sábado, 24 de dezembro de 2011

Matal.

De música e veneno, de bolha e presente, de comida e telefone, de família amistosa, de amar quem se tem, de correr no asfalto grama, de não esquecer o lml, de não se safar de constrangimentos, de abominar de novo e mais uma vez qualquer espécie de ciúme, de rir de maldade e nó na garganta, de enumerar, memorar infância com quem estava presente, comer até morrer, cantar até o fim, de clima de agradecimento, de ter o que agradecer, de livros para as crianças e doces para os adultos, de gentileza e amizade. De todas as alegrias e um bocado de amor. Nessas horas assim eu percebo o quanto é bonito pertencer a essa gente que tanto me alwgra e tanto me irrita. (:
lml

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Belo.

Lembro que não queria sentar, ou até queria, mas senti vergonha e fiquei de pé. Lembro que fiquei um pouco chocada com a sua beleza, desconcertada, e ao mesmo tempo me senti orgulhosa. Adorava o cor-de-rosa e azul dos cobertores. Lembro que você, na segunda, levantou com muito cuidado, fazendo o mínimo de barulho possível pra me deixar dormindo enquanto ia trabalhar. Lembro que adorava olhar suas coisas quando você não estava por perto, ficar observando como você organizava a falta de organização do seu quarto. E te ver lendo Macanudo, com risadas espaças. Lembro do livro que você estava lendo, lembro da diagramação do livro. Lembro que, apesar de eu nunca ficar quieta, quando eu ficava, o silêncio não doía do seu lado. Me senti à vontade como se nos conhecêssemos desde sempre. Lembro de andar muito e de lugares bonitos. Lembro das batatas gigantes de ouro, de comer eternamente. Lembro de nunca achar nada naquela mala infinita. Lembro das decorações de Natal e da loira me chamando de loira em tom de ofensa. Lembro de chegar tarde e do moço com cara de criança. Lembro de falar do que eu não queria e queria secretamente. De você indo comprar comida, da gente na padaria estranha, de quindim, de você adorar quindim, da gente comendo na frente do computador, assistir um milhão e duzentos mil vídeos. "Caranguejo não é peixe, caranguejo peixe é, quem gosta de mim é ela, quem gosta dela sou eu". E da peça que a gente assistiu e nunca mais conseguia parar de cantar a música, depois de esquecer a música e sofrer tentando lembrar, então lembrar e nunca mais parar de cantar de novo. De você ser bonito até na foto 3x4, de fingir que precisava de um táxi comigo só pra ser menos constrangedor ficar esperando sem saber direito o que. De você nunca largar o celular. E uma semana depois perder ele. E todas as vezes que eu voltava a gente se abraçava. Lembro de adorar muito a sua companhia. E querer que tu venha também. De ter certeza que você seria um dos 100 sobreviventes. Lembro da sua voz e entonações. E eu lembro dos relógios e das praças e do seu senso crítico apurado, das nossas piadas maldosas e dos psicopatas que nos perseguiam, lembro da sua carinha dormindo e de assistir séries com você, lembro das praças e das águas que não eram águias. Me sentia em casa numa casa e cidade que estavam longe da minha; confesso ter chorado um pouquinho quando fui embora. Lembro de você carregando minha mala, vocês xadrezes, combinavam. Lembro dos aviões que eu tentei fotografar de tarde e de matar tempo achando camarões; Sei que é natural que eu lembre uma vez que não faz um mês que passamos esse tempo juntos, mas de qualquer maneira quero registrar tudo que eu lembro por aqui, porque por mais que saiba que muito em breve eu volto, não quero confundir as lembranças de uma ocasião e outra. Lembro que você se tornou uma pessoa importante de verdade, de mensagens de madrugada sem motivo e que ouve as maldades que eu faço com a vida. Sei que você é incrível, e merece todas as pedras estrelas do mundo. E todas as pesquisas do Google. Sei que você me alegra. E que o texto está péssimo. E que eu espero que você nunca na vida venha a lê-lo, sério, vergonha. Mas de qualquer maneira, escrever sobre torna as coisas mais leves e mais bonitas. Obrigada por ser belo, em tudo que essa palavra possa vir a englobar.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Will hit her.

Esses dias me falaram que eu tenho falado como quem fala para uma grande massa homogênea.
Dia desses as pessoas tem me falado muitas coisas cruéis, me deixam aqui, esperando que São Paulo seja acertado por um objeto espacial não identificado.
Esses dias exigiram minha presença, me deram bolos e beijos, me abraçaram e pegaram no colo, esses dias eu me senti amada e comi uma trufa gigante.
E tenho ouvido The Dog Days Are Over e ganhado abraços do meu irmãozinho.
Dia desses me agarraram num parque e eu comecei a chorar porque é assim que eu sou, o parque foi o parque da minha infância inteira, um lugar quase... sagrado pra mim.
Tinham crianças e peixinhos ainda, tinha o mesmo tronco que um dia ele subiu e eu o chamei de reizinho.
Tinham todas as lembranças e um estranho me agarrando.
Esses dias me fizeram perguntas estúpidas, eu não tenho tido muitas reações, como se já esperasse que as pessoas fossem estúpidas assim.
Tenho me sentido cheia de expectativa, muito triste, sem nenhuma perspectiva, acho que não vou passar no vestibular, passei na primeira fase, não acho que nunca serei capaz de me sustentar, acho que vou ser daquelas pessoas que servem patês e vinhos, queria mais vestidos, queria poder andar pelada, queria poder chorar sem me sentir fraca, queria poder fugir daqui e de todos os meus sentimentos, queria evitar que ela fosse embora, embora ache que será melhor pra ela e que seria melhor para mim, queria morar numa fazenda, colher pêssegos, fazer geleia e nadar no riacho, eu não respeito a reforma ortográfica, respeito menos ainda esses jovens estúpidos que se pensam artistas e são só crianças egóticas e tristes.
Queria saber ser melhor em tudo, não quero tentar nada, não quero pensar, queria me movimentar mais.
Esses dias tentei manter uma rotina de caminhada, mas haviam alguns flertes que eu nunca reparo.
 Eu tenho o péssimo hábito de começar a escrever sem saber o que e só vomitar palavras, porque eu não tenho nenhuma pretensão com isso aqui ou com nada at all, embora deva parecer uma moçoila mui pretensiosa.
Sabe a única coisa que eu queria poder fazer?
As pessoas entenderem que cada situação tem um bilhão de lados, queria me fazer entender isso, na verdade.
Não é sobre ninguém, porque eu não sou essa fofura toda.
Sou só essa beleza e inteligência, que eu não reconheço, mas ninguém contesta.

Queria ter um desses amores bonitos e incontestáveis.
Queria nascer de novo.