Antes do último texto, eu fiquei 7 anos sem postar nesse blog.
Tenho ele desde os 12 anos, mas aparentemente aos 17 eu surtei e "guardei" todos os meus textos no orkut, em uma comunidade secreta, que só eu tinha acesso.
Orkut esse que posteriormente foi deletado, me deixando sem acesso a nenhum dos meus antigos textos.
Talvez seja pro melhor, porque segundo eu mesma de 17 anos, há 15 anos atrás, todos os meus textos eram extremamente tristes e depressivos.
O que me fez ter ainda mais vontade de lê-los. Paciência.
Ou não, já que acabei de ler alguns textos de quando eu tinha 17 anos e a vergonha que eu estou sentindo nesse momento é avassaladora. Avassaladora.
Talvez não saber algumas coisas seja melhor.
Talvez esses 7 anos desde a última vez que eu tinha postado aqui realmente vão ficar melhor no esquecimento. Quietinhos lá na deles.
Talvez eu realmente não tivesse nada pra dizer. Por 7 anos.
Ser um adulto é esquisito. Ser jovem era mais, mas não deixa de ser.
Acabei de ler um texto em que eu idolizava uma pessoa que foi muito ruim pra mim. Abusivo, manipulador e cruel, desde que eu nasci.
Negação é um mecanismo de defesa poderosíssimo por um lado e tão inútil, mais que inútil, prejudicial.
Meu estomago está revirado de ter lido o texto. Agora eu li outro e outro.
Eu chamava essa pessoa de "espaço-herói". Herói. Uma das pessoas mais cruéis que já cruzou meu caminho. Ressentido e mau.
Negação...
Li um outro em que eu falava sobre como meu melhor amigo não era mais meu melhor amigo e infelizmente isso não mudou. A mesma sensação de ser dispensável. Tonta.
Será que a amizade tava só na minha cabeça? Vai saber, faz tanto tempo...
Tanto tempo...
Eu escrevia muito sobre meus amigos.
Esses dias perguntaram pro meu irmão se como eu era quando mais nova e ele respondeu "Na verdade essa daí era maior rueira". Eu era mesmo.
Nunca estava em casa, sempre passeando com algum amigo.
Hoje em dia pelo contrário, sempre em casa, mal tenho amigos.
É esquisito porque não aconteceu nada dramático, eu só fui me entendendo melhor.
E melhor... e melhor...
Quando eu era mais jovem eu sentia que eu tinha que ser sociável. Que eu precisava ser normal.
Eu performava o tempo inteiro esse papel de alguém que eu acreditava que merecia ser amado e ter amigos. Aparentemente era da performance mesmo que eles gostavam.
Nesses textos tinham alguns comentários dessa pessoa que eu gostava muito e das últimas 10 vezes que tentei me reaproximar fui ignorada. Não era de mim que a pessoa gostava, era da minha persona.
Isso poderia me deixar triste, mas é libertador entender que eu não perdi ninguém, eu só nunca tive mesmo. Nenhma dessas pessoas estavam interessadas no meu coração, elas gostavam da performance.
E eu cansei de performar.
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