sexta-feira, 29 de maio de 2009

E eu vou.

Assim, assim, andando pra lá e pra cá, meio perdida, meio acompanhada, eu não me sinto sozinha, não me sinto olhada. Sou uma espécie de espectro que ronda e não sente, assim, assim.. Eu sento de um jeito só meu, sou um espectro único, eu me contorço e me mostro bailarina. Depois mais tarde eu tomo um chá. Visito amigos imaginários, em ruas imaginárias de lugares inexistentes. Então eu grito de brincadeira, faço chorar por amor, os soluços me enchem de uma doentia alegria de importância. "Não quebre a casa, por favor", ele chorava. E acidentalmente eu quebrei e minha cena fechou perfeita com o estardalhaço dos potes se quebrando, espectro que sou não teria coragem de quebrar tudo por querer. Eu gritei e gritei, inventei frases sem sentido e fingi perder a sanidade. Em situações limítrofes a gente mostra o que é. Ou no tédio. Tédio. . Di. O. Tédi, oh. O, Tédi. Tedy, oi! Eu posso fazer absolutamente tudo que quiser, sou tão viva que só existo dentro de você. Seu choro e seu ódio, seu mais profundo suspiro piegas, eu sou uma pétala de rosa estourada por um menino travesso, porém sensível, depois de uma bronca não merecida. Sou eu que abraço ele todas as noites quando ele chora de solidão. Sou eu que vou ao seu encontro quando ele joga um vaso na parede e grita que quer ficar sozinho. Eu faço ele escrever e ele nem percebe. Então eu vou, com um bocado de folhas que voam eu vou junto. Vou e carrego tua vida comigo, eu vou embora e minha não-existência faz você apenas existir. Então eu tiro um cigarro do bolso, jogo água fervendo na cara de alguém desagradável, depois dou meia volta e abraço aquela árvore. Você não entende como eu vou, espectro que sou. E se entendesse seria burro, não tente, eu sou absolutamente indecifrável.. e eu vou!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Eu gosto tanto de você..

Eu estava sinceramente apagada fazendo caretas pra mim mesma no retrovisor do caminho de volta pra casa.

Ainda tinha todas as risadas da manhã com o maxilar dolorido de prazer, guardava o vestido, o acaso e não prestava atenção nas canções ou ruídos.

Até a que eu dedico a você começar "Eu gosto tanto de você, que até prefiro esconder, deixa assim ficar, subentendido.."

Pensei em ter culhões pra declarar essa canção tão boba, que podia te dizer tão nada, mas preferi me esconder de novo, atrás de um texto que você provavelmente nem chegará a ler (infelizmente você não frequenta esse meu lugar como frequentava antes) e se ler, tampouco terá certeza que é de você que estou falando..

Mas ainda assim espero que você leia e que um pássaro roxo sopre no seu ouvido "É você.." e você volte a me tratar melhor e com o carinho que me tratou aquele dia, aquele dia..

Tão memorável pra mim, tão absolutamente banal pra você, provavelmente esqueceu dele, do que disse e do sorriso, mas não tem nada não.. Garotos são assim mesmo, sempre esquecendo o que disseram, fizeram ou suscitaram.. garotos..

Mas sabe, idiota que seja, eu acho que um dia a gente se acerta, de verdade, porque não sou só eu que acho que o casal nós dois seria agradável e feliz. Além de mim outras pessoas e você, aposto, aposto nada, minha insegurança jamais me deixaria apostar que meu sentimento é reciproco mas, olha que irônico, minha razão me diz que sim.

Minha razão fala pra eu ficar tranquila, que dia ou outro a gente se esbarra novamente, você diz aquilo de novo e a gente se acerta. Dia ou outro..

domingo, 24 de maio de 2009

Eu nos destruí.

Mais uma vez eu consigo estragar tudo. A pessoa que eu esperava pra me trazer toda aquela alegria de novo talvez não queira mais vir, não queira mais ver, independente de mim acredito que vir ele venha, mas não mais me procurará, não vai conhecer minha família, minha árvore ou minha vista, não vai querer mais saber de meus amigos, alegrias, meus sorrisos. A pessoa que eu espero pra me trazer toda aquela alegria de volta, aquela pessoa me conheceu bem demais e não que precise disso para não gostar de mim, mas quando me conhecem bem demais as pessoas precisam não de mim mais gostar, eu sou detestável. E por ser assim detestável perdi aquele sotaque e aquele sorriso, perdi aquele abraço alto e beliscões, perdi metade dos meus planos pro futuro e noventa por cento da felicidade de lá. Graças a minha detestabilidade eu não mais tenho esperanças nisso, naquilo e em todo o resto. Não terei ninguém pra me esquentar as mãos ou só sentar comigo na Cultura e conversar, a Paulista não terá mais graça e o metrô me fará chorar todos os dias que eu lá estiver sem ele, como às vezes já faz, mas agora sem esperanças de retorno ou de abrigo. Agora sem esperanças. Um dia é suficiente pra você me mandar embora de você, um erro é sempre o suficiente quando falamos de mim, porque eu, quando erro, erro com maldade, com maldade de magoada, eu sou uma completa imbecil. Desde seu primeiro "Ferdi" desajeitado eu pensei em tudo pra gente, na dimensão da nossa amizade, eu te adorei desde o primeiro telefonema. Eu ansiei que "Entre os Muros da Escola" acabasse pra poder te ver. Eu nunca duvidei de você ou da sua amizade, eu nunca duvidei de nós e da nossa alegria. Mas agora te vejo escapar entre meus dedos e uma coisa tão bonita se perder. Você era minha última esperança doce, que agora foi embora com todas as outras. Eu joguei tudo no lixo, nos destruí, é minha culpa, eu sei e é irrecuperável. Eu jamais disse isso, eu sempre tenho medo de você entender errado e fugir, a única coisa que eu nunca quis desde sempre foi me afastar, então eu nunca disse o que vou dizer agora e que, de fato, sinto e sinto muito: Eu amo você. E por mais que pra ti tudo tenha acabado eu, pelo menos isso, vou conservar, meu amor por todas nossas memórias do que viria a acontecer, meu amor por tudo nosso, mesmo que a partir de hoje tudo que venha de você seja indiferente, em mim o amor não vai morrer. Desculpa por estragar tudo, eu nunca quis te magoar, não de verdade.

sábado, 23 de maio de 2009

Graças a você.

Perdi meu frescor virginal, Meu brilho, Minha esperança nos amores que duram. Graças a você perdi bons momentos, Bons amigos, Meu amor nas companhias eternas. Graças a você perdi os pássaros, A graça das frutas, A beleza das flores. Graças a você perdi a graça e a postura, Graças a você perdi a doçura. Perdi meus modos, Minha maneira de sorrir, Graças a você não consigo persistir. Graças a você há algo de errado, Por sua causa me tornei um mal amado. E todos meus próximos amores serão incompletos, Graças a ti, meu bem, sou paranóico e frio, Graças a você o abismo se estira, Pareço uma pedra, dor, apatia. Mas ainda faço o favor de rir, querido, das piadas alheias, Das minhas próprias, Das coisas derradeiras. Ainda conservo bons amigos e sentimentos, Você me levou o romance, baby, Mas nem só de romance vive a boêmia.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Graças a carente infeliz!

Eu não sei pra quê fazer as pazes com gente imbecil se a gente sabe que a pessoa é imbecil. Não sei porquê aquele lenga lenga todo. Não sei porquê me implorar mais uma chance, vir em casa e fazer toda uma cena se o erro persiste. Eu prefiro perder a dividir com alguém como esse alguém é. Eu prefiro morrer sozinha do que isso. Vou mesmo, de qualque forma, morrer sozinha que eu sei. Todos vocês, amados amigos, mais cedo ou mais tarde não mais terão carinho por mim ou farão algo que me faça perder o que tenho por vocês. Todos vocês, um a um, até eu morrer. E eu tenho certeza, meus caros, que se me restar a piedade de meu irmão a esmola será muita. Eu nasci no tempo-espaço errado. Meus sentimentos e pensamentos não condizem com o esperado e não é perturbação mental, é diferença. Eu sou diferente e vou, por isso, morrer sozinha, meus caros. Não exauto a diferença, relato. Na verdade eu renuncio nesse momento. Casem-se, sejam felizes, todos vocês. Tenham filhos e cuidem deles pra que eles sejam absolutamente normais. E depois morram também, morram devagar e infelizes. Um dia eu desejarei isso de qualquer forma, amados meus, então que seja agora, antes que vocês sejam mais rápidos. E não sintam pena de mim, dó, nem nada parecido, não se acovardem. Pra mim pouco importa. Fodam-se, morram, do fundo do meu coração! Não preciso de ninguém pra existir, nunca precisei. Ouvi que ela queria ser eu, alguém acha. Não sei se concordo, sei que abomino e me pergunto: Por que tem sempre alguém querendo ser eu? Saibam que é sim uma experiência maravilhosa, todos deveriam experimentar um dia. Óh sim! Mas por quê? Criem suas existências medíocres e parem de perseguir a minha, malditas crianças de mãe odiosa. Morram com vossos pais, MORRAM!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Neta relapsa.

Eu tenho meus dois avós paternos vivos e uma avó materna. Eu vejo minha avó materna com uma frequência deliciosa, ela é minha vizinha e eu a amo, porém.. Porém com meus avós paternos a coisa é diferente, eles moram mais longe e moram com uma pessoa que eu não falo. Digo, a pessoa mora com eles, então às vezes é constrangedor e eu acabo evitando, o que é a coisa mais imbecil que eu poderia fazer, eu reconheço. A questão é que eu amo muito, mas de uma forma indescritível meus avós, eles sempre estiveram e fizeram tudo por mim, tudo e mais um pouco. Por exemplo, hoje fui visitá-los e meu avô, que sabe que eu sou viciada em leitura me deu livros, sabe quantos? Doze, doze livros de uma vez. Ele sempre foi assim comigo. Não que eu dê a mínima pros presentes, é o gesto, ele sabe que eu vou ficar a pessoa mais feliz do mundo sabendo que ele quis fazer algo pra me fazer ser a pessoa mais feliz do mundo, sabe? Então hoje ele me levou onde eu precisava ir, andamos de mãos dadas por aí, eu ele e a , ele pagou o que eu ia comprar, me trouxe em casa e nós, como sempre, conversamos muito e sobre tudo, ele é um gênio, um de verdade. Eu cheguei na casa da , ela estava sentada comendo pão de mel de prestígio e tinha um iogurte aberto em cima da mesa, abracei ela forte e perguntei como ela estava, parecia que ela estava estranhando eu a chamando de , mas ela não disse nada, só me deu conselhos, conselhos diferentes. Há meses atrás eu contei uma história semelhante à ela e ela respondeu que eu não devia confiar em homens jamais, que a vida era melhor sem eles, que eu ia acabar magoada de qualquer forma. O Alzheimer faz ela pensar que meu avô já não mais a ama. Hoje ela disse, com bom humor, que mágoas acontecem, mas que eu não devo chorar por conta disso, só ignorar, ignorar e tentar com outra pessoa e se tinha uma pessoa boa na minha vida, eu devia mesmo me alegrar, mas não falar nada, meninas boazinhas esperam que os rapazes falem com elas e as tímidas também e ela sabe que eu faço parte das duas, apesar de discordar que seria maldade ou coisa assim se eu fosse corajosa e tudo. Meu disse pra sempre que eu quisesse bons conselhos sobre a vida procurasse ela, mas ele estava sendo irônico, ele sabe do pessimismo que essa imbecil dessa doença traz e tudo. O engraçado é que ela foi mais otimista do que eu poderia ser nos meus melhores dias, quem dirá nos apaixonados.. Ela disse até que ia dar certo com esse moço bonzinho que eu conheço, que era pra eu me acalmar e tudo. Eu quero minha avó de volta. Eu quero ela de volta. Ela é assim, ela é genial, ela é linda, ela me ensinou a viver, ela me ama, ela não acha que eu seja uma idiota nem nada (apesar de agora achar que todo mundo é), ela se importa comigo e, mesmo com dor vai em todas as minhas apresentações de teatro e sempre diz que foi maravilhoso e que eu era a melhor, mesmo doente assim. Eu quero ela boa de novo. Eu vou fazer ela ficar boa de novo. Eu nunca mais passo mais de uma semana sem vê-la, nunca, eu juro pela minha alegria, juro! Eu sou a pior das criaturas, como posso, como? Hoje foi um dos dias mais lindos da minha vida, de novo, nós só ficamos juntos. Só isso.. ps.: Parabéns pra garota com coração de diamante, mais graciosa e brilhante que eu já conheci. Também te amo muito!

domingo, 17 de maio de 2009

Alegrias que não tou mais sentido.

Já vou avisando que não estou no estado de espírito, até porque ninguém leu meus dois últimos e isso me deprime pra burro, como se não bastasse, acabei de, inegavelmente, me apaixonar (coisa que me tira a paz e o humor), até terminei meu namoro por conta disso, ok que era imaginário, mas eu tive que falar "Cacá, não podemos mais, estou apaixonada por outra pessoa" e tudo, mas mesmo assim toda chateada eu preciso escrever, sério.. É que tive o melhor final de semana da minha vida (tirando a parte de ter me apaixonado), foi absolutamente genial! Eu fui pro meu amado curso de filosofia do cinema (que não carrega esse nome, mas o chamo assim pra simplificar), depois vi o Delcolli, mas assim, rapidamente, porque fomos pra lugares diferentes, ele foi pro show do Nasi (e adorou) e eu fui pra casa da Lucy (e amei). Ah, Delcolli é um amigo meu, ele fazia curso de história do cinema comigo, mas a gente não se falava na época, depois começamos a conversar por internet e foi a primeira vez que vi ele pessoalmente desde que viramos amigos. A casa da Lucy, bem, pensem em um lugar que a primeira coisa que o dono da casa fala quando te vê é: Você é linda, maravilhosa, muito bonita mesmo! E depois ele cozinha a comida mais deliciosa do mundo pra você, depois ele conversa com você por horas e horas com uma sinceridade e graça tão grande que te faz chorar, chorar mesmo, de emoção e esperança. Esse é o pai da Lucy e graças a conversa dele consegui ficar feliz e ter uma noite genial, mas isso vem em seguida. As priminhas da Lucy, bem, nós íamos brincar de "stop" e elas quiseram ver meus desenhos, eu estava com um caderno com 45 desenhos e elas fizeram questão de ver e ouvir a detalhada explicação de todos eles, além de terem GOSTADO DOS MEUS DESENHOS, elas são muito boazinhas mesmo, mesmo. Fiz um pra Lê e um pra Lívia, só delas. Depois disso a gente ficou rolando e se amontoando e fazendo cócegas e viramos irmãs de coração, agora eu tenho mais quatro irmãs: Lucy, Lê, Lívia e Laís. Além da Lucy, a mais velha delas tem 9 anos e todas são geniais, além das criaturas mais carinhosas do mundo, sério. Elas precisam conhecer minha família! Aí deu 11:45, fazia parte da virada quatro filmes de terror durante a madrugada, a partir da meia-noite. Ok, o primeiro filme eu assisti sozinha, depois achei o Caio e o Felipe e assistimos o resto juntos. Só o terceiro que a gente não conseguiu porque era a coisa mais chata do mundo e a mesma coisa que o primeiro e coisa e tal, aí saímos pra dar uma volta e o Delcolli é muito mais genial do que eu imaginava, ele é tão.. humano! E divertido e tudo mais, sério. A pena é que a previsão de nos vermos de novo é total indefinida. E moramos na mesma cidade, bem jóia. Mas essa é a vida :D Aí depois dos filmes fomos pra nossas respectivas casas e falamos "amanhã nos vemos no show do vanguart", só que.. eu sou genial e não pensei nem em um ponto de referência. (y) Daí só achei o mesmo no show do Lenine, que, diga-se de passagem foi a coisa mais genial, ele é um máximo e eu o amo. Lenine, casa comigo. Não achei UM torrent do Lenine sequer, fiquei furiosa, nem tenho ele nesse pc, mas essa é a vida parte II. Sem contar que tive coragem de falar com um garotinho genial e tudo e ele foi realmente gentil e receptivo comigo. Olha, eu sei que o texto tá uma droga, avisei que não estava no estado de espírito, mas eu quis partilhar minhas alegrias de final de semana, mesmo sem estar NADA feliz no momento. Aliás estou deprimida pra burro, como diz minha mãe estou sem Deus no coração e vou procurá-lo, sei lá como. Se é que acredito nele ou coisa assim.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Josenilda.

Eu poderia dizer que ela é minha emprega, já que ela trabalha aqui em casa, mas não o farei. Primeiro porque não sou EU quem emprego ela, é minha Mama, segundo que ela tá mais pra um ser excêntrico, divertido e amigo do que pra uma empregada. Ela é muito legal, a Jose, só fica braba quando eu corrijo as palavras que ela fala, mas todo mundo fica quando a gente faz isso, só que ninguém fala, ela manda eu ir me ferrar. Ela num gosta também quando eu chamo ela de Jovenildson ou coisa assim, mas aí ela me chamar de Fernadiana ou alguma coisa estranha também e pergunta, irônica: Gostou? Eu, só pra deixar ela mais braba digo: Jovenildson, que dom! Parabéns e obrigada. Que lindo, vai ser meu nome artístico agora! Daí abraço ela ou faço algo irritante, a gente parece duas menininhas da quinta série, é engraçado. Mas ela é totalmente jóia pra mim, papo sério. Eu atrapalho a faxina dela na maior e mesmo assim ela se esbalda quando eu estou aqui. Ela ri de tudo que eu faço e diz que morre de medo de mim: Sua menina estranha. Mas eu sei que ela me adora. Ela trabalha na família desde que eu tenho 6 anos. No duro, acabei de perguntar pra ela, nem sabia que fazia tanto tempo, CARAMBA! 11 anos.. eu nem tenho 11 anos, quase.. Pois bem, quando eu era pequenininha de idade (e só disso, porque naquela época eu era alta pra minha idade) ela ficava me contando coisas que eu tinha curiosidade de saber e não tinha vontade de perguntar pra outras pessoas. Significados de palavras, coisas assim, que, como eu não sabia o que era eu ficava com medo: Vai que é palavrão? E ela sempre me ajudava, era jóia. Também naquela época eu lembro que eu tava sempre sentada na mesa da casa da vó tomando suco de uma ou de tangerina, eu morava lá ainda, e ela lavando louça, então a gente conversava tanto, todo dia, que nem sei da onde a gente tirava tanto assunto, eu era uma criança estranha, talvez por isso ela não estranhe que eu seja também uma adolescente estranha (segundo ela) ou que eu vá me tornar uma mulher estranha e tudo. Ela acabou de dizer: Te vi pequena e vou cuidar dos teus filhos. Eu respondi: Não vou ter filhos. E ela com aquele jeitão dela: Não quer ter filhos, ? Cruz credo! Daí eu ri e fiquei pensando que é engraçado ela estar há tanto tempo com a gente, ela só tem 38 anos e tudo, não é velha nem nada. Por falar em velha ou não velha, tem uma outra curiosidade nessa coisa minha e da (quando eu tou boazinha chamo ela de ), ela faz aniversário no mesmo dia que eu: 15 de janeiro. Aí naquele ano que a tia Mara morreu bem no nosso aniversário, eu lembro, estava chovendo e eu estava chegando na ao mesmo tempo que ela, ela estava toda feliz e tudo, nosso aniversário. Mas eu tava um trapo, chorando de soluçar, queria morrer mesmo, de que droga nos serve um aniversário quando a mãe das primas que são nossas melhores amigas, nossa tia que era tão boazinha pra gente morre e a gente é obrigado a acordar logo com essa notícia? Então ela ficou me consolando e tudo, fiquei triste de ter estragado o aniversário dela também aquele ano (sei que ela não gosta de me ver triste, sempre que tou deprimida por causa de alguém ela xinga muito essa pessoa e fica braba), mas não foi minha culpa nem nada. Sabe o que foi mais sádico naquele ano? Que quinze dias depois que minha tia morreu, morreu meu tio, esse por parte de Mama, daí eu fiquei morta de medo e vendo quem da família eu preferia que morresse no próximo dia quinze. Achei que tinha virado uma regra ou coisa assim, que todos iam morrer, um por vez, de quinze em quinze dias. Eu sei que é um pensamento meio burro, mas eu era bem pequenina e tudo, estava muito assustada, mas ninguém morreu no dia próximo dia quinze, talvez porque fevereiro não tenha trinta dias. Ufa! Está um dia nublado, cinza, frio pra burro, deprimente, do jeito que eu amo. Acordei, abri a janela toda entusiasmada e disse: Que dia lindo! Ela me olhou, balançou a cabeça negativamente reprimindo um sorriso e foi pra sala falando: Ai.. Fernanda.. Ela é ótima. Eu tenho um carinho enorme pela , quando minha família não fica de implicância com ela, principalmente. E espero mesmo que ela continue trabalhando aqui até os filhos do Biel nascerem e tudo. Às vezes quando ela tá aqui eu faço uma coisas pra ela achar que eu sou louca mesmo, tipo faço outra voz e arrasto o pé ou me fantasio de vampiro, sério. Outro dia dei maior susto nela, foi hilário! Acho que é por isso que eu gosto tanto do Apanhador, na hora que o Holden conta que ele ficou "Mãezinha, meus olhos, meus olhos" eu pensei na hora que era exatamente o tipo de coisa que eu fazia com a Jose. Eu faço isso porque, além de ser uma pessoa idiota, a reação dela é a MELHOR. Se todo mundo reagisse como ela provavelmente eu sairia TODO DIA e não só de vez em quando vestida de vampiro, de palhaço ou coisa assim, porque é demais o jeito dela, no duro. Ah, foi ela também que brigou com a empregada da vizinha por minha causa. Acontece que a empregada da vizinha perguntou por mim: Nunca mais vi aquela garota. Acontece também que na casa da minha vó vivem entrando e saindo mais de MIL garotas, como ela ia saber de quem diabos a outra estava falando? Aí perguntou: Qual? Sabe o que a infeliz respondeu e na maior? "Aquela que é deficiente mental". A Jô não tinha a mínima idéia do que ela estava falando porque, ainda bem, não tenho nenhum deficiente mental na família, então a outra falou: Uma loira (eu sou a única loira por parte de Mama) que fica sentada aí na varanda, quase caindo, fica falando sozinha. Aí ela virou uma fera, xingou a mulher de tudo que era nome e disse que se ela não sabia ser feliz reconhecesse sua ignorância e parasse de fazer fuxicos burros pra vizinhança, chamou ela de tudo que é nome. Ela é genial! Ela não trabalha mais na , trabalha no meu apartamento e é boa pra diabo, deixa as coisas brilhando e tudo. Ela me conta um bocado de histórias de quando ela morava no norte e tudo (na verdade ela é do nordeste, mas ela sempre fala "lá no norte", enfim..), histórias de agora, das filhas dela e eu acho super. Ela adora ouvir minhas histórias e às vezes eu fico seguindo ela pra gente continuar a conversa por horas, eu adoro.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Três em um.

Eu ia começar dizendo que "Não, esse não é um texto babaca sentimentalista sobre pessoas apaixonadas e nada do tipo" seguiria falando que "Até porque acho uma grande idiotice essas pessoas que, quando estão apaixonadas, dizem que são uma só" aí ia explicar que "Eu mesma nem sei quantas posso ser sozinha, imagina em dois", aí ia justificar o título do texto (que seria "Dois em um") dizendo que é porque ia aproveitar um texto só pra falar de dois assuntos, mas agora essas explicações e observações não fariam mais sentido, já que vou falar de TRÊS assuntos e então o título teve que mudar.

E nunca vi um relacionamento à três pra dizer que eles dizem que são três em um, então limitarei-me a dizer que não lembro bem quais são esses três assuntos, sei que um é o vendaval, outro é sobre dançar no metrô e o terceiro me fugiu, fazendo com que tornasse novamente possível o título do meu blog ser aquele lá e tudo, mas eu quero três agora e como não lembro o outro vou falar dar músicas que eu fiz hoje.

Ao vendaval.

Minha mãe me disse que os metereologistas estavam prevendo um vendaval pro final da tarde.

E não é que os danados acertaram? Digo, em partes já que por aqui começou agora e final da tarde pra mim é das 17h às 19h, no máximo.

Fora isso, bem, o vendaval em si. Sabe, quando minha Mama falou ela parecia bem preocupada e tudo, mas eu fiquei foi feliz, porque acho que não tem coisa que consegue me alegrar mais que um vento na cara. É, às vezes depende do sentido, eu não gosto de ter toda essa cabeleira jogada pra frente, mas não gosto de tirar também quando tou lutando contra o vento, porque sei que de qualquer forma ele fará o que quiser, daí prefiro andar que nem louca na rua mesmo, que de qualquer forma costuma ser meu normal, de acordo com a minha Mama.

Mas no fim da uma dó, eu penso muito nas pessoas e animais que vivem na rua, se bem que me veio uma imagem divertida na cabeça: Todo mundo (incluindo cachorrinhos, gatinhos falantes e tudo mais) sendo levantados pelo vento e se segurando nos postes, hahaha. Assisti muito Tom & Jerry na infância, pois é.

Não tem graça, eu sei, mas meu humor é uma droga mesmo, eu tenho total consciência. Por exemplo, não acho nada mais engraçado do que ver uma pessoa se esborrachando no chão (mas não quando sangra ou são velhinhos) ou quando minha Mama bate o dedo e faz aquelas caras, eu rio muito, ela falta me matar.

Mas como eu já parei de falar dos ventos vou pro outro assunto, o da dança nos metrôs.

Não estou falando de me balançar conforme a música (todo mundo faz, ou deveria fazer, isso), tou falando de dançar mesmo, girar e correr e berrar. Eu concordo que seja uma coisa bem infantil de se fazer, é mesmo, mas eu gosto muito.

Apesar de que só fiz isso duas vezes na vida, uma estava com duas primas minhas que são bem minhas amigas, a Bia e a Maíra, na verdade fiz mesmo porque elas começaram, fiquei com uma vergonha danada por causa da câmera e tudo, mas no fim me diverti a valer, mas depois de um tempo eu esqueci, nem pensei que teria outra oportunidade (eu faço isso quando um vagão está TOTALMENTE vazio, ok, e também quando estou no estado de espírito) então esqueci mesmo. Mas não faz muito tempo tive outra, dessa vez com a Jenny e foi genial. Agora um amigo nosso, o Luiz, trabalha no metrô, daí eu disse, achando que ela ia ficar com vergonha: - O Luiz deve estar nos vendo. E sabe o que ela respondeu? Ela é ótima mesmo, ela olhou pra câmera, deu tchau e disse: - Oi, Luiz! Daí eu ri um bocado e nem me importei de ficar lá sendo ridícula, com aquela sensação de liberdade, nem se o Luiz tivesse olhando, filmando e mostrando pra todos os nossos amigos ou coisa assim. Foi genial.

Sobre as músicas eu não tenho muito o que dizer, só que compus duas hoje e gostei delas. Mas acho que a Jenny (ela compõe comigo e tudo) não gostou, ou era o porcaria do msn dela mesmo, não sei.

Mas de qualquer forma ela só viu uma e a que meu amigo mais gostou foi a que ela ainda não viu, uma eu falo sobre um casal (deve ser por isso que ela não gostou, quase toda música chata fala duma droga dum casal, mas eu quis e fiz e pronto) e a que ela não viu é sobre o outono.

Acho o outono uma estação totalmente jóia, com seu céu azul, suas temperaturas amenas, noites limpas, sol claro. Acho lindo, principalmente pra fotografar paisagens, sou apaixonada.

Olha só, não falei desse troço das fotografias na minha música, vou ir lá e falar, porque é muito importante fotografia pra mim e tudo, muito mesmo.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Felicidade em cores.

É fácil descobrir que eu gosto de desenhar, a começar pelo próprio layout do blog que é de minha autoria. E é fácil também notar que, apesar de amar e fazer isso com uma frequência absurda, eu não desenho nada bem. Primeiro porque gosto da questão infantil que desenhos trazem por si só, desenhar É essencialmente infantil e sempre será, é singelo, é puro. Ou deveria ser, enfim.. Segundo porque, justamente por gostar desse estilo evidentemente infantil, jamais estudei qualquer outro e nem tenho vontade. Por falar nessa questão "estudo de desenhos" citarei uma coisa engraçada sobre isso. Conheço um bocado de bons técnicos de desenho (desenhistas não, desenhar é outra coisa, eles tem técnica, ponto), e admiro muito a dedicação que eles colocam naquilo tudo tão tabeladinho, tão perfeito, tão cheio de regras.. Regras! Posso rir no meu blog? IHADUAHDIUAHSDIAUSDH AUHDUAIHDIUAHSDOIUAS HDOIUHAOIDUHAUDHADE Ok, passou. Então, regras, tabelas, livros.. Eu sou uma pessoa a favor do conhecimento, muito a favor. Mas acho que criatividade é muito além, criatividade é conhecer o seu mundo e não o que os outros pintaram como verdade e nós aceitamos. Criatividade expressada é arte. Técnica expressada é técnica. Não toca, não alcança, não há fruição.. Não que todos que tem técnica não tem arte, claro que não estou dizendo isso, seria um absurdo. É mais uma dica para os que acham que a técnica basta. Que adianta fazer corpos perfeitos se não sabemos a que eles vem? Sério, que adianta um desenho impressionante na perfeição e que fica só no impressionante? É a mesma que assistir um filme Holywoodiano cheio de efeitos especiais, legal, ok, mas.. só isso? É pra isso que as pessoas querem fazer "arte"? Pra exibicionismo? Mostrar que foram à escolhinha? Desculpa, mas isso qualquer um é capaz. Ah! Alguém avisa essa galera, Brasil! Papo sério. Vão pensar um pouco antes de se auto-intitular "O" grande desenhista ou "A" rabiscadeira genial. Pfffff. Eles assim, tão impressionantes e só, enquanto eu, tão simples, arranco lágrimas, reflexões, alegrias e até medos quase que diariamente de um bocado de pessoas. Então, obrigada, mas acho que por enquanto continuarei com a minha arte, que por hora não tem técnica (se é que terá um dia) mas cumpre sua função de arte, não de entretenimento. Beijão.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Há de ser minha de novo.

Ela é o meu amor, sempre foi, desde o primeiro dia que vi aquele sorriso cercado por uma colossal cabeleira ruiva, naquele parque que é tão nosso, o céu era de outono, como agora, eu amo ela desde aquele momento. Depois de nos apaixonarmos não nos desgrudamos nunca, ela meu amor, eu o amor dela. O loiro ruivo de sempre. O jazz de sempre, a bossa-nova e a música clássica. Sempre os livros e cafés. Sempre os sorrisos abraços e futuro, muito futuro. Um dia, como quem não quer, falei para morarmos juntas e a alegria foi maior do que eu imaginava. Em todo lugar eu e meu amor escolhíamos utensílios futuros pro nosso apartamento tão pequeno e aconchegante, lá do ladinho da Paulista. Ela falava comigo e eu falava com ela. Ela era minha flor e as flores que eu via no cabelo dela não mereciam nem ali estar, por não serem dignas dela, não são dignas dela. Tudo era assim, como nuvens com desenhos em um dia de outono, até que eu deixei de ser eu por instantes (graças a algo que eu atribuo à minha infância eu tive um temperamento bem doentio), então por instantes ataquei sempre os que mais amava. Sobre namorado, sobre amigos, sobre mãe e sobre ela.. Ela que confiava sua vida em mim, ela que nunca imaginou que eu fosse capaz.. Por ter tanta confiança um dia ela entrou na minha mente e viu que eu já a havia atacado, ela não esperava tamanha traição, não vindo de mim. Mas nunca foi de mim que veio, sempre a amei com olhos de apaixonado e inspirações de poeta. Então ela se foi, junto com ele, eles se foram juntos e me veio o pranto. O pranto eterno e o coração em frangalhos, o coração sangrando a ponto de morte e meu medo, minha doença, minha saudade.. Toda tristeza é saudade. Nem toda saudade é tristeza. Então com a sabedoria dos escoteiros, com o tempo que se passou arrastado demais pra ser chamado de tempo na ausência dela, com uma coragem emprestada e a cara sempre limpa pra receber quantos tapas ela quisesse dar eu fui, fui mais uma vez fazer tudo que me cabia: Me desculpar por ter deixado meu eu fugir de mim por instantes, me desculpar por fazê-la duvidar do meu amor e de todo o resto de minhas palavras. Sua frieza sempre foi algo que me amedrontou, ela supera um amor como se supera um corte de papel, sua frieza continuou ali, mais gelada do que nunca, porque era comigo, era pra mim e eu nunca esperei, nunca pude suportar. Eu fui sincera, mais sincera que qualquer ser humano pode vir a ser ou foi um dia. Ela disse "Eu sou mestre em ignorar, não em esquecer, ignoro, mas sabendo que aconteceu". Eu tentei, eu vou tentar pra sempre fazer com que nosso amor seja aquele amor de sempre de novo. Ela foi amável mais tarde, mas eu tenho medo, quem ama tem medo. Eu amo exagerado, sempre fui uma exagerada, até meu respirar é exagerado. E eu me jogo aos pés dela, construo um castelo, faço o que ela quiser, mas a confiança dela vai ser minha de novo e o amor também. Ela será novamente minha pequena bailarina. Se não a gravidade deixa de ser um fato. A morte deixa de ser uma evidência. E a música se torna dispensável. Ela há de ser minha de novo. .. jóia.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

É arrumar o quarto do filho que já morreu.

Se você não vem eu vou ter que ir. E é justamente porque você é importante demais pra mim. Depois de te ter inteiro não aceito fragmentos, só palavras, pequenas visitas que duram menos que um sonho bom.. Desculpa, mas eu jurei pra mim mesma não mais sofrer de saudade. E se você não vier você nunca virá, não pra ficar e eu quero que você fique. Eu quero você aqui pra sempre. Eu não sei porque você respondeu que não e fugiu, eu mereço saber o por quê. Desse jeito terei que rasgar nossas lembranças e jogar nossas pulseiras fora. E eu realmente não gostaria de fazer isso, já queimei passado demais entre ontem e hoje. Por favor, não seja mais um passado. Não desencontre de mim. Fica aqui. Alguns dias dos melhores que poderiam se repetir pro resto de nossas vidas. Não é fácil achar seu humor, não é fácil achar seus pensamentos e muito menos conviver com a idéia de que você não volta. Me jura que era brincadeirinha, fala que foi pra assustar. Ri alto e me abraça que eu prometo esquecer tudo mais e rir com você. Esqueço tudo se você estiver de novo mexendo nos meus cabelos. Esqueço meu nome se você voltar e ficar.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Eu sei que isso não é um diário. Mas..

Quando a gente está feliz tudo dá certo e nem importa se sua canetinha preta acabou ou que você perdeu sua stabilo, porque você ama tanto desenhar que pode fazer de lápis e depois tudo de novo de canetinha. Quando você está feliz todos os seus amigos de verdade aparecem, hoje eu passei a tarde falando com a Fran e ontem com a Thaís e com a Lucy, além de receber notícias da Marininha e uma promessa de visita. :D Não preciso citar a Jennin, porque ela está mesmo sempre comigo. Eu tenho um amor muito grande por Thaís e nunca a vi, ela mora lá em BH e é um dos seres mais doces que eu conheço. O sorriso mais sincero, a escrita mais calma, tão meiga, tão sensível.. eu queria ser um pouquinho Thaís. Ela mora longe e dentro de mim, é um pouco minha, minha magrelinha. A Lucy mora aqui em SBC, ela é uma das 30 pessoas legais que moram em SBC (é, só moram 30 pessoas legais aqui e eu nem conheço todas), ela é assim um misto de Holden e Principito, ela é tipo o Dimi versão feminina e qualquer um que me conhece sabe que eu não poderia fazer elogio maior. A Fran era siamesa minha na sexta série, a gente não se desgrudava nem pra ir no banheiro, se a professora não deixava colocarmos carteiras em dupla a gente dividia a mesma cadeira, então ela não faziam nada, porque sabiam que era muito amor. Há cada milésimo de segundo três risadas (é, nós somos rápidas), nós criamos listas então ninguém entendia o que a gente falava, jogamos basquete juntas.. Até que o mundo me levou ela, mas nada fez com a nossa amizade. Nossos "eus" ainda continuam muito misturados, acho que misturamos tanto que não conseguiríamos desmisturar nem morrendo. Eu falei que não falaria da Nin, mas não dá. Ela é tão inteligente e inusitada, ela entende TUDO que eu falo, tudo, nós podemos nos comunicar em blabláção por horas e entender perfeitamente o que queremos dizer. A Jennin é uma espécie de um eu em outro corpo, ela rouba meus pensamentos e até atos. Chega a ser estranho, mas eu gosto muito, porque eu gosto muito de mim. E ela está sempre comigo e isso é absolutamente jóia. Sabe quando você está o amor em pessoa? E até os desamores não fazem diferença porque você ama tanta gente e tanta coisa que um a mais não faz grande diferença. Eu fiz as pazes com o Daniel e isso é tão ultra genial que vocês não podem compreender. Sabe? Apesar de ser uma aberração estranha e sem sentimentos ele é meu amigo mais de verdade, ele mora aqui do lado e a gente conversa até morrer, eu posso falar tudo da minha vida e tudo mais que eu quiser pra ele e ele faz o mesmo. O Daniel é tipo meu irmão que eu amo e odeio o tempo todo. E eu só estou elogiando ele aqui porque ele não lê meu blog e se um dia ele ver isso eu vou dizer que invadiram meu blog porque jamais o elogiaria. E meu irmão, gente? O que é meu irmão? Eu pedi pra ele vir aqui do meu lado, só ficar aqui, então ele veio e ficou me olhando com a carinha mais linda do mundo. Não só beleza física, mais linda do mundo porque ele é a pessoa mais genial que eu conheço, ele é o novo Dimi, eu acho. Não, comparações são um tanto imbecil, ele é o Gabriel, tão especial quando o Dimi sim, mas com a personalidade e vivência dele. E ainda bem que o Dimi não lê mais meu blog, ? Porque acho que ultimamente eu falei dele em todos meus textos, tipo um Mark Chapman doente obsessivo, mas não é isso, ele sabe que não, é que ele é genial demais, sério. Ele é um tipo que só de ficar perto a gente já fica alegre, eu queria ser uma colega de trabalho ou um dos amigos que dividem o apartamento com ele, porque se eu visse o Dimi todo dia eu não choraria nunca mais. Estava ontem no médico, fui fazer ultra-som no pé (coisa que, diga-se de passagem, é meio esquisita) então chegou uma família com um senhor pra tirar um raio-x, ele tinha Alzeimer e gritava sempre que encostavam nele, então eu fiquei muito triste e quase chorei. Depois uma das filhas dele me explicou que não era de dor que ele gritava e sim de medo, então eu fiquei sem saber o que era pior.. Daí comecei a observar o neto. Ele cuidou com tanto amor, paciência e devoção que eu fiquei emocionada. E, sabe? Ele não precisava, a família inteira dele estava lá e eles podiam fazer isso, mas ele fazia questão, ele gostava. Então depois de ver isso eu fiquei muito feliz e me senti muito idiota por horas antes estar deprimida só porque não consigo andar, panaca! Eu desenhei hoje um piano de cauda que ficou tão parecido com um piano de cauda que eu até me orgulhei de mim. E uma colega do teatro me deixou um recado me pedindo pra voltar porque estou fazendo muita falta e, apesar de qualquer ator, bom ou ruim, participativo ou não, fazer falta quando falamos de um grupo de teatro, eu me senti um tanto especial, ainda mais depois que ela disse que além da falta estavam com saudades. É bom saber que em seu local de trabalho/estudos tem tantas pessoas que gostam de você. (: Minha tia apareceu aqui com uma blusinha de girafa que me deixou feliz. Muito feliz mesmo, meus olhos se encheram de alegria e meu coração deu um saltinho, porque é uma blusa tão singela e meiga que deixaria qualquer pessoa sensível feliz. Ai minha outra tia começou a rir "Você acha que isso é roupa pra uma Orientadora Pedagócica ir trabalhar?", eu não via nada de errado, "E daí?" a da girafinha falou, a outra não soube o que responder, porque, realmente, e daí? Só porque a gente cresce não podemos mais usar roupas alegres e com bichinhos estampados? Eu precisava falar das minhas alegrias. Eu vou voltar pro piano e isso significa MUITO pra mim! É como.. é como fazer as pazes com um amigo, não que eu tenha parado de praticar. E são tantos livros, tantos filmes, tantas possibilidades, tantas peças, tanto futuro. Eu queria me sentir assim pra sempre! Mas não vou, eu sempre tenho picos de euforia e tristeza depois. Meu iridologista diz que eu sou assim, é minha personalidade e ponto. E eu gosto dela assim, porque como diz meu primo, quem não chora é fraco e tristeza é pra se aproveitar. Mas é claro que prefiro aproveitar da minha alegria. Aliás, esqueci de citar esse primo, o Emílio, que é mais um herói pra mim, mas vou me abster porque ninguém lê isso aqui (coisa que me deixa um pouco triste) e comigo falando tão descaradamente sobre mim acho que não vai ajuda, aí é que vão me abandonar pra sempre mesmo. E, ah, eu preciso dizer "Pra se ler como oração" é uma coisa muito bonita de dizer, viu? Muito bonita e encheu meu coração de florzinhas.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Se eu não tivesse coração..

Se meu coração não batesse mais eu nunca mais sentiria dor. Nunca mais me revoltaria com guerras religiosas, que, empatado com a guerra do Iraque e a questão industria farmacêutica/africanos, é a coisa mais idiota que o homem faz atualmente. Não ficaria magoada com ofensas e minhas limitações, porque eu me culpo e entristeço sabendo que não sou nenhum gênio em nenhuma área e que quando crescer, se for reconhecida, será aquela coisa mediana, que corresponde com o que eu sou. Não sentiria falta de alguns amigos que me decepcionam cada dia mais com a ausência e o não ligar da minha falta. Não me magoaria tanto com a dor do Oskar Schell, que é um arquétipo da dor do 11 de setembro. Não acharia ridículo e sem propósito além de utópica a reforma ortográfica. Não me sentiria desamparada por não ter um plano comum pro futuro. Não sentiria raiva de um médico me dizendo que sem dinheiro não há felicidade e achando que comprova me perguntando se meus amigos atores de teatro tem casa de praia e vários carros na garagem. Não teria ódio de me subestimarem por eu ser jovem "Aos 17 anos todo mundo é idealista". Não teria REAL vontade de matar as pessoas escrotas que traíram minha confiança e que eu gastei um tempo precioso com. Não sentiria enjôo, asco e vontade de mudar tudo ao olhar pra casa delas. Não teria ódio e tristeza por terem matado o Tancredo (mais ainda depois de descobrir que além do tiro deram um jeito dos médicos que o operaram darem umas erradinhas, assim, de leve). Não me sentiria incompreendida pela maioria das pessoas nem teria que ouvir minha mãe cochichando preocupada com a minha tia sobre minha maneira muito esquisita e até perigosa de ver o mundo. Não teria que rir de raiva ao escutar que "Falta Deus no seu coração". Não me sentiria sozinha e nem vazia. Não ficaria triste porque a Thaís mora tão longe. Não acharia extremamente deprimente as pessoas precisarem ofender umas as outras para se sentirem, de alguma forma estranha, superiores. Não queimaria literalmente um bocado de lembranças que eu guardava em uma caixa, porque agora elas são lembranças más e já foram as melhores. Não teria tanta saudade do Dimi e nem me chatearia por pensar que ele não se importa. Não acharia injusto não me apaixonar e rir o tempo todo. Não sofreria ao notar que mendigos são tratados como baratas (inicialmente havia escrito cachorros, então lembrei que cachorros costumam ser bem tratados, alguns melhor tratados que eu ou você). Não choraria vendo as atrocidades que a humanidade é capaz de cometer, tipo jogar crianças da janela, arrastá-las pra fora de um carro até as mesmas morrerem, espancar velhinhos, humilhar pessoas desfavorecidas, ter preconceito contra homossexuais e tratá-los como aberrações (a ponto de cidadãos "de bem" me perguntarem com algum rancor "Então você acha normal?" "Sim, perfeitamente!" e depois me olhares com desprezo), tratar domésticas(os) como simples servos ao invés de reconhecer o quão útil são os serviços que eles prestam, esquecendo que fora 5% da população todos nós somos também empregados, que ganhamos mais, porém trabalhamos para alguém, dentre tantas outras. Se eu não tivesse coração.. Se eu não tivesse coração não poderia me encher de alegria lendo a parte que o Holden leva a Phoebe pra passear no parque de diversões. Não sentiria ele bater mais forte ao ver os olhinhos cheios de amor e ternura do meu irmão mirando pra mim. Não teria uma ponta de esperança no amor ao ler, mesmo que ficticiamente, Florentino Ariza se devotando esse tanto a outro alguém. Não choraria de alegria em todo filme que as coisas acabam bem. Não amaria a chuva nem o vento. Não desenharia tanto ou mesmo escreveria. Não falaria pra mim mesma "A Thaís é linda, ? Ela é um máximo!", toda vez que conversasse com ela. Não teria tanta alegria em rir sinceramente com amigos queridos. Nem teria minha alegria de vida renovada toda vez que visse o Dimi. Não me orgulharia das poucas coisas boas que eu faço. Não dormiria tão bem por estar dividindo a cama com minha mãe e irmão, todos juntos e esmagados. Não me sentiria tão livre ao observar a tela em branco e meus potinhos de tinta preparados. Não vibraria junto com as cordas do piano. Não morreria de chorar escondida no camarim depois de cada apresentação, se orgulho, realização, sensação de trabalho cumprido. Não seria abraçada com sinceridade e nem receberia os parabéns da minha mãe, com os olhos cheios de orgulho. Não me sentiria dona do mundo ao subir na laje ou na árvore da casa da avó. Não teria tantas idéias engraçadas, não daria risadas e gargalhadas absurdas, sozinha. Não amaria tanto o fato de ter tido um irmão depois de tanto tempo e ter a sorte dele se parecer tanto comigo, em tanta coisa. Se eu não tivesse coração não vibraria de emoção com a possibilidade da minha viagem. Não me sentiria nas nuvens sentindo perfume da minha mãe, do meu irmão, do Rafa, do Dimi, das rosas, da Jennin, da Marininha.. e de tantos outros amados por aí. Não choraria de alegria quando tudo desse certo. Não vibraria com a notícia de que os alunos do Ensino Médio poderão escolher 20% da sua grade curricular (mesmo que isso não mais desrespeite a mim). Não amaria com tanta devoção o Chico Buarque, o Frank Sinatra, o Tchaicovsky e o Kevin Barnes. Não teria orgulho de ser da mesma espécie que o Einstein, Newton, Da Vince, Michelangelo, Beethoven, Shakespeare, Stanislavski, Chaplin, Truffaut, Hitchcock e tantos incontáveis outros. Não estamparia um sorriso quase desestampável na face ao saber que o juiz preconceituoso que escreveu aqueles absurdos sobre aquele jogador foi afastado (apesar de achar que, com certeza, prisão seria pouco), que Hitler se matou, que prenderam a Von Richthofen e os Nardoni, que criaram os CÉUS, que um cara arranjou um jeito de falar de literatura com a periferia de uma maneira que eles passem a gostar, que (ainda que pequena) uma parcela da sociedade recicla seu lixo e não desperdiça água, e outras incontáveis coisas boas. Se eu não tivesse coração meu sangue não seria bombeado pra todo o resto do meu corpo e eu estaria morta. Ter coração é importante e todo mundo tem, mesmo que o de uns seja mais egoísta que o de outros. Todo mundo tem.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

"Don't think about it..." ele me falou enquanto eu me chateava com meus infortúnios.

"I'll try." respondi sem verdade, eu não ia tentar, ia continuar me torturando com os pensamentos da injustiça que isso representava.

"Mãe, eu não consigo andar" foi o que eu disse antes de cair.

"Me compra uma muleta, por favor, me compra uma muleta" ela disse que eu choramingava enquanto dormia.

Olhares de dó me perseguiam na rua e gentilezas obrigatórias tomavam lugar do nada ou da perturbadora vulgaridade.

"Cadê a minha Noninho?" meu irmão se preocupava.

"Noninho, como está seu pé, sarou?" eu, confesso, chorava.

E tudo por quê?

Pela estúpida vontade de um dia poder ser bonita.

Valeu pés, valeu Deusão, vocês são jóia.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

My what a strange day.

Pela primeira vez não sabia que expressão usar, ele sorrindo e eu não sabendo como responder, só sabia que sorrir de volta seria morrer. Ele perguntou se podia me tocar e eu disse que não, que ele não ousasse. Dessa vez nós fomos pra onde eu quis. Abri a casa com uma sensação estranha de falta de propósito. Ele perguntou o que faríamos e eu respondi: - Nada, vou olhar pra sua cara. - Pra me constranger? - Fazer te fazer sentir mal. - Parabéns. Então eu me deitei no sofá e ele começou a falar enquanto eu ignorava, a última chance tinha ido embora um dia antes. Depois de abraços repelidos, choros segurados e risadas mal evitadas eu me rendi e falei, falei até chorar e quando o fiz ele se sentiu muito mal, enquanto eu me deleitava de vingança. Depois de um tempo eu fui pra sacada, olha minha tão ornamentada vista e ele me abraçou de novo, como namorados novos. Eu o repeli o tempo todo, mesmo sem vontade, até porque foi tudo uma guerra de constrangimentos, não eram carinhos verdadeiros. "Estamos bem", ele perguntava toda hora, "Não", eu respondia. Se dissesse que sim ele ia embora e eu não sei por qual dos motivos estranhos que ele sabia que estavam rodando em volta de mim eu não queria que ele fosse, até que ele foi. E eu disse "Não quero te ver nunca mais", enquanto ele respondeu "Até amanhã".