era tarde agora, mas ligou de qualquer forma. Foi checar suas páginas e lembrou do senhor olhos azuis, seu coração nem disparado estava, ele tremia quando ela viu "1 nova mensagem", clicou, era uma mensagem simples e sem assunto que dizia "Você nunca me mostrou seus peitos.. Eu achei que tivéssemos algo.". "Que porra é essa?" foi seu primeiro pensamento, "Do que diabos ele está falando?". Ela não sabia se ficava com ódio ou magoada, foi algo tão, tão patético, como ela havia sido ingênua, meu Deus, que ingenuidade mais ridícula. Como, depois de tantas provas da calhordisse humana, poderia ela ainda acreditar em estranhos que mudavam vidas e deixavam tudo mais belo? Quão ridícula! E nem podia se justificar com comédias românticas, nunca teve esse hábito ou cultivou esse tipo de esperança, pensou apenas que tivesse acontecido, que era uma garota de sorte. Ela não conseguiu chorar, ela ficou tão ofendida e confusa, será que ela conseguia gostar dele ainda? Se conseguisse se odiaria, mas se não, não responderia e respondeu "Então pra provar que tínhamos algo eu deveria mostrar meus seios na internet? Eu também pensei que tínhamos algo.. Eu gostei de você a ponto de quase mudar um intercâmbio da Holanda pra Inglaterra. Sério que você não quer mais falar comigo?" Por mais patético que fosse da parte dela, decidira não contar pra sua mãe ou amigos o que ele tinha feito, enquanto o fim não fosse definitivo e a esperança (que esperança?) não acabasse ela preferia não contar pra ninguém que ele já a tinha feito chorar.. mas acabou não conseguindo e contou pro seu melhor amigo que por sua vez, como sempre, a fez sentir menos patética e infeliz, finalmente tinha achado a esperança que talvez justificasse sua atitude, seu amigo disse que "Quem sabe não foi aquela garota que ele te apresentou, hein? Você não disse que ela falou que era namorada dele e ele disse que namorada dele só você?", ela se agarrou nessa possibilidade e foi dormir rezando pro mal entendido estar desfeito na manhã seguinte, rezando pra não ser tão imbecil quanto sentia que era. Acordou. Com a vista ainda embaçada correu pro computador e seu coração deu uma sacudidela novamente por conta da "1 nova mensagem", clicou perturbada e leu a confirmação do que no final das contas ela já sabia "Sem peitos, nada", "Então vá se foder! :)" respondeu já com lágrimas nos olhos.. Não era por ele que começaria a chorar, não era por sua ingenuidade, não era por ter sido imatura ou precipitada, choraria pela certeza de que jamais confiaria em outra pessoa de novo, era a certeza de que seu ceticismo nunca foi em vão, era a mais absoluta renuncia ao amor, renuncia essa que deixava só a parte.. vital? Ela não deixaria seu namorado, mas perdeu as esperanças de se apaixonar por ele um dia, ela não deixaria de ficar com outras pessoas ou assexuaria, como ameaçou tantas vezes, apenas sabia que seu coração capaz de amar alguém além da amizade, da fraternidade, tinha acabado de se destruir pra todo o sempre. Tinha 18 anos e nenhuma esperança. Lembrou que no dia que se notou apaixonada visitando um blog leu uma citação da Audrey Hepburn dizendo que nada era impossível. Se ao menos ela não tivesse lido ou fosse sensata uma vez na vida..

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Senhor olhos azuis.

Dias antes ela tinha escutado "Se você tiver um sonho, positive-o em você e nunca conte pra ninguém, por mais que a intenção dos outros seja boa, a opinião deles quanto seu sonho também contará para o universo e ela pode não ser sempre positiva, então guarde-a pra você", o engraçado é que ouviu isso sobre um assunto profissional, mas só agora parecia fazer pleno sentido. Ela era tão cheia de amigos e estava tão absurdamente empolgada e apaixonada, ele mal tinha aparecido e todo mundo já sabia, era vez de contar pra sua mãe. Começou aos poucos: - Você viu que eu estava falando com um garoto em inglês ontem a noite, ? - Vi. Quem era? A menina contou detalhes sobre a perfeição que ela via nele e a mãe, desacreditando, tentou fazer a menina voltar a realidade e ficou brava pelo namorado da garota: - Você deve ser muito doente, quando te aparece um garoto como esse você inventa um amor impossível só pra fugir, qual o seu problema? - Eu não estou fugindo, não terminei, só estou dizendo que eu nunca senti isso ou cheguei perto de sentir em relação a isso, mas com o inglês é como se, sabe? Não é você que acredita em amor a primeira vista? - Pelamor de Deus, menina, que vista? Você nunca nem viu ele. - Mas a relação é a mesma de quando você trocou olhares com meu pai, você não conhecia, era só uma imagem que acarretou reações químicas cerebrais e dez anos depois vocês casaram, por favor, não torça contra.. Eu realmente gosto dele. - Você fala com ele há dias, não é meio precipitado? - Não sei, mas é o que eu sinto e eu queria que você ficasse feliz por mim. Nesse momento ela começou a chorar com medo, porque já havia contado pra tanta gente e aquilo que tinha ouvido fez um sentido absurdamente pesado. - Estou feliz, só toma cuidado e pára de chorar. Chame-o pra vir conhecer o Brasil, diz que ele pode ficar hospedado em nossa casa o tempo que quiser. - Falarei. - E você terminando o inglês vai pra lá fazer intercâmbio. - Ai, mãe, obrigada, sério.. Ela passou o dia com olhos brilhantes e um sorriso bobo na face, ouvindo música doce e lembrando do sotaque, do olhar, da foto que ele tirou do computador quando ela sorriu "Agora tenho uma foto sua", ele havia dito, disse também, um pouco bêbado, que eles se casariam e que todos os amigos dele sabiam que agora ela era sua namorada, ela ria tanto, além de tudo era engraçado, o garoto. - Ele tem um olhar de quem sabe das coisas, sabe, mãe? - Um menino de 18 anos? - Pra você ver.. Chegou em casa mais tarde do que gostaria, por bons motivos, mas ainda assim com medo de não encontrá-lo, precisava e queria falar com ele, correu e penteou os cabelos enquanto o computador ligava, se olhou com carinho "Você é uma babaca", sorriu e correu pra frente do computador. Ele não estava lá mas ela não estranhou "É, ontem não marcamos nada e, sinceramente, sábado a noite eu realmente espero que ele esteja se divertindo e não na frente do computador", pensou alto. Foi checar seu perfil e algo estava estranho.. ele não era mais seu amigo, adicionou-o de novo com a seguinte mensagem: "Why we're not friends here anymore?". O telefone tocou, era seu namorado: - Oi. - Oi. Você está bem? - Não e você? Respondeu ela com a voz trêmula. - Nossa, algo sério aconteceu? - Sim, mas não é nada, já me recupero. - Tem certeza que não quer me falar? - Tenho. - Mas é sobre o quê? - Um amigo meu.. enfim.. - Bem, ok se você não quiser falar sobre. - Não quero. - Mas então.. vamos sair ou você está chateada? - Estou chateada, mas não quer vir em casa ver filme? - Tem certeza que não prefere sair? - Bem, vem pra cá e depois a gente vê, ok? - Ok, então até mais tarde. - Até. E só depois de desligar o telefone conseguiu chorar e contar pro seu melhor amigo o que tinha acontecido, que disse "Foi um erro bizarro e agora ele deve estar dizendo 'OMG! OMG! What have I done?' e sem contar que olha o que eu acabo de ler: "Hoje, eu e meu ex resolvemos ter um flash back e fomos ao motel. No auge, ele que é gordinho, passa por cima de mim gritando: "Olha o rolo compressor", quando eu consegui me recuperar teve "A volta do rolo compressor". ..sua história não é pior que essa", depois de rir e agradecer a si mesma por ter puxado assunto com aquele garoto aleatório há quase um ano que agora conseguia fazê-la alegre mesmo em situações assim, colocou "A Marchinha Psicótica de Dr. Soup" pra tocar e foi se arrumar pra encontrar o namorado, com o coração doendo tanto que ela nem conseguia sentir.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Dia de gênios que amo.

Eu sei que ontem dise que hoje voltaria com a programação normal, mas.. É que hoje é aniversário do Cacá e do Dimi, que são das pessoas do mundo que eu mais amo. Então eu queria dizer que estou muito feliz e que desejo que eles tenham sonhos e esperanças grandiosas pra sempre e agradecer muito por eles me mudarem sempre pra muito pra melhor. Além de expressar minha alegria por ir ver o Dimi (terá festa) daqui algumas horas depois de até perdi a noção de quanto tempo sem receber aquele melhor abraço do mundo. Enfim.. amanhã juro que volto com a programação normal. ps.: Desculpem por não estar visitando com a mesma frequência o blog de vocês, estou meio sem tempo, mas lerei tudo, prometo. ps².: MUITO obrigada pra quem leu o texto do Satyros e me parabenizou, fico infinitamente bright eyes com as palavras de vocês, vocês são muito queridos, mesmo.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Das conquistas.

Interrompemos nossa programação normal para anunciar que a dona deste recinto passou num teste-sonho e no momento é uma das criaturas mais alegre do universo. Se você é paulista já ouviu falar do Satyros, não? Enfim.. não quero ser orgulhosa nem nada, mas eu jamais acreditei em mim, ainda mais depois de saber que seriam escolhidos apenas três atores e hoje o adorabilíssimo Robson me liga e diz "Parabéns, você foi uma das escolhidas" e então eu só aguardo um ok pra fazer uma peça infanto juvenil produção conjunta com um cara que considero um gênio (além de uma puta pessoa maravilhosa) e mais dois atores que serão no mínimo incríveis e um assistente de direção (o Robson no caso) que é uma coisa absurdamente querida e talvez nos apresentemos em CEUs e.. enfim.. Amanhã posto mais uma parte do romance (ou não) entre a paulista e o inglês, mas agora preciso dormir porque meu dia foi absurdamente cheio de lágrimas.. de alegria.