Caia na toca e comigo todos os meus pudores.
Todas as esquisitices que passavam diante dos meus olhos não me causavam estranheza, só me mostravam o quão obsoleta era.
Eram tantas formas, tons, combinações e até sabores que eu nunca sonhara em sonhar que me senti envergonhada.
Nunca tinha eu pensado, por exemplo, que uma abóbora de duas cabeças pudesse se sentir infeliz por não conseguir ir com seus amigos pescar no banheiro secreto e dourado.
Nunca também tinha imaginado que sofriam os livros banguelos por não mais ouvir, ver ou sentir a harpa descabelada chorando.
Quando o vento - ou terá sido a música diagonal? - arrancou com violência meu vestido, não me importei.
É que cair na toca não me deixava preocupar com tamanhas banalidades.
Aquelas criaturinhas sabiam também que da vida nada eu sabia e é por isso que iam me olhando tão divertidas.
Caindo na toca tudo pareceu já tão diferente que eu - e toda minha limitação - não podia imaginar que cair na toca não era nem a metade do meu começo..
12 comentários:
Acho que caí numa toca... mas na minha tmem criaturas que amedrontam :/
saudades daqui...
tô com problemas na net tá?!!
beeijos
esse desenho me lembrou alice no pais das maravilhas. :]
eu realmente queria uma toca assim pra cair, pelo menos por um tempo.
primeira vez que passo aqui.
adorei :]
beeijos
http://herecomesthesunyeah.blogspot.com/
Gostei bastante do seu conto
Lembrei dos livros do próprio Carroll enquanto lia
Parabéns, Ferdi ;-
Ae Ferdi o/
Parabéns pelo conto, pegou bem a temática do blog. Parabéns!
Que viagem, menina.
Harpas descabeladas chorando são legais.
bjs
Acho que eu e você, discretamente esquizofrênicas temos uma séria síndrome de alice. Quer ser minha amiga? Um beijo.
omg, você escreve muito bem, parabens, ja acompanhava seus vlogs e agora acompanharei seu blog
Parabéns Ferdi, lindo.
Cair na toca ou sair da caverna, nunca são a metade do começo...
beijos
Que Viagem!
Que toca seria essa?Eu gostaria de cair na toca da inocencia onde nao existiria pudores e poderia assim ganhar o mundo.Eu,bobo,nao conheria o tempo...
Postar um comentário