segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A lua ficou o dia inteiro.

Quarta-feira: acordou em lugar estranho e mesmo assim tomou leite com Sucrilhos.
- Hoje a lua ficou no céu o dia inteiro e isso precisa significar alguma coisa muito boa.
Sábado:
- O que você está fazendo?
- Sofrendo.
- Sofre comigo?
E entre provar pra si e pro resto do mundo, andou de cabeça baixa, tentou olhar ao redor, torceu o pé e entrou no carro.
Dirigia olhando pro lado, olhar correspondido e meio surpreso de quem espera ser tocado e sabe que olhar é toque.
Segunda e eu sei que você está ai.
Terça e onde ele está?
Quarta e espero que volte logo ou não volte nunca.
Quinta e eu espero o mês inteiro por uma bola, dois controles e esse cachorro babão e cheio de camomila que pula em mim e me faz sentir amada.
Amarga.
Bem sabia o que queria mais a culpa era forte demais.
Porque ela sentia que tinha uma obrigação, ela não ia gostar se tivessem feito isso com ela.
E não conseguia deixar de sentir, nesse coração tão pálido, um rosto tão bonito e um olhar tão sincero e simpático e tão distante daquele que minava suas energias.
E a culpa da confusão é claro que era do rosto tão branco, tão calmo e macio, a culpa era da pequenez e do sorriso tranquilo que exibia como se tudo estivesse certo e não houvesse medo de se machucar, porque embora nada estivesse de fato acontecendo, a vida passa no cérebro de quem tem.
Passou no meu.

3 comentários:

R. Barroso disse...

Você sempre sabe o que escrever e da melhor maneira.

Anônimo disse...

Expor a si mesma sem mostrar nada..., talvez seja o que vejo. Gostoso tentar descifrar entrelinhas das tuas palavras, Ferdi.
beijos. deu vontade de te ler novamente.

Vinicius disse...

Eu queria provar algo novo, às vezes a ausência é a essência do que precisa ser provado.