domingo, 29 de março de 2009

I always cry in ends.

O telefone não parava de tocar, por desconfiarem que ela estava ali e estavam certos, quão previsível ela podia ser. Ela não atenderia, já tinha tomado sua decisão. Entendeu que só amava um e toda devoção era por aquele infante de quatro anos que dentro de alguns dias completaria cinco. Ela perdera tudo que nunca teve. Viu fotos e chorou, lembrou até de todos seus romances que fracassaram e já tinha superado. Ela estava sozinha, completamente sozinha e nua no mundo, só podia contar com aquele bebê, que mesmo no último minuto quis a acompanhar, mesmo quando ela explicou que ele jamais veria de novo sua mãe, tia ou qualquer outro membro da família ele quis continuar seguindo e se não estivesse descalço agora estariam juntos andando pelo mundo frio. Ela, apesar de precisar dele, não queria que ele perdesse tudo que ela não teve e ele poderia ter, por conta desse amor. Ele, apesar de não querer perder tudo que ela não tinha estava disposto, por conta desse amor. Mas quando ele decidiu pelos dois, foi impedido no meio da escada, ela chorou vendo ele por trás das roseiras enquanto gritavam quanto ela queria pela cena: "Sua interpretação está excelente, continue assim, atriz." Ela chorou de ódio e solidão. Foi buscar seus pertences e pensar um pouco, não jogaria sua vida na latrina porque não tinha ninguém, ela tinha ela mesma e voltaria mais tarde pra buscar seu irmão. Eles teriam todos os animais que ele quisesse e brincariam até de madrugada do que os dessem na telha. Pensou em três ou quatro lugares e por fim decidiu andar com suas pernas. Pra que compartilhar seus sonhos, aventuras e emoções com uma bando de gente que não dá a mínima? Ela jogou todos eles pela janela e foi embora, reinventando o que ela era, se transformando no coração gelado que diziam que ela tinha, só guardou uma leve chama acesa por seu irmão. Não lembrava o próprio nome ou de qualquer um que já havia conhecido. Ela não dava a mínima e sabia que o não contar com era agora um passo além. O tchau foi uma lágrima e ela não se importou. Tchau!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Não há um "ismo" que não tenhamos adorado.

Estou estranha. Engraçado é que, quando eu não estou estranha, todo mundo diz que sim, ou todo mundo que se sente a vontade pra achar que me conhece o suficiente pra saber se eu estou estranha ou não. Eu tenho pensado desesperadamente em como matar esse ¹¹/12 da população mundial que, na minha opinião, faria um bem pra todos os sobrevivente se evaporassem. Eu e minha tia inventamos um kit sensacional, capa da invisibilidade + arma pulverizadora. Se eu tivesse esses itens talvez você, caro leitor, não mais existisse nesse momento, engraçado pensar nisso.. será que eu mataria algum dos meus leitores? Provavelmente sim. Minha honestidade vem atrapalhando meu poder de manipulação, já faz um tempo. Honestidade essa que eu venho tentando esconder, mas é difícil. Tenho sentido vontade de me drogar, xingar as pessoas, bater nelas, ser espancada pelas mesmas - já que elas em bando são provavelmente mais fortes que eu -, cuspir meus dentes na sarjeta e depois morrer, debaixo de um caminhão de lixo. Eu não sei porque.. mas estou com essas vontades.. Você já sentiu que a sua vida era absolutamente perfeita e quis ter motivo pra se deprimir, quando não achou só consegui se revoltar, porque, por mais que a vida te dê tudo no colo, parece você não faz nada e decepciona a mesma, que mesmo assim, te dá tudo que você precisa pra ser feliz e mais que isso? Pois eu já. Eu me sinto assim agora mesmo. Eu não consigo me sentir triste ou não gargalhar, porque não há nada que me amedronte o suficiente e não há nada que eu deteste. Eu tenho amigos, muitos amigos, que me forçam a rir, rir até a barriga doer, meu maxilar, meus amigos me emagrecem de tanto me fazer rir.. que inferno! Eu - pessoalmente -não tenho mais do que reclamar! Mas não pensem vocês que minha vida foi sempre um mar de rosas, na verdade ela só é agora porque eu fiz uma revolução, renunciei a tudo que eu detestava, com bons argumentos e vivo feliz desde então. Acho que é tudo uma questão de testar nossa coragem. Então hoje, voltando pra casa mais de onze horas da noite - porque outra coisa que eu sempre tive foi flexibilidade de horários, avisando onde estou todo mundo confia em mim o suficiente pra me deixar passar o quanto de tempo eu quiser na rua. Dias, meses, morar em outro país, mas não sem amor ou preocupação, aliás com as duas coisas em excesso até, mas sempre confiando orgulhosamente no meu senso de responsabilidade, pois é - mas então, eu estava voltando tarde pra casa e eu vi o Caio. Caio, o menino que disse que eu era linda no ponto de trólebus, o que afagou meus cabelos e pediu pra eu não chorar.. então hoje eu vi ele, o reconheci, esperei confirmar que era ele com o papelzinho que recebi, eu, só de brincadeira, estava fingindo que tinha usado drogas hoje, no trólebus, mas quando vi ele parei e quando falei com ele entendi, eu não era especial, ele não me achava especial e se ele tinha gostado de mim era porque eu tinha tinta branca no rosto e estava por chorar - quem não gosta de pessoas meigamente fragilizadas? - pra ele eu não sou especial, ele deixou bem claro com aquele olhar de "você não vai mesmo me dar dinheiro? pra que você serve, hein?", mas isso não me deixou chateada e nem nada do tipo. Ainda no caminho de casa, olhei pela janela da pessoa que costumava chamar de melhor amigo, não que o fosse, mas eu o chamava assim, hoje ele não é mais nada, quando o vi, pensei: "Está usando óculos ou é o irmão dele?". Até agora não sei ao certo e tanto faz, realmente.. O meu bairro é cheio de histórias e pessoas que eu conheço, mais perto de casa passei na frente da casa da avó de um dos meninos - é, eu gostava de mais de um, sempre gostei de mais de um e todo mundo sempre foi igual a mim - que eu gostava na quarta série. Eu não vi nada demais, só uma pessoa sentada em um sofá, um rapaz, de cabelos arrepiados, podia ser o tio dele, e uma senhora na frente do mesmo, conversando com ele, pareciam conversar coisa séria ou talvez não, talvez tenha sido impressão, sei lá. Realmente não vi nada demais, mas vi a casa da avó dele, nem dele era, mas ele já pisou lá e eu sei disso, não que isso tenha relevância, mas tem mais que os outros dois casos que acabei de citar, porque eu senti alguma coisa: Nostalgia. Eu gosto desse sentimento. Acho que ele gostava de mim. Não tenho me importado ou deixado de ligar. Descobri, pela ducentésima vez, que paixão é uma merda, sem experiências próprias, só observação. Tenho cortado pulsos que não são meus - com consentimento - pra fazer a raiva ir, não sem remorso. Eu tenho amado desesperadamente o teatro que jamais vai me abandonar, estou otimista e tranqüila. Quero que se dane. Uso uma calça que, apesar de bem larga, consegue esmagar o meu osso da bacia quando eu sento, me expliquem por quê e ganhem balas. Eu realmente gostaria de torturar um monte de gente, em outras eu queria atirar e outras ainda só queria que sumissem. De verdade. Pessoas demais, desnecessárias.. Eu sou necessária pro mundo, leitor, eu sou o Da Vinci da nova geração, podem acreditar, vocês verão, vocês verão.. Comprei "E o Vento Levou.." hoje, coisa que fez valer meu dia e vi um filme excelente, embora as custas de todo meu humor. Não há nada melhor que dias de outono.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Nunca mais saio de casa sem minha burca.

Acho que talvez isso baste, não sei.. Não dá mesmo pra saber, porque, por mais que você saia coberta, sempre tem um imbecil, nada cavalheiro e vulgar pra mexer com algo em você, te fazer sentir ânsia de vômito e vontade de comprar uma metralhadora. Não é exagero, estão cada dia mais vulgares e eu não sei o que fazer pra me esconder mais. Até com careta eu ando na rua - não que precise de mais careta -! O meu asco é maior que o universo. Espero que cada um desses nojentos, que querem parecer viris, morram de sífilis.

domingo, 22 de março de 2009

Caio apaixonado.

Então meu irmãozinho, que não se chama Caio, se apaixonou, eis as situações: Com minha prima, na escolinha: Passa uma garotinha por eles, ele diz: - Ai, vou morrer. - Que é isso Gabriel, não fale besteiras. - Me conta de novo as histórias de quando você tinha namorado na escola? - Você ainda pensa nisso? - Não paro um minuto, fica girando em volta da minha cabeça, igual um trenzinho redondo. Na casa da minha tia: - Estou com muita vergonha, será que não dá pra eu ou ela mudar de sala? - Calma, não é ruim você gostar dela, não precisa ter tanta vergonha. Você devia ser igual o Lucas, gosta mesmo, fala mesmo e não está nem aí. - Você sabe o telefone da casa do Lucas? - Sei, por quê? - Quero ir lá. - Fazer o quê? - Pedir uns conselhos. Na casa da nossa tia-mãe: - Olha, bebê, não fica preocupado, se alguém te perguntar alguma coisa é só falar, não precisa ficar com vergonha, gostar não é errado. - Mas eu tenho vergonha dela. - Não precisa. Faz assim, se um dia ela te perguntar se você gosta mesmo dela, você responde com sinceridade, ficar mentindo, fingindo que não, é pior, porque ela acaba sabendo e você fica como bobo.. - Ai, preciso de um caderninho pra anotar tudo isso. Amiguinhos, acho que meu irmão está apaixonado de verdade - ou tão de verdade quanto se pode se apaixonar aos quatro anos, se é que nessa idade não é mais verdadeiro -, ele já teve namoradinhas na escola antes e jamais ficou assim desconsertado. Estranho que pareça, ele suspira pelos corredores, me fala dela umas três vezes por dia, os olhos brilham e delira sobre o quanto ela é linda. Só não estou com mais ciúme porque, por enquanto, minha mãe, eu e nossa tia-mãe somos mais bonita que ela, mas se isso mudar..

sábado, 21 de março de 2009

Esse não é um texto sentimental.

Isso é muito estranho, estou deprimida e muito feliz pelo mesmo motivo: Ter conhecido alguém ultra-legal. Deprimida porque ele vai embora amanhã, o que é so, so, so, so, so, so, so, tipo muito, so sad. E muito feliz porque, como já disse, conheci alguém ultra-legal, uma pessoa fofa, agradável e que eu adorei muito muito passar meu tempo com, mesmo tendo violado parte das minhas regras. É um sentimento tão ambíguo e chato. Eu sei que ele vai voltar, mas sei também que demorará no mínimo 3 meses. É que eu penso: Se não tivesse conhecido não teria ninguém pra sentir falta, o que é um pensamento bastante imbecil e eu reconheço. Além de dramático e tudo mais. Mas eu acredito que quando coloco pra fora coisa que me desagrada ela fica menor, então a falta dele, agora que eu relatei, é menor ou vai ser.. Hoje, naquele mundaréu de gente, eu tentei encontrá-lo, com lágrimas nos olhos, achando que não conseguiria me despedir, dizer o quanto eu gostaria que ele não tivesse que ir e, por uma última vez, ver ele sorrindo, ouvir aquele sotaque engraçado e me desculpar pelas cicatrizes deixadas. Eis que eu fechei os olhos de desespero, sozinha naquele mundo de gente que ficava falando que o meu cabelo é legal, por estranho que pareça, e pedi "Por favor, me ajuda a achá-lo, Têmis" e eis que ela me ouviu e o próximo bar que olhei ele estava lá, foi quase mágico e por um momento eu voltei a ter 11 anos e pensei: "Meia volta volver". Depois voltei aos mal formados 17 e entrei no bar, falei o que tinha pra falar, afaguei aquele cabelo macio e fui embora, como o cachorrinho do conto "Tentação" muito forte, sem olhar pra trás nenhuma vez.

E apesar de não parecer isso é só um texto sobre dois amigos que tiveram que dizer tchau. Não tenho conseguido me expressar na medida ultimamente, sem contar mentiras, parece que meus sentimentos não são os que são. Mas isso é irrelevante.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Eu tenho sotaque?

- Sim. E eu, tenho? - Não. Quer dizer, sim. Você tem sotaque de pessoas que moram em São bernardo (um parênteses importante, hoje no trólebus, um distinto rapaz ao invés de falar "São Bernardo" falou "São Bernado" e esse erro me perturba muito, primeiro porque eu tenho certeza que ele sabe o nome correto da cidade e segundo porque parece que o Santo Ber te perguntou se você nada e você está respondendo, tsc, enfim..). - Pessoas que moram em São Bernardo são chamadas de batateiras e isso não é legal. - Foram colonizados por ingleses? - Pessoas que gostavam de batatas.. E eu quis levar ele no "Bossanova" - que é um lugar que eu realmente recomendo pra todo mundo -, mas já estava fechado, aliás àquela hora tudo estava fechado, fomos quase expulsos da Cultura, mas isso não era exatamente importante, pelo menos não pra mim. Fomos andando por aí, enquanto ele não parava de perguntar: - Onde a gente está indo? - Onde nossos pés nos levarem. Ele é extremamente gentil e mais um monte de coisas que eu não falarei tão cedo ou não falarei, pra dar um exemplo ele me levou até o Jabaquara, sendo que estávamos na Consolação e ele mora lá. É. Mas hoje, bem.. Hoje, ele poderia só ter ligado, enfim..

terça-feira, 17 de março de 2009

(Des)conhecido?

Ao anotar em meu diário de sonhos me deu vontade de compartilhar minha profunda ternura com vocês. Céu azul com nuvens tão alegremente desenhadas, ar fresco e frio, riacho, toque de mãos, sorriso sincero, tudo perfeitamente, perfeitamente perfeito.. Ele fez carinho nas minhas bochechas com a sua e eu não tive que magoar ninguém. Como num sonho, foi meu sonho.

Schopenhauer sem o poodle.

Então eu estava lá, eu passei a noite inteira gritando de dor - sinceramente acho que não me resta muito tempo de vida, enfim.. - e quando eu cheguei lá, como sempre, não fui lá muito bem recebida, mas é tradição e brincadeira. Tudo bem. Depois houve uma briga porque eu pedi pra eles pararem de gritar e fui mal interpretada por uma mãe que foi questionada sobre sua conduta com seus filhos. Tudo bem. Eu fiquei lá a tarde inteira, ia no médico mas minha cidade alagou, acabou a força e me comunicaram que não me levariam ao médico, eu disse que ia sozinha e não deixaram. Tudo bem, eu nem ia mesmo. Comecei a ficar braba. Então eu achei uma das coisas mais geniais que já vi, uma coleção chamada "Mestres da Música" que eu não sabia da existência, então eu me empolguei e comecei a falar sobre eles com minha tia e pedir encarecidamente uma vitrola e tudo mais, então ela disse "Mas esses aí são da Lê, ela já pediu de herancha - é a maneira imbecil como minha família se refere a heranças, enfim.. -, é dela", aí eu disse "Como é que é?" e ela replicou "Pediu primeiro". Daí eu levantei e fui embora e que se dane que eu estava esperando algo e não estava lá a toa, dane-se mesmo, eu fiquei muito braba porque quando sou eu em relação aos outros ela é sempre muito justa mas se é ao contrário ela nem disfarça suas predileções. Eu estou de saco cheio, do fundo do coração. Nunca vou esquecer a pulseira com máscaras venezianas que, se ela ao menos tentasse disfarçar, hoje seria minha, mas como ela não dá a mínima, agora é do armário. Se é que ela já não deu a pulseira pra elas sem que eu soubesse. Espero que ele(as) faça(m) bom proveito dela. Eu pretendo cumprir, a partir de hoje, a promessa que fiz a mim mesma há muito tempo, se tratava de nunca mais esperar nada da minha família - exceto da tia Sandrinha que sempre tem boas surpresas - não contar com ela pra nada, nunca. Se houverem boas surpresas, ok, caso contrário, pelo menos eu não me decepciono pela quatrocentésima nona vez. Incrível é que todas as atitudes que tomo - principalmente as radicais, tipo abdicar completamente de relacionamentos românticos - são pra que me decepcione mesmo. Mas as decepções vem de todos os lados. Vou me espelhar em Schopenhauer, mas sem o poodle, porque com o poodle era capaz dele me morder e eu morrer de depressão.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Julia & Rodrigo, parte I.

Não era um cabelo comum. Uma longa catarata dourada, brilhante, macia, platinada e saudável. Não havia qualquer pessoa que a avistasse que conseguisse não olhar uma segunda vez, mesmo que com pressa, mesmo acompanhado, mesmo que tentasse resistir, era incontrolável. A garota às vezes pensava que se fosse só cabelo seria mais admirada, com seus traços angelicais - que denotavam tanto a infância quanto a uma mulher sedutora - e seu sorriso absolutamente estonteante, era de beleza tão exagerada que não tinha a mínima consciência disso. Ela era linda e não sabia. Ele era desengonçado. Tinha crescido demais nos últimos três anos, mas carregava consigo uma beleza displicente que jamais seu melhor amigo - que era também seu fã número um - conseguiria ter, por mais que tentasse. Era engraçadíssimo e sempre tinha garotas ao seu redor, não se interessava por nenhuma, com suas risadinhas irritantes e tentando seduzi-lo, acabavam por afastá-lo ainda mais. Pensava em uma garota que não conhecia, que a princípio não se interessaria por ele. E quando eles se conheceram ela, de fato, não se interessou. Amigos em comum. Ele era do Paraná, viera passar as férias em São Paulo, se encontraram na casa de um rapaz que sabia muito sobre filosofia e política e tinha um amor fora do comum por sua amiga, sua namorada compartilhava seu amor, o casal a adorava e queria que ela sempre estivesse feliz. Tiveram a idéia de apresentar os dois, achando que eles dariam certo, conversaram toda a noite, muito alegres, deram muitas risadas, ela pensou ter encontrado um ótimo novo amigo, ele pensou ter encontrado a mulher da vida dele. No dia que voltaria para o Paraná, ligou para ela, pedindo que fosse encontrá-lo e ela foi, adorava passear acompanhada de amigos onde quer que fosse e aquele menino era tão legal.. Chegando lá eles conversaram e conversaram, depois de um tempo ele tentou beijá-la e ela, mais que constrangida, foi embora pra casa. Ele chorou, pela primeira vez na vida, por causa de uma mulher, uma menina, pensou que tinha estragado tudo, mas não desistiu..

sábado, 14 de março de 2009

Religião: Ferdiana.

Um dia eu falei que as coisas dos horários iguais era parte da minha religião, então, deduzimos que eu tenho uma e tenho. Mas quando me perguntam: - Qual sua religião? Como nada se assemelha eu falo, como quem sabe que vai ter que completar: - Ferdiana. - Anh? - É que eu criei uma própria religião, digamos assim. - Ah.. É claro que ninguém nunca se interessou por saber qualquer coisa sobre, talvez por acharem que era brincadeira, monguice ou coisa que o valha. Mas como sendo minha religião eu levo muito a sério, saibam vocês. Existem um bocado de coisas felizes na minha religião e nenhuma ruim. Eu acredito em personagens, Deuses Olímpicos e coisas que todo mundo chama de superstições. Por exemplo, meus números no relógio são considerados superstição, pra mim há uma obviedade ímpar que aquilo não é só isso, acredito em 31 de outubro e sextas-feiras 13, digo, em necessariamente bons dias dessas datas e sempre, sempre funcionou. Se eu preciso de ajuda peço pra os Deuses Olímpicos ou meus personagens e eles ajudam. É quase uma religião comum, tenho minha festividades e rituais. Por exemplo, todos os de religião "Ferdiana" são obrigados a abraçar sinceramente alguém que ama uma vez por dia, também somos, praticamente forçados a rir e se nos deprimimos por questões menores somos punidos, sem dúvida. Olha só, esses dias eu me deprimi e fui cruelmente punida. Tentei assistir Laranja Mecânica, e o que aconteceu? As legendas não sincronizavam, como quem dizia "Continue a se deprimir, babaca, e poderás ver todos os filmes mesmo, tsc", triste, eu sei. Mas eu mereci, de qualquer forma. Existem outras regras na minha religião, por exemplo, criticar é algo ótimo, julgar não. Eu sempre dizia "Mazoras, nós julgamos o tempo todo e o mundo, hipócrita, fala 'não podemos julgar', isso é absurdo", então aprendi que, na verdade, eu pelo menos, estou sempre a criticar e não julgar. Não costumo pensar "Esse bom, esse ruim, esse isso, aquele aquilo", em tom definitivo, taxativo e absoluto. É mais uma questão de "Mãe, eu não gosto que você grite", "Nossa, esse ator está péssimo nesse papel" ou "Eu prefiro não fazer isso, por questões óbvias", enfim.. É uma coisa "Se você não for feliz agora, vai morrer e se dar mal, simplesmente porque terá gastado uma vida inteira sem ser feliz e isso é totalmente imbecil ainda mais (no meu caso) quando você tem pessoas como as que tem por perto", é descomplicado e bem gostoso seguir minha religião. Sobre morrer eu não sei realmente, mas tenho um palpite, de qualquer forma ninguém REALMENTE sabe, porque nunca morreu e eu acho que é boa essa surpresa. O meu palpite é que quando a gente morrer vai acontecer o que achamos que vai. Por exemplo, se você pensa que vai queimar no fogo do inferno, vai. Então cuidado com o que acreditam, crianças, sério. Eu mesma acredito que quando morrer conhecerei pessoalmente todos os meus personagens e Deuses e viveremos na mesma enorme casa, com enorme biblioteca e vamos ficar rindo dos livros deles e brigando, eventualmente, já que teremos um bocado de opiniões diferentes, mas nunca vamos nos detestar e nem nada. E mesmo que morra antes de todos os meus amigos (o que é bem provável), eles morarão lá comigo também. Nós vamos todos correr pelo gramado verdinho, nos balançar em balanças feitas em árvores, sempre escutar música boa, ter todos os filmes bons do mundo nas estantes e todos os livros também. Nós vamos nos abraçar sempre e rir muito, ciúme é um sentimento inexistente nesse lugar, já que é a pior coisa de todo o mundo. Se quisermos que esteja frio estará e se quisermos que faça calor fará, mas acho pouco provável que tenhamos vontade de muito calor, vai saber.. Lá não existirão insetos, cobras e nem nada que nos machuque, coaja ou assuste. Fumar não vai fazer mal, comer não engordará e café não machucará o estômago dos mais sensíveis. Nossa casa vai se auto-redecorar sempre que a gente quiser e vai ser legal acordar e tentar adivinhar a nova casa, sempre terão festas a fantasia e gente nova pra conhecer, meus amigos, personagens e Deuses poderão sempre, claro, viajar pra outros lugares, tirar férias e coisas assim, pra eu sentir um pouco de saudade, um pequeno aperto no coração e ter uma alegria muito grande quando eles voltarem. Cada dia nossa casa estará em algum lugar diferente do universo e nós veremos as pré-estreias das melhores peças do mundo, além de poder caminhar sobre o tempo e desvendar todas as verdades dessa e de outras galáxias. Nunca ficaremos entediados, tristes ou sozinhos e sempre haverá alguém pra afagar nossos cabelos e segurar nossas mãos. Ninguém terá defeitos incomodos por lá (bem como eu ainda não descobri nenhum do Dimi, o que é sensacional e me faz sentir perto desse meu lugar quando eu estou perto dele). Terão jogos, cores e alegrias em tudo, nada competitivo ou competitivo o suficiente pra alguém se achar menos esperto, ágil ou qualquer coisa do tipo, que os outros. Poderemos mudar a cor dos nossos cabelos, nossa altura, tamanho do nariz e tudo em nós por alguns segundos, só pra fazer nossos amigos darem risada da nossa aparência estranha ou verem como podemos ser um bocado sensual, mas serão só por alguns segundos, porque eu amo todos eles bem exatamente como eles são. É um lugar assim onde existem várias luas, todos dia tem arco-íris e o sol não machuca minha pele. A gente não envelhece e nem fica brabo, é nisso que eu, sinceramente, acredito. Venho tentando fazer meu melhor e não me queixo. Ontem foi sexta 13 e, cumprindo as leis da religião, foi um dia absolutamente incrível! (:

quarta-feira, 11 de março de 2009

Mãe, não consigo andar.

Eu nunca mais vou achar que estou sofrendo depois do dia e noite que passei hoje. Não que não vá sofrer, claro..

- Levanta daí que está na hora de ir pro teatro.

- Mãe, não consigo andar.

A dor que consome meu corpo é a maior que já senti em toda a minha vida (e, sabe, já fui operada algumas vezes, quebrei alguns ossos e fiz ballet, então..) e sou ante dela completamente impotente.

Gritos não deixam nada melhor, chorar só adiciona dor de cabeça ao resto do sofrimento.

Minha tia me ligou algumas vezes durante o dia, bem preocupada, passou a noite do meu lado e presenciou meus gritos involuntários de dor, que me acordaram durante a noite.

Minha mãe, quando acordou gritou comigo, gritou que não ia mais me pagar *insira palavrões* de teatro ou academia nenhum, já que era pra eu faltar e quando chegou em casa brigou porque eu não arrumei a casa.

Eu não conseguia usar as pernas pra nada, rastejei pela casa porque ela estava atrasada e não podia deixar água ou algo de comer ao meu alcance, acontece.

Agora meu cotovelos estão em carne viva, mas Fernanda, não é porque você é atriz (vou ser, mãe!) que tudo na sua vida tem que ser um drama, pára de frescura (sim, adoro depender de quem quer que seja. Enfim..) e ande.

Ela, a minha mãe, não é má pessoa, mas às vezes esquece que tem filhos e que às vezes, mesmo depois de crescidos, os filhos precisam de suas mães.

Equívoco.

E eu, de alguma forma egocêntrica e imbecil (que é mesmo o meu jeito), achando que era especial.

terça-feira, 10 de março de 2009

Desmaiar, celular e desamar.

Eu vou desmaiar em 30 segundos, com certeza e ainda está chovendo, não consigo levantar meus braços e, Holden! Se bem que desmaiar na chuva não seria má idéia: - O que você vai fazer hoje de tarde? - Ah, estava pensando em.. em dar uma desmaiada na chuva e vo.. - Desmaiar na chuva? Sério? - Bem.. é. - Poxa, isso parece cem dólares. - E é. - Vou pensar sobre isso.. quem sabe dia desses a gente não dá uma desmaiada na chuva juntos? - Seria genial. Piscadela, cada um toma seu rumo, o desmaiador pensa: - Seria genial. Com os olhos brilhantes. Enquanto que o outro, sorrido abobadamente pensa em voz alta: - Desmaiar na chuva.. Depois disso o Adam Brody me ligou, pois é, pois é, eu também não acreditei. Estava no ônibus, em direção a livraria Cultura da Paulista quando "A Lack Of Color" começa a tocar baixinho em algum lugar, meu celular. Atendo o número estranho, achando que mais uma vez seria o querido que liga e depois de três "Alôs" meus desliga, mas esse número era mesmo estranho e a pessoa não desligou, a ligação era ruim e a língua era outra. A princípio fiquei "Mas quê?", até porque sempre sempre que ouço Death Cab lembro do meu muso absoluto Adanzinho, como assim ele me liga? E diz em tom bem humorado: - Sinceramente, minha férias não estão das melhores. Resolvi ligar pra um número aleatório. - Mas quê? I mean.. What? Pois é, minha gente, trocamos e-mail e é claro que eu não acreditei que fosse ele, até vê-lo pela webcam, enfartar e acordar. Às vezes deixo meus pensamentos livres demais e nem sempre isso é ok. "Enfim.." Extremamente deprimida (por ter terminado o livro) e incrivelmente apaixonada por Oskar Schell, que é um dos personagens mais *suspiros* de minha vida. É. Pois é. Então eu chego na minha casa, já completamente deprimida e minha mãe quer ter "uma conversa muito séria comigo", eu com os fones no ouvido finjo que não escutei, conversa muito séria coisa boa não pode ser, mas quando ela disse "sobre seu avô e sua avó" eu continuei sabendo que coisa boa não era, mas não podia deixar de querer saber o que era. Então ela me contou sobre um telefonema que ela fez pro meu avô, entre todas as coisas mais do que dolorosas que ela disse a que eu não aguentei foi "daí ele disse 'o meu neto.. blá blá blá e a sua filha blá blá blá'", ele se referia aos filhos de mesmo progenitor e mãe, um era neto dele e a outra, no caso eu, que costumava ser sua pupila, até onde eu sabia, era filha dela. A avó do Oskar jamais se referiria a ele dessa forma. Então eu corri pro banheiro chorar e minha mãe não entendeu nada, porque depois disso eu não disse mais uma palavra, chorei no banho, que é o melhor lugar de se chorar, fica aí a minha dica, mas sabia que qualquer coisa que eu tentasse falar me faria desabar de choro de novo, então preferi deixar mandar minha mãe com a sensibilidade de elefante dela me mandar para aqueles lugares, ao invés de só compreender e me deixar em paz, não poderia esperar isso dela, não que ela seja má pessoa, enfim.. Não lembro de ter me sentido assim desde a primeira vez que chamei meu progenitor de progenitor. E eu achando que nosso sentimento neta-avô estava a salvo. E eu que não saberia o que fazer se meu irmão me falasse que preferia que eu tivesse morrido no lugar de outro membro da família. E eu que achava que ao menos isso era seguro. Me pergunto se eu realmente já amei alguém e se as pessoas são realmente capazes de amar e, cada vez mais, acredito que a resposta seja única e objetiva: Não.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Minha mãe e meu objetivo.

Das grades da escola eu vejo o mar.

Escola que não é bem escola e mar que não é bem mar. Escola de atores e mar de prédios paulistanos.

Agora eu estou aqui na sala pequena, na que tem grades, porque a Michele, que é a moça que limpa nossa escola pra nós, me disse:

- , você não quer passar pra outra sala?

Não que eu quisesse, mas cá estou eu, sem colchonetes, ar ou um soninho a mais, mas em contra partida estou aqui "".

Minha mãe me ensina coisas de uma obviedade quase ofensiva, outro dia veio me dizer que é sempre bom tratar todos que nos prestam serviço pelo nome e me disse também que a Michele, a moça da escola, era gente como nós e que também tinha muitos sonhos e ambições, depois passou a me contar dos sonhos da Michele que ela conhecia. Mas oras, jura que condição financeira ruim não torna as pessoas menos humanas? Dessa eu não sabia!

Me pergunto se ela estava realmente querendo me ensinar isso ou se estava falando pra ela mesma em voz alta pra nunca esquecer, não sei..

Então quarta passada a mesma Michele me disse:

- Cadê sua mãe? Não a vejo desde o carnaval!

- Pois é, está trabalhando um bocado.

- Ela conseguiu cadastrar os 300 médicos?

- Até onde eu sei está no 216 ainda, mas vai conseguir.

- Esperamos.. diga a ela que estou com saudade.

- Digo sim!

E então ela saiu pra fumar um cigarro. O engraçado é que antes dessa conversa em só tinha falado com ela sobre banalidades e não tinha idéia que ela e minha mãe se conheciam ao ponto dela memorizar quantos médicos ou não minha mãe tinha que cadastrar.. engraçado mesmo.

Na verdade foi daí que surgiu o monologo da minha mãe que era mazomenos assim:

- Pra você ver, às vezes as pessoas olham aquela faxineira magrelinha, que fica fumando a valer e não dão nada por ela. Eu também fumo. A Michele é uma gracinha mesmo, nós conversamos muito. (Explicado!)

Depois de falar sobre aquilo que falei no ínicio ela começou a contar (ou a se contar, nunca sei) a história do corretor, que era assim:

- Outro dia fui fazer umas fichas ao lado de uma casa que estava a venda, comecei a conversar com o corretor e ele era um homem de tanta cultura, tão viajado, sabe? Logo lembrei de você e do Emílio (meu primo herói!) e contei o quanto vocês eram avançados e especiais (é que eu imito ele, gente) e quando eu contei que você abandonou a escola porque era inteligente demais pra isso (oi?) ele, pra minha surpresa, disse:

- Poxa! Que maravilha, que coragem! A sua menina fez a melhor coisa da vida dela.

Essa última parte da história me deixou confusa porque dias antes ela tinha falado que tinha vergonha das mães das minhas amigas, porque elas sabiam que eu tinha largado a escola e ela sentia olhares que a recriminavam, no entanto falou com orgulho dessa minha decisão pro corretor?

Minha mãe é confusa, enfim..

Fora ele só mais quatro pessoas me apoiaram nessa decisão, dentre elas:

- Mamãe (claro, já que se não tivesse apoiado provavelmente eu ainda estaria lá ou debaixo da terra, sei lá).

- Meu avô (o que foi a melhor surpresa da minha vida).

- O pai da Jenny Jen.

- A própria Jenny Jen.

O resto das pessoas ou finge que não sabe, ou me julga errada, inconsequente e burra. Eu sinceramente não dou a mínima, aliás, só precisava da aprovação da minha mãe e por questões legais, não psicológicas. Sempre soube o que quis e como conseguir, isso é bom pra mim e não é nenhuma convenção social infeliz que me impediria a felicidade.

Não dou a mínima pra o que nenhum de vocês pensa, só me importei com a Marininha, fora ela nem que o Rafa, o Dimi, o Emílio, o Tom, o Frango, nem que todos meus amigos (que foi mazomenos o que aconteceu) fossem contra mim, eu iria contra eles, como continuo indo há mazomenos um ano. O ano mais feliz da minha vida! (:

sábado, 7 de março de 2009

Botas pesadas, botas leves.

Então hoje eu tive um bom dia, que se transformou em mau, depois bom de novo, depois péssimo, depois ótimo e em seguida maravilhoso. Então não posso definir hoje bom ou ruim. Eu conheci um menininho no ponto de ônibus, então ele pediu pra eu não chorar, ele tinha argumento, disse que se eu chorasse minha maquiagem escorreria, ele tinha razão. Eu não chorei, até porque não tinha por quê. Então nós conversamos mais, ele me deu conselhos, tinha oito anos e quando ele disse que chamava Caio eu o abracei. Há tempo não conheço ninguém tão adorável e preocupado. Ele me disse que eu era linda e como tinha um quilo de maquiagem de clown na minha face eu acreditei. Ele parecia realmente gostar de mim. Nunca vi sorriso torto mais lindo ou sincero. E chegando em casa, digo, na casa da Jenny, me senti tão feliz de ter conhecido alguém assim e esse alguém ter me ajudado, porque ajudou, que não precisava de mais nada alegre pra dormir com as botas leves. Porém uma coisa absolutamente inesperada e feliz se anunciou e eu fiquei atônita de alegria, é mazomenos uma coisa "você só ficou braba porque quis, tonta", é mazomenos "você estava indo tão bem sem dramatizar". Mas eu explico pra mim mesma que não aceito o fato de magoar outras pessoas, dando assim o direito delas me magoarem o quanto quiserem e vendo que nem "podendo" elas conseguem ou o fazem, apesar de tentarem so hard, so sad.. Existem pessoas tão legais por aí, outras nem tanto e outras que eu preferia que não existissem. Há quem só fale sobre dejetos e isso é sério, mas ao mesmo tempo há quem te adore, nem que por cinco minutos e nunca mais. Deveria ter comprado aquelas três últimas balas, sou uma ingrata estúpida.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Botas pesadas.

As coisas nem sempre são como a gente quer, tudo bem. E isso é até um bocado cem dólares porque se tudo fosse como a gente quisesse e na hora que a gente quisesse, eu já teria matado minha mãe umas trezentas vezes, metade da minha família, aleijado a outra metade e definitivamente não teria nenhum amigo com mais de 2 semanas de amizade. Mas tem horas que, por elas não acontecerem, minhas botas ficam muito pesadas. Como por exemplo hoje: Elas já estava ligeiramente pesadas quando cheguei em casa, porque estava cansada demais, com fome demais e com sono demais, além de não ter muita esperança quanto a uma coisa que eu quero muito, mas esse último item estava esquecido em minha mente até que Jenny me diz: - Tenho notícias da pessoa que você quer muito ter notícias. E as notícias não foram nada boas e eu não posso fazer nada pra ajudar. Ele é um amigo um bocado cem dólares e está sofrendo sem que eu ou ninguém possamos fazer nada. Essas coisas que me revoltam! Ele é um bocado jóia e coisas assim acontecem, injusto, totalmente, incrivelmente, excepcionalmente injusto, na minha opinião. Mas vai passar logo ou pelo menos é essa minha esperança, já que toda vez que vejo, por exemplo como nesse exato momento "01:01", peço: "Que tudo volte a dar certo pra ele". Eu confio nos poderes dos relógios e sempre vou confiar, digamos que isso faça parte da minha religião, que eu chamo de Ferdiana, mas deixa isso pra lá que não tem relevância nenhuma. Eu preciso descansar porque amanhã meu dia vi ser 300 dólares, pra compensar as botas pesadas de hoje e quem sabe amanhã ele também não viva um dia feliz, fazendo meu dia de 300 passar a 400 dólares com facilidade. (:

quarta-feira, 4 de março de 2009

Não sei nomear.

Escrever é uma arte sem título. Você não pode começar um texto partindo do "nome" dele. Porque, se assim você o faz, você terá que se manter fiel a algo e seu texto perderá toda a liberdade de tomar o rumo que bem entender conforme for sendo escrito. Ao mesmo tempo que os meus, que tem total liberdade, acabam por ter tanta, mas tanta, que não sei o que fazer com o campo "Título" do blog. Intitular um texto (antes de escrevê-lo) é podar um texto. Por isso sou tão contra redações temáticas, digo, é claro que pode sair algo bom, quem tem talento e técnica pra escrita tem e pronto. Mas, em redações temáticas se surgir uma idéia que fuja do tema, o que fazer? Descartá-la, seria a resposta óbvia. Mas descartar idéia no meu governo é crime. Crime inafiançável! *O juiz bate seu martelo* - O réu foi condenado a prisão perpétua. - Bem, que crime cometeste para estar por aqui, companheiro de cela? - Eu? - ... - Matei meu pai com um cajado, mas o véio mereceu, mano. E você? - Eu, bem.. me sinto desconfortável de falar nisso.. - Falaí, mano. - É, que, bem.. eu.. fiz uma coisa, eu.. eudesperdiceiidéia. - VOCÊ O QUÊ? - Bem, é, pois é.. desperdicei idéias. :( - Muitas? - Prisão perpétua. E o assassino, indignado, incrédulo, quase chateado, se afasta balançado negativamente a cabeça e pensando em voz alta: - Desperdiçou idéias..

domingo, 1 de março de 2009

Insônia: Não tenham.

São quase duas da manhã, amanhã acordo antes das seis, terei um dia longo e exaustivo, estou cansadíssima, querendo, precisando, implorando pra dormir mas.. nada. No começo achei que era porque é comum eu demorar um pouco no calor, mas horas se passaram e está começando a ficar absurdamente irritante essa condição dessonhante. Ligeiramente desesperador pensar nas consequências de amanhã. Vejam vocês, estava eu deitada em minha cama, o maldito turbilhão de pensamentos não parava nunca, então eu comecei a, forçadamente, pensar: "Preto, preto, preto, preto.." e nem isso fez o turbilhão parar, aliás o imbecil até criou teorias sobre "preto", depois inventou uma música que eu já não me recordo, começou a escrever textos que eu, só de raiva, interrompi e depois começou a cantar, céus, como nossa mente pode ser inconveniente! Daí eu resolvi que sem calor tudo ficaria calmo e bem, fui pro chão frio da sala e liguei o ventilador na minha face, nada de ficar gelada e quando fiquei, nada de sono. Ler! Genial! É disso que eu preciso! =D Não. Até pra televisão eu apelei, tentei e tentei, resultado? Resolvi apelar pra internet e a primeira providência, claro, seria escrever sobre. Até porque quando se escreve tira-se um pouco do peso que aquilo tem, em situações negativas. Se depois disso eu não dormir vou começar a me observar e ver se não existe nenhum Tyler Durken por aqui, fiquei com medo.