quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Dobby.

Era um gato e uma moça, a moça amava o gato o gato amava a moça.
O gato pensava que era um cachorro ou a moça pensava que ele pensava porque era assim, ela aparecia na rua e ele corria pra ela abanando o rabinho e ela jurava que ele perguntava como tinha sido seu dia com aqueles olhinhos (enormes) e verdes. A carinha que fazia, o jeito como balançava a cabecinha, tudo eram perguntas e por isso ela respondia, no que ele pedia colo. Sim, um gato que pedia colo! Ganhava colo e quando ela estava só deitada no jardim lendo alguma coisa ou se esquentando no sol ele vinha do lado dela e fazia carinho em sua mão com a cabeça. Até ela perceber a magricela presença e chamá-lo pra deitar na barriga dela, no que ele sempre ia.
O gato também fazia poses, fazia poses porque a moça pedia, tirava a câmera da bolsa e mirava pra ele no que além de poses ele fazia gracinhas e percebia a diferença entre foto e vídeo, era o gato mais inteligente do mundo.
O nome do gato era totalmente legal, a priori ela achou que também poderia ser outro, menos legal mas mais fácil de uma menininha de 7 anos dar para o seu gato, mas no final das contas era o mais legal mesmo, mais legal do mundo porque até nisso ele queria ser o melhor gato.
E não era só a moça que amava o gato, a vizinhança inteira amava, o gato era tão legal que nem necessidades ele fazia no jardim das pessoas, era um gato quase mágico, o mais carinhoso e amado dos gatos.
Não tinha uma pessoa que não gostasse daquele gato. Mas a menina gostava mais, a menina amava o gato, amava de verdade.
A menina se adoentou e ficou dias sem ver seu não-gato, não estranhou, ela não estava lá.
A menina melhorou e ficou dias sem ver o gato, ele não estava lá e cadê ele?
Não apareceu por alguns dias, andando por aí cria ela, passeando e divertindo outras pessoas, cria ela.
Um dia ele apareceu, apareceu e ficou no telhado, ela não conseguia tocá-lo de onde ele estava, ele estava com um olhar triste e distante, ela achou que ele estava doente ou bravo, ele podia estar bravo já que fazia semanas que os dois não se falavam.
E a moça não conseguiu terminar porque se tentasse choraria e ela não quer lembrar do seu não-gato desse jeito.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Lua que era da Terra.

Ela olhou pro céu e viu a vida do tamanho do mundo, vida que era lua, que correu São Jorge e toda a gentileza do saber seu nome.
Às vezes a menina precisa só sorrir, sorrir de nada, sorrir de tudo porque no final das contas está sempre tudo tão bem.
As coisas correm bem para os cabelos dourados, como golden tickets.
Willy Wonka, walking down the street, Willy Wonka the kind I like to meet, Willy Wonka.. ♪
Ela viu que faltava alguém, Apolo não abraça mais, libertas, não tinha Zeus e não tinha nenhum dos Deuses do Olimpo, nº um.
Um número e um porém palpável Pinóquio que nem mais a palavra sei eu escrever e está tudo ok comigo.
Tem o moço que é bom com as palavras, ele me dá colo e não deixa ninguém me bater. Tem um Deus no Olimpo, um só, um Deus que é lua e olha por mim. E só tem olhos pra mim.
Ἀπόλλων

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Eu ficava "cru cru cru" e as corujinhas "we we we".

Acontece que geralmente eu não me obrigo a fazer sentido porque é chato, eu me entendo no final, mas não necessariamente de maneira concisa. O pensamento se estende até o infinito pra voltar e fazer qualquer espécie de sentido, porque eu sou livre de mente, eu tento ser livre na mente, pelo menos lá porque de resto não acredito em liberdade.
E não acredito também em conversões, porque tudo tem seu tempo e não dá pra convencer ninguém de que o bom é ser bom até porque o que é certo pra você não necessariamente é pro resto do mundo. Por isso hoje eu respondi sem remorsos pra uma beata que tentava me converter que "não, eu não amo jesus", no que ela me respondeu "ain, ele te ama" e eu disse "que bom, é sempre bom amar". Não acredito em conversões e nem que ninguém tenha o direito de tentar te converter, é imbecil pretensioso e ofensivo. Não, não vou virar carnívora, vegetariana, boa ou má, não vou ser ruiva ou loira ou pesar 40kg ou 120kg, não vou ser o que você acha que é melhor porque já é tão difícil se desprender do mundo pra achar nossas próprias opiniões que me pergunto como pode alguém achar que me trás elas prontas e me faz bem com isso. Não.
E também acho muito imbecil que as pessoas não assumam suas diferenças mesmo depois de velhas, a gente espera que elas amadureçam não por nada, mas faz parte do processo, mais se vê mais se aprende, não sempre. E aí alguém, burro e tacanho vem me dizer que eu tento ser diferente que eu sou muito esquisita, negANDO a própria observação. Mas deixa que fiquem obsoletos pra sempre, tentando pertencer e achando que pertencem, deixa que morram.
Que morram pequenos;