segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sobre aqueles dias que se foram.

Eu queria e não queria fechar a porta.
Eu queria e não queria que ela voltasse.
Eu falava com ela e ela me consolava, eu falava com a outra e a consolava, eu chamava de linda porque era.
Tinham cores espalhadas na sua frente e ela estava feliz por ter voltado a produzir, tinham letras espalhadas na sua mente e ela só esperava o tempo certo pra agrupá-las, tinham filmes esperando ansiosos e o coração quase explodia sem saber o que fazer. Então ela falava e falava, falou o dia inteiro, mas pincelou aqui e ali, falou sobre coisas pertinentes.
"Estou muito orgulhosa de você" ela disse e ela pensou se não fazia parecer que era melhor do que era, embora realmente estivesse se esforçando.
Todo mundo estava namorando naqueles tempos, era estranho ver todo mundo assim, tão namorando, tão feliz. E era todo mundo.
E ela tinha medo de muito entusiasmo, tinha medo de não corresponder as grandes expectativas que de qualquer forma ela mostrou desde o primeiro momento que eram ilusórias.
Mas era medo de expectativas mesmo ou era outra coisa?
Talvez fosse o exagero, aquela coisa que ela sempre fez, aquela coisa que faz qualquer um se assustar mas em outros tempos ela acharia uma graça.
O que tinha mudado?
"Seu coração está trancado a sete chaves e você tem medo", sua mãe dizia e ela concordava.
"Em qual chave ele está?", ela havia perguntado. "Ainda está tateando o quarto escuro, talvez em breve pegue a sétima chave na mão". Mas e se ele parasse? E se ele deixasse de exageros? Era tão confuso as coisas acontecerem como ela tanto quis um dia, ela só inventava.
Por que você não pára de ouvir essa banda?
Por que você gosta tanto de glitter? Por que você não fez mais nenhuma camiseta? Você acha que é especial? Você me ama? Você ama mais a mim ou a ela? Você vai me esquecer? Como você espera viver o resto da vida? Como você se definiria pra eles?
Eram tantas questões, tantos sonhos que ela se atrapalhava na própria existência, a cabeça pesava, os ossos também e ela aceitava convites sem saber bem o porquê.

4 comentários:

Tiburciana disse...

Ela uma pessoa normal com duvidas e certezas
bjão Ferdi

Rafael Sperling disse...

Acho que o problema é ser mulher. Mulheres são seres... confusos.
:P
bjs

Unknown disse...

Eu não sei se o que você escreve são contos inventados ou se são coisas que acontecem com você e você resolve contar como se sente. Eu creio ser a segunda opção, e acredito também que você tem vivido dias muito estranhos, e que momentos mais estranhos ainda estão por vir.. Mas depois passa. Sorte!

Celso Andrade disse...

MUITO BOM, PARABÉNS PELAS BELAS PARAVRAS

ABRAÇO!