segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Too fool for school.
Ele tinha dezesseis anos e lia muitos livros, além de tocar mais de sete instrumentos e haver completado a filmografia de toda Nouvelle Vague, se vestia de maneira despojada e elegante ao mesmo tempo, mas dizia não estar nem aí pra isso.
Tinha olhos de quem desaprova o que vê quando calado, mas se abria a boca eles se transformavam.
Não usava pentear os cabelos ondulados, castanhos e brilhantes, deixava-os viver livre, dizia o menino.
Andava pra cima e pra baixo com seu violão e algum livro erudito e sabia conversar sobre qualquer assunto.
Não era unanimidade nunca: 50% das pessoas que o conheciam achavam-o um máximo e as outra 50% achavam-o só mais um garoto arrogante e desagradável.
Isso porque ele jamais falava com alguém que não tivese ao menos visto um Truffaut e um Godard!
Não gastava a saliva e inteligência dele com gente "desse tipo", se podia evitar, evitava ao máximo.
Mas havia algo com que ele TINHA que gastar, inevitavelmente, sua saliva e inteligência e era tão contra quanto as "pessoas burras". A escola.
O menino ia para a escola todos os dias blasfemando que aquilo era patético e não era pra ele. Não entrava nas aulas, ficava de fora lendo e tocando seu violão e dizendo pra todos que eles eram um bando de babacas por se submeterem àquele sistema falho e injusto.
Continuou com essa postura durante anos, repetindo, claro, todos eles.
Até que um dia conheceu uma garotinha (pra ele já 5 anos atrasado, era o que ela era) que gostava muito de ler, ver bons filmes, ouvir boa música e entrar nas aulas.
Conversavam sempre nos intervalos de uma aula pra outra e na saída da escola.
Ele gostava muito da garota, ela sempre tinha algo pra falar que ele ainda não sabia e ele idem, se admiravam e, além do quê, ela era tão bonita..
Por causa disso tomava sempre muito cuidado nas conversas, não queria afastá-la de jeito nenhum, sabia que tinham mais duzentas pessoas querendo ocupar seu posto de grande amigo e isso, não, isso não seria legal pra ele.
Mas não se conformava que menina tão inteligente ficasse perdendo assim seu tempo e inteligência com questões tão menores, questões acadêmicas. Mas não tocava no assunto, nem ela falava sobre ele não entrar nas aulas.
Um dia chegou as férias, no outro elas tinham acabado e em um terceiro ele não encontrava mais a garota em lugar nenhum.
- Você sabe da Catarina? Perguntou ele pra uma menina que ele sabia que a conhecia há alguns anos.
- Sei.
- Cadê ela? Doente?
- Não, saiu da escola. Não te contou?
- Não. Mas por quê?
- Porque estava cansada de gastar sua inteligência com questões acadêmicas, foi pra Holanda fazer teatro.
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12 comentários:
que bom teu jeito de escrever, gosto daqui.
Maurizio
muito bacana...
Todos tem seus momentos de catarina, ainda que alguns o sufoquem, rsrs
bons dias
Notei uma certa semelhança, por favor não vá para Holanda.
adorei *-*
auhau adorei ele.
Oi Flor!
Simplesmente lindo seu blog!!!
Adorei!
Parabéns!!
beijocas
Nossa.. demais.
É verídica em relação a quem vai pra Holanda?!
pow vou ajeitar isso do meu blog viu ta com esses problemas mesmo mas vou dar uma ajeitada agora
^^
obrigada por ter passado nele XD
é eu sou meio doida nem liga viu hsaahussuh
boa noite
às vezes é necessário tocar em certos assuntos, deixar o medo de lado, pois quem sabe assim evitar que uma 'holanda' leve para longe algo/alguém que te faça bem.!
beijas beijas fe :*
"sentir do que teria se o assunto fosse você"
????
ufa! hahaha
senão o povo ia achar que o texto é pra vc e vc ficou puta e me respondeu rs
mulheres... sempre tomando atitudes antes dos homens. normal.
quanto ao meu texto que quer dedicar a um amigo, fique à vontade :)
beijo!
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