domingo, 2 de agosto de 2009
Madalane.
"Mas se lê 'leine', como Penny Lane".
Ela não tinha amigos legais, não mesmo.
Todos a achavam extremamente meiga, inteligente e especial.
Ela adorava ser especial até perceber o que aquilo realmente queria dizer.
Gente especial não se diverte.
Gente especial não mente, não trai, não faz escândalo, nunca é mau..
No sex, drugs or rock'n'roll pra gente especial.
Ela tinha um amigo "legal", mas ele não saia com ela, ela era muito especial.
Madalane está de saco cheio de ser especial.
E vai deixar de ser, mesmo que tenha que fazer isso sozinha..
Ou pelo menos foi o que ela pensou naquele segundo desesperado do sábado a noite onde nada fazia sentido.
Onde a solidão ia consumindo-a como um câncer.. lenta e dolorosa.
Então ela pensou em toda a sua vida, em como foi doloroso e feliz ter se tornado o que se tornou, poder dizer de si mesma: "Sou especial".
Não com arrogância ou coisa equivalente, só reconhecendo sua condição de pessoa diferente.
Valia a pena virar uma pessoa fútil e vazia pra ter amigos de fachada?
Valia a pena fazer parte daquela massa de pessoas que pensam pensar e se alienam nos seus mundinhos de pretensos pensadores?
Valia a pena fingir uma alegria que não participava de si porque a moda era essa?
Não, não pra Madalane. Desistiu.
Disse pra si mesma:
"Prefiro esperar.
E um dia conhecer alguém realmente legal, como na verdade eu já conheço, um bocado de pessoas realmente geniais mas que ou não moram por aqui ou não têm tempo pra mim, mas um dia terão, ou virão, prefiro esperar.
Esperarei frequentando o cinema sozinha, o teatro, lendo meus livros, minhas músicas, fazendo dos personagens meus melhores amigos, como sempre foi.
Esperarei nos meus cursos nerds que sempre me acrescentam muito, batendo records em jogos de conhecimentos, estudando e decorando textos, tendo planos e chorando pelo menos uma vez por semana.. por estar sempre a esperar algo que não sei se chegará.
Mas se vier, valerá cada lágrima.
E eu tenho esperança.
E vem".
Depois disso foi dormir chorando, sonhou com uma festa onde todos jogavam coisas divertidas: jogos de tabuleiro, jogos teatrais, jogos de raciocínio, de palavras, mímicas.
Riam, estavam sóbrios, realmente se amavam, não existiam máscaras, não existiam competições extra-jogos, ninguém se importava com o modelito alheio, ninguém precisava pedir atenção.
Os quitutes tinham sido feitos pelos convidados, cada um trouxe algo que gostava muito e que fez com as próprias mãos, isso demonstrava carinho.
A festa dos sonhos dela.
Quando acordou estava no meio da festa, alguém havia pulado em cima dela, abraçando-a, estavam sentindo falta dela na mesa do Imagem & Ação..
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
Eu continuo lendo seu blog, Ferdi. E continuo amando cada texto. E infelizmente continuo sem saber o que comentar aqui sobre eles. Para mim seus textos bastam por si só.
Que bom minha linda Estelady, fico sempre feliz com seus eventuais comentários e mais quando sei que você independente de comentar está lendo.
Obrigads MESMO <3
:*
Imagem e Ação *---*
Acredita que eu ainda passo noites jogando WAR com meus amigos ? :O
Te chamo na próxima =D
Brincadeirinha...
Adorei, encontro muita sinceridade nos seus textos, você usa experiências pessoais para compô-los?
=***
Imagem & Ação é o meu predilets ever *-*"
Eu nunca ganhei no War NUNCA NUNCA NUNCA e eu já joguei muito e ;~
Sinceridade?
Sim, procuro ser o máximo.
Quanto a usar experiências reais, prefiro que fique o mistério, HAHAHAHA
:*
Muito bonito e real, eu adorei.
Incrível seus textos. Me identifico muito. Vou vir aqui mais vezes. Parei aqui porque estava pesquisando sobre psicose... ahahahaha por isso comentei no outro texto, foi nele que eu cheguei.
Beijos! =D
Postar um comentário