terça-feira, 29 de junho de 2010

Em minhas mãos,

E tudo que você fazia era jogar tudo em minhas mãos. E até agora, na hora de dizer adeus, você não diz. Você me faz te desamar, ao ponto de ter que ir embora, há um ano você não me ama, mas ao invés de ir, ao invés de ir você mudou, você mudou e agora eu que tenho que me encarregar de jogar as sacolinhas na lixeira. Como quando minhas tias, com um monte de comida acumulada, pediam pra empregada me trazer coisas que elas sabiam que eu jamais comeria. Dessa forma tudo seria jogado no lixo e elas fingiriam não saber, fingiriam não dizer respeito a elas que comida boa estivesse sendo desperdiçada. Sempre a culpa foi e será minha. Por isso também, por desde muito pequena ter me acostumado a carregar todo o peso do mundo nas costas na concepção - bem culpada, mas disfarçando - alheia, é que eu não me importo. E termino sim com você. Pior que isso: Através dessa carta. Uma vez que será difícil pra mim suportar mais três meses. Pode comemorar por aí mesmo, no seu glorioso intercâmbio: parabéns, você venceu, arruinou nosso amor, o amor que prometemos cuidar todos os dias. O amor que você negligencia há meses, há um ano. Parabéns, nosso amor está oficialmente declarado qualquer coisa, diferente de amor. Sem amor, Beto.

9 comentários:

Andarilho disse...

Melhor uma carta do que por um sms ou twitt.

Anônimo disse...

concordo com o Andarilho...

Anaaaaaaa disse...

Nossa que triste! :/

Todo final é triste! Mesmo que seja por cartas, posts. Mas o melhor mesmo é por uma conversa olho no olho.
Gostei do seu blog!

disse...

É algo muito nobre pra ser abordado de qualquer outra forma que não seja pelo olho no olho. A burrice de que todos falam, e só falam, não chega aos pés da burrice emocional. Ser genial ? É fazer a própria parte.

Sobre o Mini-Chaplin:
"...me lembrou Carlitos / Sabe que o show de todo artista / tem que continuar..." ^^

Richard Mendes disse...

Negligencias meu amor, Ferdi. (brinks).

Bela carta, não gostaria de recebê-la, menos ainda de enviá-la.

Mulher na Polícia disse...

Essa coisa de ter que resolver as coisas, não sei pra quê tanta urgência em dar nomes às relações, sentimentos.

Que coisa!

: )

Gallos disse...

Sempre existe um recomeço para todo fim.Apenas mais uma chance de ser feliz e aprender com os erros do passado.

R. P. disse...

É, de fato um termino nunca é legal, ja passei por algo semelhante, e ja escrevi uma carta com o mesmo proposito, me doeu demais escreve-la.
Quanto ao comentario do Gallos, eu discordo, creio que há relacionamento que precisam de um ponto final sim. Quando voce começa a dar segundas, terceiras, quartas chances, você se dilacera, por que voce idealiza uma melhora, e se com tantas chances nada melhorou, é bobagem ficar procurando desculpas para manter o orgulho no fundo do posso.

Willian Martinelli disse...

Tem algo que eu sempre fico martelando em minha cabeça. "Se o amor(relacionamento) está bom e ambos estão felizes, porque que mesmo sabendo que pode dar errado, um dos dois se rende em algo que pode se tornar uma ferida com cicatrizes marcantes?".

Gostei da carta/texto.