Há alguns anos eu era outra pessoa, adolescente, claro, ajuda, mas alguém com esperanças e sonhos e principalmente com algum senso de valor, de amor próprio.
Ao longo do tempo eu só perdi.
De repente tudo que eu falava ou pensava era só alguma frivolidade sobre alguma conversa que eu escutei na fila de algum supermercado sem rosto.
De repente, ao longo de longos anos, eu me tornei esse semi ser, esse vazio inconsolável de mentiras e mágoas que eu nem sei de onde apodreceram.
O tempo passou e minha essência volatilizou, sem me reconhecer eu fui aceitando cada vez menos, cada vez menos vontade, menos alegria, menos amigos, menos empenho.
Pouco a pouco eu fui cedendo meu eu e me tornando um alguém sem norte.
Eu desisti de mim por completo.
Viver em função.
Não posso me matar sempre por conta dos outros.
Os outros.
Meia dúzia de pessoas que nunca desistiram de mim, meu irmão, meu melhor amigo e amor, um ou outro amigo, meus gatos?
Esse tempo todo eu batia minha cabeça sem saber o porquê de tanta gente boa ainda esperar que eu esperasse algo da vida e, de repente, um lembrete: um texto.
Um texto juvenil que falava das minhas intenções de ser um espírito livre, sem nada a perder, vagando pelo mundo, procurando um canto pra abraçar uns animais e trocar umas histórias com quem aparecesse por aí.
Eu não sou a mesma pessoa que escreveu aquele texto (sequer sou uma pessoa no momento), mas lembrar dessa faísca reacendeu algo, ressuscitou em mim a vontade de ser.
O quê eu nem sei, mas buscar, me dar mais uma chance, ressignificar algum valor, algum amor pelo que pode vir a ser.
É muito difícil perceber que é tão fácil se perder e ficar assim, como um barco perdido no meio do mar, sem remos, sem perspectivas, só o vazio e a solidão.
Mas ao mesmo tempo essas palavras que saem de mim são como vida escorrendo dos dedos, não para mais ninguém, sem nenhuma pretensão, como sempre foi, mas pra eu não esquecer.
Nunca esquecer.
Ferdi, não esquece: tem vida dentro do seu peito, é só acordar e cuidar.
Ao longo do tempo eu só perdi.
De repente tudo que eu falava ou pensava era só alguma frivolidade sobre alguma conversa que eu escutei na fila de algum supermercado sem rosto.
De repente, ao longo de longos anos, eu me tornei esse semi ser, esse vazio inconsolável de mentiras e mágoas que eu nem sei de onde apodreceram.
O tempo passou e minha essência volatilizou, sem me reconhecer eu fui aceitando cada vez menos, cada vez menos vontade, menos alegria, menos amigos, menos empenho.
Pouco a pouco eu fui cedendo meu eu e me tornando um alguém sem norte.
Eu desisti de mim por completo.
Viver em função.
Não posso me matar sempre por conta dos outros.
Os outros.
Meia dúzia de pessoas que nunca desistiram de mim, meu irmão, meu melhor amigo e amor, um ou outro amigo, meus gatos?
Esse tempo todo eu batia minha cabeça sem saber o porquê de tanta gente boa ainda esperar que eu esperasse algo da vida e, de repente, um lembrete: um texto.
Um texto juvenil que falava das minhas intenções de ser um espírito livre, sem nada a perder, vagando pelo mundo, procurando um canto pra abraçar uns animais e trocar umas histórias com quem aparecesse por aí.
Eu não sou a mesma pessoa que escreveu aquele texto (sequer sou uma pessoa no momento), mas lembrar dessa faísca reacendeu algo, ressuscitou em mim a vontade de ser.
O quê eu nem sei, mas buscar, me dar mais uma chance, ressignificar algum valor, algum amor pelo que pode vir a ser.
É muito difícil perceber que é tão fácil se perder e ficar assim, como um barco perdido no meio do mar, sem remos, sem perspectivas, só o vazio e a solidão.
Mas ao mesmo tempo essas palavras que saem de mim são como vida escorrendo dos dedos, não para mais ninguém, sem nenhuma pretensão, como sempre foi, mas pra eu não esquecer.
Nunca esquecer.
Ferdi, não esquece: tem vida dentro do seu peito, é só acordar e cuidar.
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