quinta-feira, 19 de abril de 2012
Paciência.
De todas as virtudes é a que eu mais sou obrigada a exercer e a que eu mais detesto ter que.
Paciência de saudade.
Paciência pra esperar o dia dele voltar.
Paciência pra desenhar direito.
Paciência com o violino.
Com edição de vídeos.
Com gritos.
Com gente mais lenta.
Com falta de capacidade de interpretação.
Com comida ficando pronta.
Até miojo eu queria que cozinhasse mais rápido, na real.
E ainda assim tenho que ter uma paciência absurda todos os dias.
E nesse mesmo momento poderia citar três coisas que estão testando minha paciência e ansiedade; Cito uma: Renderização do vídeo novo.
Ok, ok, vai fazer outras coisas e eu vou, mas a pendência, a sensação de algo a se resolver vai lentamente me corroendo.
E quando você quer conversar, só, nada demais e não encontra uma pessoal agradável disponível? Recorrente. Embora nunca aconteça.
Eu vou me desenhar fazendo geléia com dois guris puxando meu vestido e esse moço colhendo mais morango. Days are getting shorter, mas podia ser para o bem.
Hoje, feliz, eu fui falar sobre como falta um ano e meio, ele respondeu gritando que nunca tinha dito isso. Que vai demorar dois, três anos. E é engraçado como todos os planos vão ficando borrados, não por falta de amor, mas por saber que a vida em dois, três anos fará coisas aqui e coisas ali e eu não quero que os planos virem sonhos.
Eu guardo dinheiro contando com isso, eu gasto dinheiro contando com isso, eu faço de tudo e ele também, mas o tempo é um negócio tão imprevisível e por vezes -e espero que não dessa - tão traiçoeiro.
Vou fazer mesmo o que bem quiser, porque é como se só eu me preservasse e isso é injusto, aconteça o que acontecer eu sempre dei meu melhor e sempre darei, mas acho que está na hora de parar de me preocupar, eu mesmo estou sempre dizendo que tudo acontece pro bem, mesmo que doa. Então se tiver que ir, irá, espero que fique.
Porque, na verdade, se recuperar desse tipo de coisa não é mais pra mim não, casamento, vida em conjunto, tudo compartilhado, me recuperar desse tipo de coisa seria comprar gatos, seria comprar - mais - livros, seria só lamentar minha sorte (aos setenta anos, nas redes sociais dizendo da minha solidão e de como eu me sinto menos miserável quando me entupo de comida ou me alcoolizo, sempre com todos os resultados negativos das duas atitudes). Me recuperar disso seria fugir de mim, talvez me mudar pras montanhas e jejuar até a morte em meditação. Me recuperar disso é um negócio que talvez fosse muito fácil, como chorar uma semana e depois passear com amigos e descobrir outras alegrias.
Quero me recuperar da eterna sina de ter que ser paciente.
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