domingo, 27 de novembro de 2011

Ainda e sempre.

Kevin Barnes definindo as coisas pra mim:
Lisa who reminds me of a blueberry is artistic, beautiful, and friendly I wish that to pass her on the street was more common because I don't know her telephone number or her address though I guess that I could just go look it up since I do know her last name it's blueberry blueberry blueberry or at least that's what it should be 'cause that's what she seems like to me a gentle yet passionate blueberry
we were petting seals at the underground zoo the one you act just like down the fireman's pole to get to and fight drunken pirates with painted cardboard swords
just you and I and I sing to you I know you're a really cool person 'cause you're nice to everyone you meet monkey love I wish I were your monkey love
Lisa who reminds me of a blueberry is intelligent, sensitive and funny I wish that to kiss her on the lips was more welcome because when she's near I long to invade her personal space though as of yet I'm still moping around on the ground that surround the heart of mademoiselle blueberry blueberry blueberry
Não há nenhum vídeo disponível no youtube, sabem comé. Mas fica aí o desabafo por outros.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sobre escritórios e jabuticabeiras.

Acho uma merda que as pessoas realmente acreditem que a única opção da vida é crescer, fazer uma faculdade e "se estabilizar".
Dia desses eu vi a seguinte tirinha:
(via esse blog)
No que minha tia deu um sorriso cansado e eu perguntei se ela não achava essa vida uma merda, a resposta foi "é só olhar pra minha cara", tudo em minúscula mesmo, porque não havia nenhum começo ali.
Agora a questão que fica é: Será que essa é a nossa única opção mesmo?
Ontem eu fui acusada (acusada sim, sem drama nem nada do tipo, mas sinto como acusação) de querer me "estabilizar".
A grande questão é que em dadas épocas da vida eu me conformo que é isso aí mesmo, que em dado momento terei uma cozinha com utensílios tecnológicos, churrasqueira e espaço gourmet. Acho deprimente alguém almejar um espaço gourmet. Me conformo por vezes, confesso, mas por puro conformismo (conforme o conformar), puro medo, pura apatia, sem nenhuma vontade.
Tudo bem você ter dentro de você esse espírito burgues que almeja uma vida tranqüila de escritório, tudo bem querer colocar teus filhos no Arqui Diocesano, tudo bem se você é assim, mas eu não sou. Não sou e não quero me conformar em querer coisas que eu não quero só porque esperam que eu queira.
Eu não quero vida de escritório, não quero ter um Ford Fusion e almejar uma Mercedes Benz, não quero usar vestidos da Collins e almejar Dolce & Gabbana, não quero receber meus amigos da aula de pintura com tinta a óleo e preparar um salmãozinho com molho de maracujá (ou hortelã, notem), não quero ser essa pessoa que passa a maior parte da vida fazendo alguma coisa chata e mecânica para ganhar um salário e gastar com coisas que além de não querer ela não precisa. Não quero casar de branco nem passar a lua de mel (sério isso, galera?) em Paris, Veneza ou qualquer lugar LINDÍSSIMO desses que a gente TEM que conhecer.
Eu quero acordar hoje e não ter certeza de onde estarei ou o que exatamente estarei fazendo ano que vem, eu quero conhecer lugares que ninguém quer, eu quero ver todo pôr-do-sol possível, quero ter um suco gelado, um violino, que ele tenha um violão, que a gente toque música ruim por diversão e use roupas horríveis, eu quero um alto padrão de vida, com dormir na rede e cabelo bagunçado, eu quero rir de verdade e comer jabuticaba do pé, não é uma questão de ser hippie, suja, fumar maconha ou coisa que o valha, eu não quero nada disso, só não quero viver minha vida sabendo que eu fui exatamente quem a sociedade demandou que eu fosse e me sentir uma merda porque não conheço nada, sei falar maleporcamente duas línguas, vivi a vida inteira na mesma cidade, passei a maior parte do tempo entediada e nunca fiz nada de realmente autentico, que EU realmente tivesse vontade.
Lembro que com quinze anos fiz esse tratado com minhas melhores amigas na ocasião, assim que nos formássemos no ensino médio compraríamos uma Kombi e viveríamos como Saltimbancas por aí, tocando violão e passando o chapéu, interpretando peças escritas por nós, teatro de rua, malabarismos e mágica, esse era o trato. Mantenho esse trato comigo mesma e me vou, me vou sempre, juro para mim que dia desses eu fujo, sem celular, sem computador, sem emprego e sem dinheiro. E quem quiser me acompanhar, que o faça se tiver espírito livre, que o faça se quiser passar a vida vivendo.
E fica o desabafo mal escrito, mal formulado, mas que por diversas vezes me aperta o coração. lml