quarta-feira, 18 de abril de 2012

Days are getting shorter.

Eu tento atribuir tudo a qualquer coisa. 
Eu fico criando teorias que não interessam, porque explicar isso ou aquilo não vai me fazer sentir melhor, geralmente só cria uma mágoa.
Eu estou bem feliz hoje, estou me sentindo radiante, amada, como se eu pudesse confiar em todo mundo.
Como se o mundo fosse meu amigo, eu pudesse contar dos meus sentimentos, eu pudesse ser entendida nas minhas piadas, como se houvessem pessoas que reconhecessem meus esforços, como se as pessoas pudessem dar valor pro tipo de trabalho que eu desempenho, como se as pessoas se importassem comigo e nunca fossem quebrar promessas, hoje eu estou me sentindo rodando de madrugada, madrugada fria num lugar que eu gosto tanto com pessoas que eu gosto tanto, estou me sentindo como se o Natão nunca tivesse ido embora, como se ele morasse comigo, como se aquele abraço ainda estivesse aqui, como se todas as possibilidades do universo pudessem ser alcançadas e como se. Como se.
Eu faço jejuns, às vezes fico seis, sete dias sem comer.
Minha mãe briga dizendo "assim você não emagrece", ela não consegue compreender
que as vezes eu preciso de todo meu cérebro concentrado, todo meu cérebro disponível.
Ok, ninguém mais me procura.
Ninguém mais me venera.
Ela ligou e falou durante mais de uma hora sobre não largar a pior situação do mundo por possessão.
Eu entendo ela, de verdade.
Ela estava me falando também sobre como as pessoas me veneram.
Como elas acham que eu sou tão especial que elas nunca me abandonam.
Eu ri muito triste, com nó na garganta, na verdade e disse que "já foi o tempo".
Já foi o tempo.

As pessoas choram muito?
Com que frequência uma pessoa normal chora?
As pessoas, às vezes, choram sem motivo?
Engolir o choro é melhor?
E bater na mesma tecla uma e duas e três e vinte, porque talvez bater na tecla te faça sentir menos, menos, menos, menos, menos, te faça a princípio só sentir menos, de verdade.

Depois te faça se sentir menos um fardo.
Fardo em qualquer vida, como se houvessem tais vidas.

O que você me diz?

2 comentários:

Anônimo disse...

Só consegui lembrar de mim.escutando Run do Snow Patrol,bebendo meia garrafa de Whisky,White Horse puro.vomitando pelo banheiro do apartamento,querendo sentir dor pra me sentir vivo.Eu nunca choro,até me odeio por isso.todos aqueles velhos amigos seguiram em frente,as vezes,não com frequência,um ou outro me procura,mas eu não dou importância a eles nem a amizade tão "verdadeira",gosto de seguir só.Perdi a vontade de sair de casa,de fazer novos amigos,mas me sinto ótimo,isso não virou problema na minha vida. Quando bate a tristeza escuto aquelas músicas bem depressivas,começo a beber meu Whisky e ai meu apartamento e minha cabeça se tornam um campo de batalha,uma trincheira,as vezes consigo até ouvir as bombas.Eu gosto de ser diferente,de me sentir diferente do resto que dá importância a futilidades,mas as pessoas me chamam de fudido,mesmo sabendo que eu defendo o que é certo.

oberdan disse...

Engraçado, geralmente não escrevo muitos comentários mas esse estou realmente me sentindo a vontade. Deve ser porque entendo um pouco, pouco, do que você diz.
E como o anônimo disse, não choro. E não é questão de NUNCA chorar, alias não é apenas com choro, não sei demonstrar sentimentos apesar sentir tantos.
Eventualmente eu me pego triste, apesar de não ter motivos.
Citando algum filme, parece que eu tento dramatizar a vida para que ela tenha algum significado. Deve ser isso.
Quando estou bem, envolve apenas em esperanças. esperanças. Meh.