terça-feira, 29 de junho de 2010

Em minhas mãos,

E tudo que você fazia era jogar tudo em minhas mãos. E até agora, na hora de dizer adeus, você não diz. Você me faz te desamar, ao ponto de ter que ir embora, há um ano você não me ama, mas ao invés de ir, ao invés de ir você mudou, você mudou e agora eu que tenho que me encarregar de jogar as sacolinhas na lixeira. Como quando minhas tias, com um monte de comida acumulada, pediam pra empregada me trazer coisas que elas sabiam que eu jamais comeria. Dessa forma tudo seria jogado no lixo e elas fingiriam não saber, fingiriam não dizer respeito a elas que comida boa estivesse sendo desperdiçada. Sempre a culpa foi e será minha. Por isso também, por desde muito pequena ter me acostumado a carregar todo o peso do mundo nas costas na concepção - bem culpada, mas disfarçando - alheia, é que eu não me importo. E termino sim com você. Pior que isso: Através dessa carta. Uma vez que será difícil pra mim suportar mais três meses. Pode comemorar por aí mesmo, no seu glorioso intercâmbio: parabéns, você venceu, arruinou nosso amor, o amor que prometemos cuidar todos os dias. O amor que você negligencia há meses, há um ano. Parabéns, nosso amor está oficialmente declarado qualquer coisa, diferente de amor. Sem amor, Beto.

domingo, 27 de junho de 2010

Peter Pan & Manuela.

Ela tinha olhos alegres, gostos simples e oito anos.
Por que será que ultimamente não consigo mais desenvolver histórias a respeito de gente grande?
Na sua condição de criança não costumava pensar em nada que não a deixasse feliz.
Talvez eu só esteja cansada de toda essa gente que curte se fazer de infeliz.
Manuela tinha esses grandes olhos cor-de-mel encantadores, um sorriso de lábios finos e a moldura do seu rosto era uma cascata cacheada de cabelos acaju.
Gostava de se auto-denominar aventureira. Estava sempre passeando em lugares "perigosos" com seus pais. Florestas cheia de capivaras ferozes e a qualquer momento poderia até aparecer uma cobra ou uma jaguatirica (que, por sinal, a menina sempre associava com um réptil asqueroso, embora soubesse que se tratava de um felino um pouco bravinho e bem fofo).
A menina gostava de andar descalço quando viaja para praia, mas na cidade jamais tirava suas meias, só para tomar banho.
E tomando banho ela viajava sempre para as mais recônditas áreas de oceanos nunca descobertos. Oceanos com pássaros nadadores, bananas bailarinas, sorrisos de bolhas de algodão e água que não afogava, abraçava.
Por contas desses longos banhos de banheira e sua fértil imaginação, a pequenina tinha um ótimo fôlego.
Ela fazia natação e sempre ganhava dos seus amiguinhos nas competições de "quem fica mais tempo embaixo d'água sem respirar".
Além de natação Manuela - ou Nunuca, como seus primos e amigos chamavam-a - estudava flauta e adorava andar por aí fazendo barulhos com seu instrumentinho.
Era uma menina por vezes obediente e doce, por vezes birrenta e antipática - embora essa segunda combinação fosse bem mais rara.
Gostava de leite com chocolate, tinha seu primeiro edredon, bichinhos de pelúcia e bonecas, assim que chegava da escola corria pra frente da tv pra ver se ainda estava passando pokémon e nas férias assistia todos os desenhos da manhã.
Gostava de ver o pôr-do-sol em cima da árvore da sua .
Era sonhadora e engraçada. Uma menininha como qualquer outra.
Manuela era comum e gostava de ser, queria ser comum e pequenina para todo o sempre.

domingo, 20 de junho de 2010

Então você sente que nada disso faz sentido, porque não faz e nunca fez.
Você ouve o sino dos ventos do lado de fora da janela, sente o vento passar entre as frestas que se arrepiam e pensa em alguém que não estará por perto tão cedo, mas esse não é o cerne da sua apatia.
A grande questão talvez seja que seus objetivos parecem tão inalcansáveis que não vale mais a pena tentar algo que só te fará fracassar. Mas por que tanto pessimismo?
Não é pessimismo: É apatia!
Não quer mais escrever por quê? Ele te pergutna preocupado.
Porque a arrogância escorre por cada palavra dessas pessoas que estão mais preocupadas em ser aclamadas do que se expressar. Responde você se perguntando por que do dia pra noite isso passou a importar tanto.
Talvez você só esteja cansada, você pensou que dormir adiantaria mas isso já perdura por tanto tempo que você começa a se preocupar.
O que você pode fazer pra mudar qualquer coisa? Esperar?
Aí é o ponto em que a gente vê que sua preguiça talvez seja a sua questão, ou não?
Você está bem cansada mesmo, da maioria das coisas.. Só queria algo novo, algo que não cheirasse a mofo e te fizesse sorrir: Todos os dias.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Não forces.

Às vezes é natural, perder as vontades de vontade ter, perder o amor e amar não poder.
Às vezes é natural.
E eu só gosto do que é assim: Natural.