terça-feira, 3 de novembro de 2009
Surrealismo Litigioso.
- Eu ouvi você dizendo que não queria.
- Eu ouvi eles te dizerem que eu não fazia nada daquilo, que era mentira.
- Então você acha que eu duvidei?
- Eu duvidaria.
- De qual vertente?
- Da sua alma.
- Minha alma é nova pra você?
- Se você quiser chamar assim..
- Você não conhece minha alma.
- Acho que conheço suficiente pra dizer que você duvidou junto.
- Eu mudei.
- Mudou pra alguém que não duvidaria?
- Não me importaria, nem pensaria em duvidar, não é problema meu.
- Mas muda as coisas.
- Você acha?
- Mudaria pra mim..
- O que você tem que entender é que nós não somos a mesma pessoa. Não me importa nem se mudaria ou não pra você, porque eu te amo.
E você diz que me ama, me pergunto o porquê da crueldade.
- Porque eu te amo.
- De que forma?
- Detesto definições.
- Você é previsível em toda sua pretensa diferença. "Detesto rotular" é uma maneira de dizer que você é covarde.
- Talvez seja..
- Você é!
- Quem é você pra dizê-lo? Nunca deixei você me conhecer, enquanto você se abria toda.
- Ou fazia você pensar que sim.. eu posso manipular muito bem se quiser.
- Mas acho que não deu certo, eu continuo te amando da maneira que você não quer.
- Talvez eu queira.
- Você reclama por que então?
- Porque é tudo inconsciente..
- Me manipulas de maneira inconsciente?
- Não, te manipulo conscientemente pra satisfazer meu inconsciente e fico seca.
- Você nunca é seca.
- Talvez eu seja sem o saber.
- Seu coração?
- O nosso..
Eles deram a mão, viram o pôr-do-sol e morreram por aí, sempre tentando voltar a ser o que um dia desejaram não amar.
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