Quem sou eu?
O que que eu sou?
Quando eu tinha 18 anos comecei a fazer uns vídeos pra internet, aí descobri que podia ser profissão, estava triste com as perspectivas do teatro, resolvi tentar.
Fiquei tentando pelos últimos 15 anos.
Tentei, tentei, tentei...
Mas não existe ser bem sucedido num mundo tecnofascista, a qualquer instante o trabalho que você passou anos construindo pode simplesmente desaparecer.
Não adianta a justiça estar do seu lado. Eles sempre vencem.
E tem sempre essa dica ou essa artimanha pra fazer seu vídeo ter mais visualizações, você tem que encontrar um nicho, você tem que usar ganchos virais e você tem que isso e aquilo e seguir sei lá quem e fazer o tal hack. E nada disso é criativo, são formulas. É como se você tivesse virado alguém que faz vídeos porque você amava fazer vídeos, se comunicar e descobrir pessoas que te entendiam, mesmo quando discordavam e de repente você tá tentando resolver uma fria equação matemática.
De repente seu trabalho se torna aprender como ludibriar o cérebro cansado de alguém que já viu outros 150 vídeos hoje a se interessar pelo seu vídeo. E ver inteiro. E salvar. E mandar pro amigo.
Exaustivo. Corporativo. Chato e patético.
Não me candidatei pra isso.
Eu queria era criar, falar e poder ter meus 180 interesses diferentes expostos.
Eu não quero escolher um nicho, um formato ou fazer sentido. Eu quero comunicar.
Eu trabalho com arte, não com mídias sociais, meu trabalho é criar conexões, não vender um produto.
Eu não sou um produto. Sou um humano, uma vida cheia de multitudes e complexidades.
Um ser multifacetado.
Pra poder não ter que me sustentar atrevés de criar uma brand pessoal comecei a trabalhar com a coisa que o público mais me pediu ao longo da minha vida: exposição da minha beleza.
E eu não preciso fazer muito pra ser bem sucedida nisso, até pessoas que não fazem ideia que eu trabalho com isso me fazem propostas e esse trabalho maravilhoso me deu a oportunidade de parar de tentar.
Perdi um monte de gente no processo, mas me encontrei.
E graças a esse emprego lindo e que eu amo, eu não vou mais tentar.
Não vou mais pedir pra curtir.
Usar gancho, usar palavras chaves ou qualquer ferramenta de marketing digital.
Eu não quero, eu não gosto e não me faz bem.
Meus vídeos eu faço porque eu amo, porque é mágico poder fazer amizade com alguém que mora do outro lado do mundo, porque eu quero mostrar minha arte e dividir meus insights.
Eu não sou e nem quero ser influencer, eu sou pessoa.
Humana em busca de conexão, de amizades e de novas ideias.
De entender e ser entendida, de expressar.
Pra mim chega, chega de tentar.
Já consegui.