Eu, que vivia implorando pra voltar a total ignorância, pra ter tempo de não me instruir nada, pra poder acreditar ainda que o mundo é um morango silvestre, eu, que sempre invejei secretamente as populares do colégio, porque suas maiores preocupações eram se descobririam que ela ficou com o melhor amigo do namorado quando se embebedou naquela festa ou não, eu, nesse exato momento, consegui o meu objetivo e descobri que com ou sem dor, prefiro a dor a chumaços de algodão tomando o lugar do meu cérebro.
Eu não sei como consegui tal proeza, sei que num dia eu podia conversar sobre 90% dos assuntos, a velocidade das minhas sinapses eram incríveis, minha lógica e interpretação de texto estavam ok e eu podia escrever um texto com coerência e, muitas vezes, até interessante ele saia, agora..
Talvez meu pedido desesperado tenha sido atendido, mas, saber que não se sabe é o grande problema. Talvez eu só tenha ficado menos arrogante e descobri que, afinal de contas minhas sinapses não eram tão rápidas assim, mas não acredito, porque nesse caso seria uma nova consciência e não uma dificuldade de processar um legado.
De qualquer forma fica meu aviso. Talvez essa burrice que me toma seja temporária. Talvez não.. De qualquer forma volto com mais notícias quando as tiver.
Atenciosamente, Joarez.
5 comentários:
desculpe eu vir aqui e não comentar nada interessante sobre o teu texto, é que parei no 'mundo é um morango silvestre'.
vou levar a frase, depois volto trazendo um comentário decente.
este está na minha lista de "textos que gostaria de ter escrito"
Achei inteiressante o ato de "levar a frase", cuida bem dela, ok?
E, marcelo, esse é o tipo de comentário que ressucita-me, obrigada.
12 beijos pra cada.
Este esta na minha lista, também.
Já que se foram os morangos, eu levo embora comigo os chumaços de algodão.
Leve-os sim, mas leve mais.
Porque acho que há sempre um morango silvestre sobrando pra quem mereça.
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