domingo, 26 de dezembro de 2010

Pingo é frase.

Sacudiu as lembranças da viagem que acabara de abortar, pegou uma taça de vinho do porto e se largou na velha poltrona de sempre, em busca de algum aconchego desconhecido que recorria a sempre que lhe faltava segurança para só continuar respirando e esperando a vida passar sem maiores turbulências.
Fazia e procurava suas próprias turbulências então foi fazer jus a si.
Se debruçou no encosto do sofá, pegou o velho notebook guardado na maleta, cuidadosamente apertou os conhecidos botões, com aquele suspense de descoberta.
Martelava a própria cabeça com as advertências da cartomante: "Formigas é mudança", "Então a moça treze anos depois, graças à internet, descobriu que ele a havia traído", "Acho que muita coisa vai acontecer com vocês, você leu o horóscopo?".
Assim não parecem advertências, porém ela sabia que eram, o horóscopo dos dois era o mesmo, nasceram na mesma data, com dois anos de diferença.
E esse mesmo horóscopo dizia que nesses tempos Leão passaria por muitas turbulências no relacionamento a dois, por conta de tentações. No âmbito profissional e de estudos.
E as tentações dela estavam garantidas, agora as dele, com certeza seria fácil de arranjar na nova empresa, ainda mais com o cargo que agora assumiria.
E todas aquelas músicas que ele vinha escutando sobre desamores, coisas que não condiziam com a relação deles, ou o fato de nos últimos tempos ele ser a pessoa mais carinhosa e romântica do mundo (coisa que, se ela bem lembrava, era sinal de amante, segundo as teorias da cartomante homem que quer agradar demais a mulher, o faz pra disfarçar infidelidade, e olha que não era só a cartomante que dizia, sua amigas que encontrava todo sábado no salão de cabeleireiro também, todas tinham experiência).
Ela não estava ficando louca, só precisava confirmar.
 Abriu a internet e entrou em todas as contas dele, tinha descoberto a senha (ou quase, na verdade tinha habilitado a função de salvar senhas automaticamente sem que ele soubesse), um trabalho de gênio que ela se orgulhava, agora.
Claro que no começo ela se sentiu humilhada, uma distinta mulher de seus quase cinquenta anos se prestando a esse papel de adolescente enciumada.
Ainda mais quando, depois de checar tudo, verificou que nada suspeito aparecia, nunca. Mas agora era orgulho que ela sentia por ter sido tão desconfiada, aliás, desconfiada não, prudente seria a palavra certa.
Agora ela descobriria toda a verdade, descobriria o nome da vagabunda, quem sabe não fosse uma conhecida!
 Abriu o e-mail e lá estavam cartas digitais pra uma velha conhecida que costumava habitar os sonhos mais bonitos dele.
Cartas digitais pra outra antiga desconhecida que tinha tanto em comum que como será que eles não eram almas gêmeas? Nada explícito, mas ela não precisava de fotos dos amantes trepando para perceber que já ali não era mais seu lugar.
 Sua saia apertada estava machucando, aproveitou pra jogar no lixo mais aquela lembrança dele. Saiu de casa como quem não sabe onde vai, mas decidida:
Ele não precisaria ser informado que ela sabia de tudo, por que respeitaria alguém que mais uma vez fez Marte parecer um lugar tão menos hostil? Comprou um vestido e botas novas, ligou para aquele velho conhecido.
 Quando suas mãos se tocaram novamente ela esqueceu que poderia estar enganada de novo, não pensou que seu parceiro a amava e que tinham se jurado fidelidade, não quis saber de nada só de conseguir aconchego em braços que agora - depois de tantos ainda queriam acolhê-la - se mostravam os mais fiéis e seguros braços pra se viver.
 Não atendeu o telefone quando ele ligou, mudou de apartamento e ele nunca chegou a saber porque ela foi embora.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

SP/DF, DF/SP.

Brasília tem esse ar quente e duro que entra na sua carne e fica lá, entre pele e carne.
Tem essa falta de medo de encontrar quem quer que seja porque eu não conheço ninguém aqui que eu deteste, não conhecer as pessoas muito bem é uma dádiva.
Tem esse trânsito ordenado e um barulho calculado por quem projetou a cidade, meticulosamente cheia de falhas. Falhas de todas as outras cidades porque no final das contas, as tripas são as mesmas, os cheiros são os mesmos, os mijos estarão lá.
Toda grande cidade é uma repetição mal feita da primeira grande cidade, ou da segunda.
Brasília é boa porque não tem aquelas junkies paulistanas que eu tanto desprezo, mas é pior, porque tem as junkies brasilienses, que além de junkies fingem qualquer ideologia a respeito disso, esbanjando uma arrogância burquesa de se largar as tripas na cara de qualquer uma delas, que compra roupas hippies em lojas de grife. Tem essas garotas feias em todos os lugares, tantas garotas feias que dá saudade de São Paulo.
Mas aqui tem as comerciais, sempre pertinho e tem Champs-Élysées disfarçada de rua comum, cheia de ratos e escorpiões, mas os ratos daqui são melhores que os ratos de lá.
Os ratos daqui são selvagens no sentido não desbravado da palavra, são selvagens que constroem suas tocas e ainda tem grama de sobra.
Aqui tem grama e macacos nas ruas e a eminência de uma capivara por aí, eu não estou acostumada com bicho na cidade, não estou não.
E eu gosto dos bichos daqui, gosto da grama e da possibilidade de fazer uma guerra de bexigas em qualquer quadra, como bem entender porque eu posso e posso nessa terra fingidamente litorânea, sem minhas montanhas que são São Paulo circundando o vale inteiro, nessa cidade de brisa e torneira litorânea eu posso andar descalça e deitar no chão. Posso trepar nas árvores e comer frutas, se eu quiser.
Brasília é uma cidade do interior disfarçada de capital do país. Quem diz isso nem sou eu, brasilienses dizem isso, dizem isso com freqüência e sem lamento porque é como as coisas são.
Brasília é uma cidade de funcionários públicos, pessoas com gravatas.
De porteiros e empregadas, pessoas desleixadas, pobres, serviçais, todos serviçais que vem de outras capitas, que migram atrás de dinheiro e não sei se acabam melhor ou pior que lá.
Aqui é a cidade onde mora meu amor, mas meu amor mora por enquanto, um dia a gente volta pra São Paulo, porque amar Brasília é bom, mas eu sei que São Paulo é o meu lugar.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

For the record.

- Você não quer fazer um café pra mim?
- Faço sim.
- For the record..
- Depois disso eu preciso trabalhar.
- Ok.
Pra que conste você e você, você não 'tá sozinho.
Sabe "My name is Earl" e a lista de coisas erradas que ele fez?
Eu deveria ter um lista de "pessoas que magoei", mesmo quando não fiz coisas erradas, mesmo quando estava só tentando fazer o certo.
E o que mais dói é saber que eu viro uma cicatriz pra essas pessoas, cicatriz que por vezes dói e nessas vezes elas me procuram e procuram saber o que se passa.
E nesse momento se passa o seguinte: Eu lembro de cada pessoa que eu já magoei na vida.
Tinha essa garota na escolhinha, eu tinha 3 anos e ela também.
Ela era gorda e eu era gordinha.
Um dia nós tínhamos que nos pesar, acho que eu pesava 18kg e ela 23kg.
Como todo mundo pesava menos de 20kg ela foi motivo de zilhões de risadas. Eu apontei e a ridicularizei, porque na verdade eu estava aliviada por não ser a mais gorda de todas.
Ela me disse que era porque ela estava de blusão e eu disse que o blusão era leve, ela ficou com aquela cara de quem está segurando choro e disse que não tinha problema porque ela ia emagrecer um dia, mesmo.
Eu ainda me sinto mal.
E também por você, todos vocês que, de uma forma ou outra eu machuquei, decepcionei, fiz chorar. Vocês criam expectativas que eu não estou apta a corresponder e por mais que eu avise vocês insistem em continuar.
Acho que, como diria Dwight, minhas bochechas sobressalentes inspiram confiança e algo a mais.
Eu faço tudo que eu posso para ser a melhor amiga e geralmente eu consigo, mas quando eu falhar não considere pessoal, eu sou humana e erro.
O tempo todo.
Então desculpa, todos vocês que eu machuquei (principalmente as pessoas que sofreram e/ou sofrem por amor, sinceramente) eu nunca, nunca tive a intenção.
Mas agora só sigamos as nossas vidas, digo, eu adoraria manter nossa amizade, se for possível, se não confundir mais, se não doer.
Sinceramente,
A Direção.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Guia prático: Como não desenvolver uma úlcera graças à má conexão.

Eu, na minha longa jornada nerd cibernética, já passei por poucas e boas.

Sabe quando trava tudo e você estava no meio DA conversa com aquele guri gatinho que FOR GOD SAKE é de Sâo Paulo nem posso acreditar?

Ou você tem idéia de um reply GENIAL, naquela pessoa cheia dos seguidores legais e em CAI A MERDA DA CONEXÃO e nada no mundo - você tenta vela, tenta amarração pro amor, umbanda, os padre, sua mãe, chama o técnico – faz ela voltar e quando volta todo mundo só ta falando de torrada com nutella?

Então, galerinha, situações como essa ~~ou coisas bem menores apenas queria checar meu e-mail Deus é pedir demais eu sou boa ajudo os ceguinho~~ nos fazem desenvolver sérios problemas, problemas graves, tipo: ~~GASTRITE NERVOSA~~ e depois que você fica velha e vem as ruga sua gastrite digievolve para ~~ÚLCERA~~ e tudo por causa dessa belezinha de computer que tu tanto ama e dedica tantas horas da sua atenção, amor, carinho, lealdade e até dá comidinha – eca teclado nojento, brinks gente o meu é limpinho juro.

Durante muitos anos eu procuro uma cura para esse terrível mal que afeta a nós todos e até hoje minhas soluções mais brilhantes eram:

Livro: que não é bom suficiente pois ou você se concentra tanto no livro que esquece da internet e sua lealdade vai por água a baixo ou você fica com um olho no peixe e outro no gato não resolvendo nada e ainda te deixando frustrado porque leu umas 50 páginas por cima e vai ter que reler tudo.

Desenho: Que é a mesma do livro, ou você se empolga e faz logo um guernica ou sai fazendo merda e gastando lápis e papel.

Joguinhos no celular: coisa que todo mundo sabe que enjoa em 40 segundos.

Vídeo-game: coisa que todo mundo sabe que não vai largar pelas próximas oito horas então baubau computador, amigos, paqueras, piadas, em resumo: adeus vida.

Ou seja, durante quase dez anos de internê eu vim fracassando miseravelmente em achar uma solução que me mantivesse atualizando as conexões de rede e conseguindo fazer algo que me divertisse.

Eis que de repente e não mais que de repente a solução VOA em minha face!!!!

Não, gente, nada de pássaros. Eu apenas estava lá na minha e veio o CROCHÊ – lhe fazer mal, o crochê na Ferdi, a Ferdi a afiar, ok, parei, essa música é infinita – para me salvar de todos os males e aflições.

Eu sei o que você está pensando: MINHA FILHA EU TENHO MAIS DE SESSENTA ANO, ME DIZ

Mas não é assim, meu caro, acredite!!!

Você não precisa ser uma charmosa senhorinha que faz geléia, vende paninhos e toalhinhas borbadas, além de assistir religiosamente todas as novelitas da Globo, percebam que o assunto aqui é ~~CIBERBULLYNG~~ - a.k.a. te sacanearem na internet ou seu computador te sacaneando que também é ciberbullyng - um assunto sério e deve ser tratado com respeito!!

Você está lá sofrendo as dores da perda de conexão quando o crochêzinho do seulado te chama, uma atividade calma, tranqüila, te permite manter o foco em outras coisas, prazerosa mas não ao ponto de te distrair, te tira do tédio num segundo e ~~PROBLEM RESOLVED~~ é só viver e ser feliz e todo o tempo que tu tiver que esperar você espera

Eu por exemplo estou escrevendo isso pois estou sem interne e meu crochelêt me salvou mais uma vez.

E quem sabe um dia ao invés de trancinhas feias e desconexas você num vira um Mark Ryden do Crochê e não faz isso aqui oh:

Vale a pena tentar, hein.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Um tiro e dois copos d'água.

Morrer a gente morre todo dia mesmo, não é como se a vida fosse igual ou contínua ou sequer existisse.
Viver é uma maneira que inventamos de dizer que as coisas continuam parecidas, apesar de diferentes, sua cara está um pouco mais velha e magra, mas ainda se parece com a de ontem, seu trabalho te irrita um pouco mais, mas fica no mesmo prédio.
É como aquele velho dilema do tempo em que alguém muito parecido com você está nesse mesmo espaço, só um pouco mais jovem, vivendo coisas que você já viveu, digitando as mesmas porcarias naquele velho computador.
Não é grande coisas, mesmo as grandes coisas. Até porque o máximo que a gente faz é continuar obedecendo as leis da física e nossas necessidades fisiológicas, que não são tão lógicas, se a gente parar para avaliar.
Você já se olhou no espelho e viu outra pessoa?
Imagina que horrendo seria, por mais que essa pessoa fosse mais jovem, mais bonita ou mais magra. Imagina o seu desespero.
Nesse caso você beberia uma água com açúcar e esperaria o sonho acabar ou se daria logo um tiro?
Ou você consideraria mesmo continuar vivendo sem que ninguém te reconhecesse ou acreditasse em você?
Imagina sua mãe acordar e dar de cara com uma estranha no quarto da filhinha dela. E seu irmãozinho desesperado, sem entender nada?
As coisas poderiam ser assim se não fossem como são, se você acreditar nisso, acreditar que um dia isso acontece, deve mesmo acontecer.
Como quando a Marininha jurava que morreria atropelada por um carro vermelho na esquina da nossa casa quando completasse exatos 15 anos. Ela não morreu desse jeito, graças a Deus ela sequer morreu ou morrerá nos próximos 80 anos, mas isso porque eu tratei de acreditar em contra partida que nós duas jogaríamos tranca e comeríamos pizza aos domingos quando tivéssemos nossas famílias e tudo mais.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Gente, sou descontraida.

Eu acho que vocês deveriam adotar crianças e animais indefesos, vocês deviam doar órgãos e não bater na mãe de vocês, eu acho que vocês deveriam continuar jogando vídeo-game até morrer e não tentar se portar como "mulherzinha" ou "macho alfa" porque dessa forma os garotos/as garotas vão olhar mais pra você, sério, é extremamente embaraçoso ver uma garota se declarando "patty", sério, ontem eu estava assistindo televisão e uma garota (?) disse assim "porque eu saio toda estilosa, toda arrumada de casa, bem perua, bem patty" e pra isso ela usou uma voz nasalada, sabe?
Meu Deus, ela devia ter logo uns 16/17 anos, mas mesmo que tivesse 10, é triste.
Olha galero, tou falando obviedades por aqui? TOU SIM, MAS É NECESSÁRIO!
Aposto que tem gente que ainda faz essas coisas ou não faz essas coisas por motivos babacas e, pra essas pessoas, oh, utilidade pública esse post.
Então vou falar de mais obviedades de conduta: faça sexo.
Sério, faça mais sexo, pelamor de Deus, mas não com aquele cara "garanhão" da sala porque primeiro que ele não é toda essa coisa, deve ter DST e depois vai ser um babaca contando pra todo mundo que comeu até, sei lá, sua orelha sem ter feito isso.
Aliás os garanhões não servem pra porra nenhuma, really, talvez daqui uns 10 anos eles cresçam e sejam caras legais e bonitões, mas né, enquanto isso chuta longe.
Além de fazer mais sexo com quem A GENTE GOSTA E GOSTA DA GENTE, NÃO É PROMISCUIDADE, GALERO, É ALEGRIA POXA!
Vocês deveriam comer mais coisas maneiras como chocolate e doce de abóbora da avó porque é bom. E deviam malhar menos e se preocupar MUITO MENOS, sério, você só é baleia porque não pára de pensar um segundo que será baleia: BELIEVE ME.
Gente, nunca vi tanta besteira junta, isso tá parecendo uma carta pra mim com 12 anos, triste, né?
Mas deixar claro que eu nunca peguei garanhões até porque eu era baleia então eles que me chutavam 
Mas está tudo bem agora estou completamente feliz com meu visual só não posto uma foto nua aqui pra provar que não sou baleia porque.. POR QUE EU FARIA ISSO, NÉ, JESUS, ALGUÉM AVISA.
Nossa, notaram como eu sou descontraida, né?
Gente, deveria ganhar prêmio descontração, mentira.
Fato triste: não escrevo bem nem seriamente, nem casulmente, tenho que ver isso aí.
Mas beleza porque meia dúzia de gato pingado curte falou se não gostou vai xingar sua mãe, MENTIRA aquela coisa de não bater era tipo: não bate, magoe ou faça qualquer mal a sua mãezinha porque ela é linda.
E trate seus irmãos bem porque eles são provavelmente a melhor coisa que vai acontecer na vida de vocês e vocês não vão nem reparar e não me venha com essa de "não meu irmão é a pior coisa eu o odeio" você só acha isso quando vocês não estão fazendo algo EXTREMAMENTE DIVERTIDO que só irmãos poderiam fazer então, né, parem e vão lá conversar com ele/ela, jogar vídeo-game ou fazer cócegas, sei lá, mas aproveitem seus irmãos (não no sentido de pedir pra ele/ela fazer leite pra você e explorar, ok?).
Aí, gente, esse é um guia prático do que não ler: SACARAM, nossa foi ruim né, me despeço adeus.

domingo, 21 de novembro de 2010

Kevin Barnes.

She was there and she was there again, she told me that I was her inspiration for so many things and I couldn't understand all the things that she said to me, 'cause the music was too loud.
I understood that I was special for her and when she hugged me she kissed me, so I laugh and remembered my song, she was such a crazy girl, a fine girl.
She told me I was someone who knows how to hug and that she had writed a letter to me, they tell me that she was very ansious to talk to me and I think everything was just.. nice.
ps.: of course that this is an dream.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Do avesso.

Liana vivia seus dias como se noite fossem e suas noites como se fossem um capricho.
Se alguém perdia a coragem e resolvia apenas ficar pela conversa ela preferia devolver o dinheiro e mandar o cidadão embora. Com isso perdia mais da metade do lucro do mês, mas já estava cansada de ouvir gente que não tinha nada a ver com isso lhe perguntando se ela não tinha algum sonho, lhe perguntando por que.
A bem da verdade num dia como outro qualquer se olhando nua no espelho pensou que se daria bem na profissão, como que por brincadeira foi bater na porta de um desses clubes famosos e claro que conseguiu o emprego, era uma garota linda, com olhos e cabelos claros, um sorriso ortodôntico e ar virginal.
Disse para os pais que trabalharia nessa lanchonete especializada no público noturno, para ver se aos dezoito conseguia comprar um carro. Prometeu que a profissão não atrapalharia os estudos e não deixou que atrapalhasse.
Por estudar de tarde estava acostumada a dormir com o sol quase por nascer, estava acostumada a noites longas e acompanhada, a única coisa que estranhou de inicio foi a quantidade de garotas que freqüentavam a casa e chamavam por ela, mas se acostumou a isso também.
Por ser assim nova e "fresquinha", no começo se deu tão bem que aos dezessete, economizando todo o dinheiro (uma vez que continuava a ser bancada pelos pais orgulhosos da responsabilidade e sacrifício da filha), conseguiu uma quantia suficiente para comprar o melhor apartamento da Bela Cintra.
Mas em nenhum momento foi uma questão de dinheiro, ela só gostava de pensar que sem muito esforço em um mês ganhava o dobro que seus pais classe média alta. Gostava de saber que era desejada a esse ponto.
Por lazer, vaidade e um pouco de tédio continuou com isso até o ano do vestibular, quando os pais passaram a lhe pressionar para que passasse, se mudou. Sem maiores dramas.
Ia dividir apartamento com amigas e se virar, foi o que disse.
Morava sozinha num apartamento confortável, fazia compras, colecionava sapatos e perfumes, assistia televisão.
Anos se passaram sem que ela se desse conta, aos vinte e dois passou a ser considerava "velha" pela casa, mas não se desesperou.
Conseguiu emprego na primeira casa que entrou, ainda pagava as contas com folga e vivia confortavelmente, visitava seus pais aos domingos, contava mentiras bem feitas e os deixava orgulhosos.
Com trinta e três anos as coisas começaram a complicar, atendia em casa quem achava na rua, uma vez até encontrou com amigos do pai na rua, que acharam uma graça que ela estivesse curtindo a noite com um amigo, que acharam a saia dela curta demais, que sabiam que os jovens eram assim.
Era demais para ela.
Bêbados que lhe indagavam sobre sonhos, adolescentes que se apaixonavam, cornos que prometiam "tirá-la dessa vida".
Era demais para ela.
Vendeu seu apartamento e voltou a morar com os pais, que se orgulhavam que sua filha tenha se conseguido se manter por tanto tempo sem sequer ter feito uma faculdade, se gabava o pai "Inteligente e linda, puxou a mãe". E ficaram feliz que ela tivesse voltado, agora ela ia estudar, se especializar, arranjar um namorado, casar. Chega de brincar de ser gente grande.
Se formou em administração e ganha dois salários mínimos.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

2:45

In the morning.

domingo, 7 de novembro de 2010

Aviso aos navegantes,

Os meus textos não são confissões e nem auto-biografia.
Então, obrigada pelos votos de melhoras, mas está tudo bem.

sábado, 6 de novembro de 2010

Knowing I have the enemy gene.

Everything is born in shame, is not just me.
Quando você está frágil, quando você precisa de colo, mais do que sempre, mais do que nunca, via de regra o que se recebe é um belo não.
Não te amo.
Não te amo.
Não te ajudo.
Foda-se você, não.
Vai sozinha.
Não vou.
Não quero saber.
Eu não.
Não quero mais.
Não te amo.
A grande questão é que a pessoa te prepara pra nunca, jamais, em hipótese alguma receber noticia assim por parte da mesma, te trata como se te amasse, respeitasse e fosse cuidar de você até o fim, puro sadismo.
É nas horas mais importantes que elas falham, parece que houve um acordo entre as duas únicas pessoas que tinham o poder de me machucar hoje. "Vamos destruí-la novamente? Faz tempo que ela não convulsiona de chorar, que tal?", "Eu acho uma ótima!".
Love breaks the machine, everything is half a part.
Como eu pude confiar de novo e me entregar nas graças de outra pessoa de novo?
Como eu pude ficar quase dependente de alguém?
Me anular assim por alguém que, evidentemente, só quer me machucar é suicídio.
E eu sabia, desde sempre, que as coisas seriam assim e me arrisquei.
Três meses de amor, um ano de dor.
Então como a gente quase contabilizou seis meses eu sofrerei por dois anos?
Não. E sabe por quê?
Eu estou calejada e se alguém é capaz de dizer que me ama e ao mesmo tempo que me vê convulsionando de chorar me deixa para fazer um passeio com o melhor amigo, é claro que não vale nem dez gotas.
E quando a gente falar da minha mãe.
Eu sai das entranhas dela e por conta de um filho da puta qualquer ela tem coragem de me negar a única ajuda que eu pedi. Por nada.
Beber a coca-cola que a mãe me trouxe é sintomático também.
Nosso relacionamento inteiro foi sintomático e eu não me dei conta porque a gente nunca se da conta até acabar.
E ele está sofrendo tanto que deve estar comendo burritos em algum canto da cidade.
They destroyed our hope for peace, hope for love.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Capricho sublime.

Você já conheceu um gênio?
Não estou falando de alguém muito inteligente, estou falando de alguém que além disso é caprichosamente incompreensível.
E eu tenho essas três pessoas, que por mais que se tente entender a gente não consegue, o máximo que conseguimos é sentir e eu as sinto, com tanta forma e com tanto amor que o real foi sublimado e o sublime sequer pôde resistir.
Reside em mim essa eterna vontade de que eles sejam meus, mais do que já são e são por inteiro.
Tenho três gênios.
Eles dependem de mim pra continuarem sendo gênios, eles dependem de mim porque lembram da minha existência todo dia, às vezes, quase nunca, e eu sou a musa.
Não sou uma musa convencional, eu sou quem fez eles saberem que eram gênios.
E eles seguem sugando a idolatria que os dedico. E eu sigo fingindo que sou tão incrível quanto eles pensam, então acabo sendo.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Cara Antonia,
Recebi sua carta com um carinho de desconhecido.
Abri com cuidado e delicada curiosidade quando notei que você não tentaria matar-me com antrax ou mesmo magoar-me com qualquer palavra.
No desenvolver da sua carta notei que além de alguém adorável, você também era grata e respeitosa, como qualquer pessoa que eu adoraria tomar um chá e mostrar a localização da minha casa pra que "you can always come and visit us, now that you know the way".
Explico por aqui como na sua carta direta, alguém fez-me entender as coisas de maneira mais colorida e mutável, assim como tudo correu para você. E por isso poderíamos selar nossas cartas com abraços.
Sendo impossível selarei com tudo que eu puder fazer pra te mostrar o quanto significou.
Pouquíssimas pessoas fazem parte deste local, cara Antonia, e menos pessoas ainda vem para cá de forma tão possitiva.
Então obrigada.
Até mais e obrigada por todo o glitter.

domingo, 17 de outubro de 2010

Sinatra & 3 meses.

Lágrimas escorrem de uma nova perspectiva,
Deixar seu lugar de sempre, aquele que você sempre pensou querer deixar.
Dois passos pra frente e um pra trás, pra depois dar mais dois pra frente,
Dizem que devagar se chega longe.
Disse-me que será melhor para nós.
E eu que estou acostumada a dizer "I did it my way", deixo nas mãos de outro uma decisão grande assim.
Tem um bigode na minha escrivaninha,
Tem cabelo em cima da minha impressora, uma máscara do lado,
Outra em cima da minha cama.
Tem lágrimas no meu cérebro, tímidas, aparecem de um lado sim outro não,
Ficam presentes em forma de nó na garganta.
Eu sinto medo, sinto saudade antecipada e a corriqueira.
Minha mãe se irrita com meus soluços, minha mãe sente minha falta, meu irmão tem atitudes de alguém que está triste demais pra conversar sobre o assunto.
3 meses passam rápido, dizem as pessoas que querem me ajudar, eu agradeço mas sei que dois meses demoraram a passar, eu agradeço e as lágrimas insistem em se acumular.
Se eu não amasse nada, se eu fosse indiferente eu apenas fingiria uma dança ao som do meu amigo falecido e despetalaria flores.
Como não é o caso, como não é o caso meu coração gela, meu dedos gelam e eu protesto sem perceber, e deixo o óleo se acumular na raiz dos meus cabelos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A lua passou drogada e o sol não se importou.
Ele comia uma pasta feita por sua mãe, Gertrudes.
Dona Gertrudes sonhava que seu amante Netuno, jamais contasse qualquer coisa pra quem fosse.
Netuno também se envergonhava pois desejava uma flor.
Flor essa que se enamorava por nada menos que o amor.
O amor ouvia falar que na Espanha se tomava chá de canela, perguntou para a já pálida bandeira verde e amarela.
A bandeira sequer se deu o trabalho de responder, não conhecia o amor ou qualquer outro. Bandeira era ela por ela.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Tudo que é mau acaba em minutos.

E então a menina acordou sorrindo, recebeu o bombom de sempre, os abraços habituais, ganhou telas e tintas, ganhou pincéis e idéias.
Então a menina conversou como adulta, mesmo com medo sorriu.
Coração quentinho, intimidade, olhos brilhantes e toda preocupação do mundo pra quem merece, porque há quem mereça.
E ela entende que todos os dias de aflição não passam de distúrbios hormonais, é tão feliz quanto sempre.
Tudo respira em volta da menina.
E cada babaca sem vida fica no seu lugar, tão baixo, tão insignificante que suas palavras chulas sequer tocam os ouvidos da garota.
As feias e deprimidas, vangloriando-se de não tomar banho e tomar anti-depressivos, além de fingirem serem vagabundas mas deixando a certeza de que não sabem sequer do que se trata uma penetração, elas seguem com suas infelicidades habituais, carregando o desprezo ou indiferença que é tudo que conseguem de quem tentam se aproximar.
Conservam a mesma infantilidade de não viverem suas vidas e a menina só sorri. E gargalha.
Porque a garota é muito maior que qualquer trama de seriado ruim Global, mesmo que a vilã peluda e verruguenta faça de tudo, ela nunca obteve e jamais obterá qualquer sucesso, a vilãzinha está fadada a solidão e continuar fingindo viver, sempre fingindo aparências, cada dia mais triste e patética, a ponto de incomodar qualquer pessoa normal, não por poder ou importância, apenas porque assim como baratas são repugnantes, vilãs peludas também o são.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tanto que quem sempre entra em contato sou eu.

Quando eu penso que perdi todos os meus amigos, recobro os de sempre e volto a sorrir.
Recobro não, faz parecer que eu havia perdido.
É mais uma questão de "re-contato".
E está tudo bem agora! :)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

E seu sapato era grande demais para seus pés.

Faz três dias que eu não durmo direito, há piadas sobre o clichê que é escrever sobre insônia, mas quando não se dorme é necessário falar disso antes de perder a cabeça de vez.
Eu sinto que a minha vai explodir a qualquer momento, é como uma dor de cabeça tão forte que a gente confunde com ânsia de vômito o tempo inteiro.
E você tenta tirar algum proveito desses dias, mas eles passam e você nem se lembra, também porque as alegrias nunca podem ser admitidas, você só pode se mostrar triste, senão é como trair seu bem amado, é sempre sobre trair qualquer coisa que você não consegue mais materializar.
Onde eu deixei minhas chaves?
Eu não sei onde estão minhas chaves.
Tentar escrever quando se sente essa náusea é especialmente aflitivo.
Aliás, tudo é especialmente aflitivo, você descobre um problema na vista, você descobre que sua lâmpada queimou, não sabe se a música te faz bem, nem água, nem carinho, você vai se torturando instintiva e involuntariamente, até o primeiro tapa.
As pessoas sempre que podem te dão tapas físicos também, certas elas.
E te amam com tanta dor que você não sabe pra onde correr.
Não é que você pense em morte, mas talvez ela levasse com ela essas coisas todas, essas coisas insolúveis e angustiantes.
Que você procurou, e achou.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

E e mais dois.

Medo, conflito, mágoa.
Você não pode machucá-los, não pode continuar se maltratando, não aguenta a omissão.
Tira um peso das costas, coloca outros dois.
Agenda mais cheia do que seria saudável, fazer mil coisas por dia pra não ter tempo de pensar em mais nada.
Quando se tem medo, não fugir não significa estar lá, fugas internas são tão repulsivas quanto externas, mas isso só você sabe.
Consciência, coragem, coração.
Responsabilidade de gente grande pra alguém tão frágil e pequenino, responsabilidade maior que o mundo.
Existe a, b e c. Além disso não existe nada. E tudo que você quer é achar o impossível d.
Você se afoga nas suas lágrimas e respira com dor, até seu cabelo dói cada vez que você inspira fundo. Até suas unhas.
Se prive de você, se prive do seu mundo, prive-se de privar-se, você não merece nem sua humilhação mais dolorosa.
E tudo isso porque você não fez nada.
Parabéns por se esquecer de respirar, parabéns por se esquecer de você..
Nós três agradecemos.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Do contra.

Contra toda e qualquer pessoa que prefere chorar;
Contra toda e qualquer situação que teima em magoar;
Contra quem esquece das coisas singelas;
Contra quem não gosta de rosas e não goza de abraços amigos.
Texto contra. Não conta.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Cena verídica.

Imaginem assim: Você é uma garota de um metro e meio.
Vamos, isso não vai ferir sua masculinidade caso você seja um homem e nem vai te deixar mais baixa se você for mulher, imaginem mesmo.
Então você vive pacatamente no seu quarto que é enorme pra você (mas só pra você, mesmo).
Então um belo dia, você, querendo deixar o dia cinzento e belo lá fora na altura de seus olhos, abre as cortinas desse seu quarto, logo após de acordar, cantarolando "Good Day Sunshine"dos Beatles, eis que se dá a tragédia!
Essas mesmas (que há dois segundos atrás eram adoráveis) cortinas caem sobre sua cabeça.
Assim, caem! Mas, não, não abala seu bom humor matinal e você, aventureira que é, vai logo encontrar uma solução.
Primeiro tentará subir na cama: Falhará.
Depois pegará a escada da empregada: Você é muito pequena.
Então você sobe na beira da sua janela, nada perigoso ou arriscado, claro que não: Mas ainda assim.. nada.
Numa atitude desesperada você sobe na escada e depois disso sobe em cima do armário até que.. SIM VOCÊ CONSEGUIU, YES!
Mas a desgranhenta da cortina, que com tanto sacrifício você encaixou, resolve desencaixar do outro lado.
Mas, nessa hora você pensa que é uma garota de um metro e meio, então fica feliz, liga seu computador, coloca músicas animadoras e deixa a cortina lá.
Até que um tio seu possa vir te visitar.

sábado, 7 de agosto de 2010

Como um espectro ruim, você continua pairando, Sobre esse amor que não te diz respeito em uma vírgula sequer. Como um fantasma persistente você continua a me observar, E se não observa, de alguma forma me faz pensar que sim. Como uma garota que não acredita em fantasmas te ignoro, E por te ignorar respeito esse amor tão grande.
Meu & dele ;

sábado, 31 de julho de 2010

Brasília.

Eu não carregava nenhuma espécie de expectativa.
Na verdade, ok, talvez eu carregasse. Minhas expectativas giravam em torno de ser massacrada por terríveis monstros do armário. E o que aconteceu foi bem diferente.
Uma vez que os monstros sequer eram monstros.
Eram todos doces e agradáveis, além de um bocado geniais e cheios de talentos diversos, eram bichinhos de pelúcia, macios e com cheirinhos variados (incluindo morango, baunilha e até uns mais exóticos - e igualmente adoráveis - tipo terra molhada).
Além de terem essa forma, ao invés de me mostrarem um armário escuro e frio, eles me mostraram um mundo completamente diferente, um mundo... fofo. Parece-te chula a palavra fofo? Aposto que sim, é tão usada quanto qualquer outro adjetivo para coisas legais, o que pode vir a não ser exatamente legal. Mas perceba o peso que ela carrega nesse contexto, não me refiro a nada figurativo, o mundo que eles me apresentam é de fato fofo.
Quando alguém tropeça, aproveita para tirar uma soneca. Entendem?
Sem contar os abraços, os bolinhos e a sincera preocupação em me fazer sentir completamente inserida naquele mundo que não era meu.
Estou no mundo fofo há oito dias, ficarei por mais pouco tempo (bem menos do que eu realmente gostaria, juro por geléia de morango), mas bem sei que cada novo dia superará o anterior em sorrisos sinceros e gargalhadas que fazem nossa barriguinha doer, porque, como diria Regina Spektor "This is how it works" por aqui.
E que sempre funcione assim, jamais se acabe e nunca mude.
Sentirei saudade de você, mundo fofo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Blowing Dandelions.

Há quem me pergunte:
- Qual a graça de assoprar um dente-de-leão?
Eu costumo responder que se você assopra um dente-de-leão no momento certo, no lugar certo e na hora certa, desse, nascem mais mil.
Depois disso há ainda quem indague:
- E qual é a graça de multiplicar dentes-de-leão?
Pra essas pessoas eu faço algumas perguntas, do tipo:
- Você já esteve em um campo de dentes-de-leão? Já sentiu sua perna sendo acariciada por nuvens (porque, sim, errado está quem pensa que nuvens são feitas de algodão, quem pensou isso esqueceu que até o algodão machuca e as nuvens não)? Já se deitou e viu pequenos flocos de neve se levantarem da terra e ao caírem de leve, notou que não era frio que sentia, e sim o carinho, daquelas plantinhas macias no seu rosto relaxado? Você já esteve no céu?
Bem, está aí a graça de assoprar dentes-de-leão.
Agora quando você ver um, observe a direção do vento e se há terra por perto, se tudo estiver ok, assopre.
Quem sabe um dia você também não visita o céu.

domingo, 18 de julho de 2010

Caros leitores,

Como com mais de 4 anos (bem mais aliás, né?) de blog eu ainda sou newbie e não sei criar enquetezinhas bonitinhas aqui no canto, fica a "enquete" por aqui e vocês, por favor, respondam nos comentários.
Devo continuar postando os vídeos do meu canal do youtube nesse estimado espaço?
Sim?
Não?
Talvez?
Tem gente que diz que só conseguia comentar por aqui e há quem ache repetitivo, agora é com você (só pra terminar com um bordão chato que nem sei de quem é, beijocas)!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Avalanche de vocês,
Meu espírito aspirando perdições,
Cristãos perdidos,
Perdidos achados.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Em minhas mãos,

E tudo que você fazia era jogar tudo em minhas mãos. E até agora, na hora de dizer adeus, você não diz. Você me faz te desamar, ao ponto de ter que ir embora, há um ano você não me ama, mas ao invés de ir, ao invés de ir você mudou, você mudou e agora eu que tenho que me encarregar de jogar as sacolinhas na lixeira. Como quando minhas tias, com um monte de comida acumulada, pediam pra empregada me trazer coisas que elas sabiam que eu jamais comeria. Dessa forma tudo seria jogado no lixo e elas fingiriam não saber, fingiriam não dizer respeito a elas que comida boa estivesse sendo desperdiçada. Sempre a culpa foi e será minha. Por isso também, por desde muito pequena ter me acostumado a carregar todo o peso do mundo nas costas na concepção - bem culpada, mas disfarçando - alheia, é que eu não me importo. E termino sim com você. Pior que isso: Através dessa carta. Uma vez que será difícil pra mim suportar mais três meses. Pode comemorar por aí mesmo, no seu glorioso intercâmbio: parabéns, você venceu, arruinou nosso amor, o amor que prometemos cuidar todos os dias. O amor que você negligencia há meses, há um ano. Parabéns, nosso amor está oficialmente declarado qualquer coisa, diferente de amor. Sem amor, Beto.

domingo, 27 de junho de 2010

Peter Pan & Manuela.

Ela tinha olhos alegres, gostos simples e oito anos.
Por que será que ultimamente não consigo mais desenvolver histórias a respeito de gente grande?
Na sua condição de criança não costumava pensar em nada que não a deixasse feliz.
Talvez eu só esteja cansada de toda essa gente que curte se fazer de infeliz.
Manuela tinha esses grandes olhos cor-de-mel encantadores, um sorriso de lábios finos e a moldura do seu rosto era uma cascata cacheada de cabelos acaju.
Gostava de se auto-denominar aventureira. Estava sempre passeando em lugares "perigosos" com seus pais. Florestas cheia de capivaras ferozes e a qualquer momento poderia até aparecer uma cobra ou uma jaguatirica (que, por sinal, a menina sempre associava com um réptil asqueroso, embora soubesse que se tratava de um felino um pouco bravinho e bem fofo).
A menina gostava de andar descalço quando viaja para praia, mas na cidade jamais tirava suas meias, só para tomar banho.
E tomando banho ela viajava sempre para as mais recônditas áreas de oceanos nunca descobertos. Oceanos com pássaros nadadores, bananas bailarinas, sorrisos de bolhas de algodão e água que não afogava, abraçava.
Por contas desses longos banhos de banheira e sua fértil imaginação, a pequenina tinha um ótimo fôlego.
Ela fazia natação e sempre ganhava dos seus amiguinhos nas competições de "quem fica mais tempo embaixo d'água sem respirar".
Além de natação Manuela - ou Nunuca, como seus primos e amigos chamavam-a - estudava flauta e adorava andar por aí fazendo barulhos com seu instrumentinho.
Era uma menina por vezes obediente e doce, por vezes birrenta e antipática - embora essa segunda combinação fosse bem mais rara.
Gostava de leite com chocolate, tinha seu primeiro edredon, bichinhos de pelúcia e bonecas, assim que chegava da escola corria pra frente da tv pra ver se ainda estava passando pokémon e nas férias assistia todos os desenhos da manhã.
Gostava de ver o pôr-do-sol em cima da árvore da sua .
Era sonhadora e engraçada. Uma menininha como qualquer outra.
Manuela era comum e gostava de ser, queria ser comum e pequenina para todo o sempre.

domingo, 20 de junho de 2010

Então você sente que nada disso faz sentido, porque não faz e nunca fez.
Você ouve o sino dos ventos do lado de fora da janela, sente o vento passar entre as frestas que se arrepiam e pensa em alguém que não estará por perto tão cedo, mas esse não é o cerne da sua apatia.
A grande questão talvez seja que seus objetivos parecem tão inalcansáveis que não vale mais a pena tentar algo que só te fará fracassar. Mas por que tanto pessimismo?
Não é pessimismo: É apatia!
Não quer mais escrever por quê? Ele te pergutna preocupado.
Porque a arrogância escorre por cada palavra dessas pessoas que estão mais preocupadas em ser aclamadas do que se expressar. Responde você se perguntando por que do dia pra noite isso passou a importar tanto.
Talvez você só esteja cansada, você pensou que dormir adiantaria mas isso já perdura por tanto tempo que você começa a se preocupar.
O que você pode fazer pra mudar qualquer coisa? Esperar?
Aí é o ponto em que a gente vê que sua preguiça talvez seja a sua questão, ou não?
Você está bem cansada mesmo, da maioria das coisas.. Só queria algo novo, algo que não cheirasse a mofo e te fizesse sorrir: Todos os dias.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Não forces.

Às vezes é natural, perder as vontades de vontade ter, perder o amor e amar não poder.
Às vezes é natural.
E eu só gosto do que é assim: Natural.

sábado, 29 de maio de 2010

Todas essas pessoas não param de falar nem por um segundo, todas elas pensam que tem muito a dizer, que suas palavras tão suradas, tão banais, vão realmente fazer alguma diferença pra alguém.
É tanta arrogância, tanta prepotência, tanta masturbação de ego.
Frustrações escondidas atrás de joguinhos imbecis de palavras, na tentativa de se mostrar superior.
Um bando de palavras desconexas pra se mostrar muito letrado, tão mais inteligente, ninguém entende porra nenhuma porque não tem o que entender.
A "arte" é a maior expressão do ego, todo mundo quer se dizer artista, todos querem ser reconhecidos por suas genialidades inexistentes, acontece que todo mundo está falando a mesma coisa, a mesma coisa que se resume em duas palavras: tédio e nada.
Toda a porra igual, igualzinha, falando sempre as mesmas merdas que ninguém está interessado, ninguém sente falta, mas há quem finja que sim.
E por conta desse bando de fingidores temos, hoje em dia, esses ditos "gênios underground", que, óh sim, um dia serão reconhecidos, claro!
Um bando de baba-ovo que sabem menos sobre a vida que esses babacas que eles reverenciam.
E os arrogantes sabem que os babacas são um pouco - e bem pouco - mais babacas que eles, por isso assumem essa posição tão superior, que ao mesmo tempo consiste em alimentar vínculos fingidos de gratidão, é só desprezo, todo o desprezo do mundo, de todas as partes, desprezo e arrogância, podridão.
Todos nós somos nada.
Parem de me deprimir com escritas vazias que não buscam expressar suas vivências, buscam só algum reconhecimento de algo que, vocês não são.
Dou muito mais valor a um blog diário cheio de erros ortográficos de uma garota de quatorze ou quinze anos que ama a vida e convive com seus problemas de uma maneira ou outra do que toda essa merda que eu vejo por aí, essa pretensa literatura de um bando de "escritores" que vivem bem, se alimentam melhor e vivem fingindo que estão na decadência, na merda e enfrentando os piores problemas do mundo que eles mesmos criam pra ficarem mais glamurosos em suas mentes pequenas.
É que os autores preferidos deles tiveram mesmo uma vida de bosta, era bêbados marginalizados, que trepavam até com árvores, quando estavam afim, então, claro, isso é que é o bacana.
Minha pergunta principal é: Por que reverenciar ou sequer dar qualquer crédito a pessoas que criam um universo imaginário onde elas só se fodem pra quando forem escrever suas auto-biografias parecerem mais heróicos?
Eu sinceramente quero que se fodam todos vocês que acham que é bonito ser um merda.
E viva as raras pessoas que ainda sabem buscar sempre o belo, mesmo que essas não sejam obsessivas por joguinhos de palavras.
Vocês, gênios imaginários, são um câncer.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

É, eu não sei, mas às vezes penso, que até o fato dos seus olhos serem azuis, é mais uma coisa que só serve pra me ridicularizar. Sabe? Poemas com personagens de olhos azuis
{azuis profundos, azuis límpidos, azuis da cor do céu, azul como o mar, azul piscina, azul água fresca num dia quente, azul penetrante, azul forte, azul que te quero azul, azul como o amanhecer frio}
Existem mais de mil. Nasces-te assim só para vulgarizar minha possível poesia. Se você é todinho como é, seu rosto perfeitamente simétrico, seu sorriso branco e perfeito que de um jeito tão único - e, novamente, já tantas vezes descrito - se estende até os olhinhos, se o seu abraço aquece também a alma é puramente pra que eu escreva o que já foi escrito antes;

terça-feira, 18 de maio de 2010

Tenho pensado em não pensar.

Há alguns anos li algo sobre velocidade.
Alguém disse que se você está muito rápido os pensamentos fogem de você.
Corra o máximo que conseguir e se seus pulmões não explodirem você notará que só não pensa.
Aliás, não notará.
Partindo dessa premissa joguei fogo na cama dela e tentei começar a correr quando a vi vindo em minha direção, de meias, calcinha e uma blusa que mal cobria seu umbigo, cheia de sono, sem entender vinha dizendo "Tem fumaça no meu quarto, fumaça na cama".
Corro de volta pro quarto e vejo que não há mais jeito de apagar, a pego no colo e corro com toda a força que me resta, gritando pelo prédio.
Partindo daquela premissa, não estava a uma velocidade muito grande e meus pensamentos me inundavam, mesmo com toda a adrenalina que um incêndio criminoso causado por mim, se espalhando pelo prédio, podia me causar.
"O que aconteceu?" me perguntou com a perna ligeiramente chamuscada quando começou a raciocinar, já na rua.
"Devo ter dormido e deixado algum cigarro cair, não sei", menti sem convicção e tentando me fingir de confuso, ela era esperta.
"Porra, se você fez alguma merda me fala logo! Se eu não descobrir a perícia vai, você sabe como eles são filhos da puta com essas coisas, num bom sentido, hoje em dia, então fala logo", me olhava num ódio assustado, sabia que eu tinha culpa.
Muita gente descia, não todo mundo, eu bem sabia quando disse pra ela me esperar que traria cigarros que a ajudariam a manter a calma.
Ela não tentou me impedir, só virou o rosto e começou a morder manga da blusa aflita, deixou uma lágrima rolar. Gostava dos nossos vizinhos, principalmente do casal de gêmeos ruivos que moravam no nosso andar, um menininho e uma menininha de 5 anos, eram mesmo doces e adoráveis até pra mim que odiava crianças. Acho que pensava que as chamas que os lambiam eram tão vivas e vermelhas quanto os cabelos deles, antes daquilo. Podia estar pensando também que a culpa era dela de alguma forma, adorava se culpar mesmo, deve até ter se suicidado, depois de tudo, não sei.
Não sei mesmo, nunca mais tive notícias dela, nem dos gêmeos, nem de ninguém, depois de fingir sem me dar ao trabalho de fazer um bom trabalho fingindo que não estava fugindo, corri o máximo que pude.
Então aquela falta de sensação me invadiu, só voltei a pensar quando meu pulmões e joelhos de alguém que não tem mais dezoito anos começaram a gritar de dor.
Olhei ao redor, tinha uma estação do metrô por perto, fechada já, mas que me deu a idéia de procurar a rodoviária pra me mandar de São Paulo, era essa a idéia que eu tinha de fuga e foi isso que fiz.
Estou morando aqui no Chile há cinco anos, demorei até achar um lugar que quisesse e conseguisse ficar.
É que apaguei meu nome, me fingi de afogado, pensei muito num plano pra conseguir ficar.
Agora faço de tudo pra não pensar, não lembrar dos gritos, dos cabelos lisos, castanhos, longos e ligeiramente descabelados caindo sobre aquela blusinha que usava como pijama, os olhos grandes e bem contornados de menina ainda nova, a boca carnuda sendo mordida nervosamente pelos dentes perfeitos graças a ortodontia, a lágrima que eu vi rolar quando ela se virou pra olhar o prédio e toda gente que saia assustada e com cara de sono, junto com a fumaça.
Tentei não pensar nos gêmeos graciosos, nem na senhora que morava no andar de cima e que, além de silenciosa, nos trazia bolos de frutas com freqüência, tentei não pensar e lembrar que nossos preferidos eram os de abacaxi e laranja, de preferência com ela sentada no meu colo e me dando na boca.
Corro toda manhã pra não lembrar da nossa última explosão conjunta antes da briga, do último beijo em que ela se deu ao trabalho que fingir que ainda me amava, dos gritos escandalosos e da minha súbita insanidade e desejo de vingança.
O Chile tem sido um bom lugar pra mim, me acolheu bem, sem muitas perguntas.
Eu não faço muita coisa e sobrevivo, mas ultimamente ele tem me entediado, sabe?
Realmente não faço muita coisa e estava pensando em uma mudança de ares, pensei em tudo já, ninguém sabe meu nome, estou tranqüilo.
Nunca contei essa história antes e agora vou dar continuidade aos meus planos de mudança, mas dessa vez não fracassarei no assassinato. Alguém terá que morrer pra que eu possa correr com mais certezas, mesmo não tendo necessidade delas enquanto corro.
E eu pensava que esse alguém...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Não é doce. Nada doce.

Eu quero escrever mas não sai nada.
Eu podia pintar.
Podia também parar de ver tanta beleza que não se vê pela vida e podia não tentar escrever tudo isso. 

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Caindo na toca:

Caia na toca e comigo todos os meus pudores. Todas as esquisitices que passavam diante dos meus olhos não me causavam estranheza, só me mostravam o quão obsoleta era. Eram tantas formas, tons, combinações e até sabores que eu nunca sonhara em sonhar que me senti envergonhada. Nunca tinha eu pensado, por exemplo, que uma abóbora de duas cabeças pudesse se sentir infeliz por não conseguir ir com seus amigos pescar no banheiro secreto e dourado. Nunca também tinha imaginado que sofriam os livros banguelos por não mais ouvir, ver ou sentir a harpa descabelada chorando. Quando o vento - ou terá sido a música diagonal? - arrancou com violência meu vestido, não me importei. É que cair na toca não me deixava preocupar com tamanhas banalidades. Aquelas criaturinhas sabiam também que da vida nada eu sabia e é por isso que iam me olhando tão divertidas. Caindo na toca tudo pareceu já tão diferente que eu - e toda minha limitação - não podia imaginar que cair na toca não era nem a metade do meu começo..

terça-feira, 4 de maio de 2010

Quinze anos passando o futuro.

E quando me disse adeus no segundo dia - coisa que sempre me exaspera por não saber se ela volta amanhã ou daqui seis meses - me disse que estava pensando em vir todo dia.
Eu sorri e consenti, disse que se não fosse a atrapalhar, quantos mais sorvetes e chás tomássemos, melhor.
E quando ela virou e começou a se afastar, olhando aqueles cabelos louros em movimento, eu só conseguia pensar que, se ela cumprisse a promessa, teríamos muito a falar ainda, nós próximos quinze anos.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Comedora de Kiwii Strikes Again.

Eu disse que existia continuação: Tudo que eu tenho a dizer sobre Crepúsculo: Motoristas de ônibus furiosos: Eu não acho muito legal passarinhos me acordando: E chega, ? Já sabem onde encontrar mais? www.youtube.com/kiwiiiateyou

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ask again.

- Você já se sentiu oco? - Oi? - Já se sentiu oco? - Eu escutei, mas.. que pergunta é essa? - , oco, sabe? Como se não tivesse.. Nada. - Nada por dentro, ? Porque pra ser oco é preciso de algo que envolva o oco.. - Sim, o corpo e nada mais. Já sentiu? - Olha, oco completamente oco não, mas confesso que quando você não me trás todas essas borboletas, aparecem pierrots chorosos. E se aqueles garotos não param de te encher, surgem uns escorpiões e cobras, confesso. Antes de você eu era composto por bolas de feno, pois é.. Mas a ausência de tudo eu nunca senti, até porque acredito que isso seja a morte. - Hum.. Disse a menina forçando um sorriso. - Mas.. O que há, está se sentindo oca? Perguntou o garoto, inseguro. - Eu? Não, não.. Era pura curiosidade. Respondeu aérea. - Pára de pensar besteira, sua boba. Vem aqui! Disse o menino sorridente enquanto puxava-a pra si. Ficou olhando dentro dos olhos dela, com um olhar brilhante e evidentemente apaixonado, enquanto ela, com sua fingida docilidade tentava esconder um tom opaco. E naquela madrugada, sozinha em sua cama, nem as estrelas conseguiram fazer o olhar da menina mais brilhante, nem sequer lembrou que olhando para as mesmas estrelas alguém pensava nela, não se emocionou com música nem se concentrou na sua leitura. Nada afastou aquele tom opaco, tom de quem reflete sobre o oco.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Esquizofrênico.

- Você já viu uma pessoa com mais de dez anos soprando um dandelion? - Já.. - Eu acho uma coisa bonita de se fazer. - Eu acho comum. - Sabe o que eu gosto, também? - O quê? - Quando olham pro que estão bebendo, gosto de ver o olho parecendo fechado pra mim, quando está aberto. - Hum.. - E eu gosto de.. - Sabe, eu estou tentando ler e não te conheço, então, sei lá, arranja um amigo, liga pra ele e fala essas coisas suuuuper interessantes, ok? As pessoas no ônibus começaram a olhar espantadas pro garoto que falou quase gritando olhando pro banco vazio ao seu lado. O menino continuou sua leitura ao lado da menina de olhos tristes e não notou quando ela desapareceu..

domingo, 25 de abril de 2010

O melhor que eu puder.

Eu quero viver num mundo onde segundas chances existem. Eu quero viver num mundo onde você existe. Eu quero viver num mundo de melhores amigas enérgicas que só querem o bem no fim das contas. Eu quero viver se for pra saber que você sorri em algum outro lugar. Eu quero estar aqui se puder te imaginar esmagado no meu abraço. Eu gosto desse lugar, juro que gosto.. As cores parecem mais vivas e seus olhinhos piscantes cheios de cílios fazem meu coração se aquecer. Obrigada por existir, menino das palavras.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Não me procura.

Eu realmente já cansei de ter só pixels e palavras. E o leve, o morno e o ligeiro não me satisfazem.
Tente esquecê-la de outra forma..
No feelings for you, Ferdi. Like orkut used to say about donuts.

Normal.

Júlia fora até a venda comprar uma dúzia de maçãs. Júlia era apenas uma menina indo até a venda comprar uma dúzia de maçãs. Ela quase não tinha rosto, andava com a cabeça baixa sem motivo, cantarolando uma antiga canção que gostava, mas que não te tocava naquele momento "Ah, se tu soubesses como eu sou tão carinhoso e muito muito que te quero". Enquanto escolhia as maçãs se deu conta que a canção não lhe tocava porque ninguém fugia dela, tinha um namorado legal e um grupo de amigas. Tentou afastar a canção da cabeça pensando em alguma música da moda mas nada lhe ocorreu então ela se rendeu novamente a "Carinhoso". Terminando de escolher as maçãs olhou pro vendedor, sorriu: - Você tem 10 centavos? - Não. Ele lhe entregou o troco, ela sorriu novamente e voltou pra casa. A vida inteira de Júlia foi parecida com isso, ela casou com seu namorado legal, não manteve contado com seu grupo de amigas, foi na casa de sua mãe todos os domingos até a mesma morrer, fazia compras, teve filhos, às vezes brigava com seu marido, foi traída e perdoou, continuou sendo traída e ignorou, viu seus filhos crescerem e saírem de casa, sentiu a falta deles, se acostumou com visitas aos domingos.. Morreu.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

É mais importante ter dinheiro.

Afastem seus filhos da arte! De verdade, pensar não é bom, não é saudável ou gostoso. "Tá vendo? Coisa de artista" Não! "Olha só? Essa pêra está artística" Não! Não! Não! Socoro! Arte é reflexão, é sentimento. Não deixem seus filhos virarem seres pensantes. Por favor. Pelo bem deles.

Sobre um copo.

Há um copo ao lado dela e nele está escrito o nome de alguém que importa: Mariana.
Sempre achei um nome lindo, tão cheio de possibilidades poéticas.
Se eu fosse poeta é certo que seria meu nome preferido!
Além desse nome há nesse copo alguns desenhos que aquela mãozinha pequenina e delicada rabiscou, desenhos singelos e coloridos, desenhos que Mariana fizera pra ela numa daquelas tardes.
Pode, pra você leitor, parecer bobagem que eu esteja escrevendo sobre um copo, mas, acontece que o copo estava sempre seu campo de visão e toda vez que ela o via seu amor crescia um pouco mais.
E o amor é importante!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Fico cada dia pior.

Existe sim uma continuação.. HÁ!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Primeiro segundo beijo.

Isso daria uma ótima cena de filme. De juventude confusa. Juventude triste.
O garoto espera na calçada com um cigarro entre os dedos. "Vocês são as duas mulheres que eu mais amo na minha vida, com certeza", ele disse pra elas minutos antes;
 Entram juntas numa das cabines do banheiro, desorientadas.
Dois dias depois uma delas riria tomando sua quarta xícara de café do dia.
A outra apenas sorriria, ao fumar um cigarro, na área externa da faculdade. Ambas recordando o momento.
Então seguranças bateram na porta e as convidaram a se retirar. - Anh? Era mesmo muito absurdo. - Nós só viemos usar o banheiro mesmo. Tchau. Talvez fossem os batons vermelhos, os rostos incrivelmente simétricos e indiscutivelmente belos, as calças de couro e meia-calças azuis, os passos decididos, as mãos se segurando, talvez fossem os cabelos louros e soltos, os risos e corpos que se, por acaso, realmente tivessem se entrelaçado, teriam ficando ainda mais bonitos.
Mas não.
- E você jura que não se beijaram? - Affffff, claro que não. - Jura? - Eu segurei o cabelo dela, ela queria vomitar, nossa, cala a boca. - Mas nem um selinho? - NÃO!
Parecia até que eles torciam pra que os tais seguranças tivessem razão. E talvez todos tivessem torcido tanto pra que aquela cena, pra que aquelas duas, tivessem mesmo se entrelaçado naquela Cabine bonita de banheiro desconhecido que tenha acontecido.
- Como assim?
É que minha tia, certa vez, me disse que mesmo que Jesus não tenha existido de fato, mesmo que ele não tenha feito milagres nem nada do tipo, ele acabou existindo de alguma forma.
- Anh?
É que durante tanto tempo, tantas pessoas e tanta energia acreditou em tudo aquilo, que plasmou-se energeticamente aquela existência, e a de tantos outros ditos santos.
E é por isso que quando religiosos fervorosos rezam e pedem seus milagres, muitas vezes eles acontecem. Fez todo o sentido do mundo pra mim.
Mas.. Será que se aplica? Será?
Vodka gelada e duas doses de tequila. Foi?

domingo, 18 de abril de 2010

Where's my mind?

Você já sentiu que você estava perdendo alguma coisa em relação a sua vida?
Acho que não me fiz entender.
Você já sentiu como se não soubesse exatamente tudo que aconteceu durante determinado período da sua própria vida? É uma sensação elétrica.
Você está ligado em tudo e tudo parece incrivelmente distante.
Você anda mas não com suas pernas. Fala e é a boca de outra pessoa.
Seu cérebro não te pertence. Nem sua mão, rosto, olhos...
Então você começa a perder os olhares.
Você cai no chão e se machuca a ponto dos seus olhos encherem de lágrimas, mas você não sente realmente.
Alguém te magoa e nada muda. Você passa três dias sem comer...  
Você está sempre esperando algo acontecer e como nada nunca acontece, você inventa acontecimentos.
Inventa e no começo isso funciona, então você continua a inventar.
E inventa tanto que depois de um tempo não sabe mais distinguir uma coisa da outra.
Então um dia você percebe que só consegue organizar suas memórias colhendo fragmentos do que te aconteceu da memória de outras pessoas.
Fragmentos torcidos e retorcidos, fragmentos mutilados, deformados, falhos...
Nada mais é concreto. Nenhuma certeza. Nada realmente importa.
Você não confia mais nem nas suas lágrimas. Você não confia mais em você.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ela sempre acaba vindo.

E eu escrevi "Não quero que você venha aqui ler isso".
Ele povoa os sentidos todos e ela insiste em ser um fantasma.
Um fantasma que me assombra sim, que ainda me tira o fôlego e o sono.
Um fantasma.
E tem uma foto dela que eu coloquei sem explicação, mas essa, sei que ela nunca verá.
As nuvens estavam tristes hoje e eu não consegui dormir a noite toda.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Pequena anotação.

De como é fácil ser imbecil.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

"Mais um projeto qualquer pra esse caderno" ou "A Espera".

This is not what I'm like, this is not what I do, this is not what I'm like.. I think I'm falling for you..
(The Magic Numbers)
Take me out tonight, when there's music and there's people and nenénacolaaaaaah..
(The Smiths & -uma pequena interverção de- Ferdi)
- Está fazendo cola aí? Perguntou o senhor brincalhão. A menina que até esquecerá o significado dessa expressão olhou-o num misto de surpresa e indecifrável riso enquanto dizia: - Cola? Como se afastará do caderno o senhor pôde visualizar a mulher que ela tentava agora reproduzir: - Ah, não é cola, não.. Disse ele entre sem jeito e brincalhão. Ela sorriu tentando reparar o incômodo que causara e tentou fazer uma voz divertida pra responder: - Não é, não. Então ele repousou a mão pelo menos 50 anos mais velha nas costas da garota e se despediu: - Que bom, que bom, continue. Foi muito bom vê-la. E se foi. Ela escreveu o ocorrido lamentando ter perdido talvez a oportunidade de uma conversa decente com alguém que sabia 50 anos a mais que ela. Em seguida voltou a desenhar, constatando que não era boa com pernas..

domingo, 4 de abril de 2010

Inpiração deprimida.

Dizem que tristeza inspira. Será mesmo?

Eu não sei muito sobre inspiração, sempre quis ser artista, fazer arte de alguma forma, mas ainda não consegui chegar nesse ponto.

Mas eu tento.

E tentando, muitas vezes muito triste, acabo por perceber que há mesmo uma diferença na qualidade dos textos, das músicas, desenhos e qualquer coisa que eu tente produzir quando estou muito magoada.

Uma qualidade diferente..

Que eu também alcanço em picos de euforia.

É engraçado.

É engraçado enaltecer tristeza, é triste.

É corriqueiro.

É embaraçoso.

Por quê?

Às vezes eu sinto como se o mundo inteiro fosse pesado demais e esse peso faz com que não consigamos sentir nada.

Absolutamente nada, o completo do vazio: o oco.

E esse oco nos choca tanto que preferimos inventar sentimentos.

Dentre eles inventamos nossa tristeza, que é muito mais frequentemente inventada, porque na eminência do oco sentimos por alguns segundos o gosto da tristeza, logo, é muito mais fácil reproduzí-la.

Então ficamos aqui tristes e justificamos nossa estagnação nesse deplorável estado com inspiração "Acostumei com a fossa, o lado bom é que escrevo melhor assim".

Acho que o lado bom, no final das contas, é que nunca há um lado bom.

É ou não é e fim.

Fim.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Do.

Então a gente, por ócio e preguiça de pensar em qualquer coisa ou desprender nossa energia amando ou ouvindo familiares ou passeando com nosso cachorro ficamos lá, deitados no sofá, estáticos.
Estática! Eu sempre gostei dessa palavra.
Então ficamos lá estáticos, vendo toda aquela baboseira.
A gente se envolve com a história e passa a ver todos os dias.
Aí tem aquele rapaz fechado, sensível e fofo.
Primeira semana.

É muito mais fácil mudar pra França, eu sei.
Francamente! 

Oco.

- Você já se sentiu oco?
Oco é mais que vazio. Oco é oco.
Vazio pode vir a se preencher. Oco é e não muda.
Você já se sentiu oco?
- Se oco não muda como posso já ter me sentido?
- Você pode já ter sido maciço e agora ser oco. Isso acontece com as coisas, os móveis, pedaços, falhas ocas em paredes e essas coisas, elas já foram maciças, podem ter sido.
- Hum.. é verdade, mas.. não. Oco, imutavelmente oco eu nunca me senti. Por quê? Você está oca? Você deixou pra sempre de ser maciça? Não acredita mais?
- Como?
- O que você tem?
- Eu?
- Não, a Joana.
- Olha, acho que a Joana está com disenteria.
Ele sorriu e pensou que ela podia realmente ser besta em situações que não permitiriam outras pessoas fazerem o mesmo:
- Pára de ser boba e fala logo.
- Não é nada não.
- Jura?
- Eu só estava mesmo refletindo sobre o oco.
- Me pareceu pessoal quando você falou.
Levantou do sofá de um salto e foi até o balcão pedir mais uma fixa para a Jukebox.
Qualquer coisa..

sábado, 27 de março de 2010

One, two, three, four..

Eu odeio a maneira como você finge não entender nada, eu odeio quando você foge de mim.
Eu odeio ter que te odiar por não ter mais o seu amor e odeio que você nunca tenha me achado bonita.
Eu detesto a sua forma paciente de falar comigo e abomino o fato de ser sua amiga.
Eu não quero que você venha ler isso e não quero que você tenha como função social me fazer sorrir. Olha, eu odeio, odeio muito ser a pessoa que eu sou e os grandes responsáveis por isso são vocês. Vocês dois.
Você, a louca, a odiosa, qualquer pessoa a minha volta sabe o mal que você me faz.
E você, o anjo, você, minha versão masculina, você.. você que é tão ideal.
Mas meu coração tem, porque sente semelhante.
Coração não pensa, sabiam?
Ele não pensa e é como se pensasse, pensasse sempre no nosso mal!
Então você vem e me diz tudo que eu abomino enquanto ele vem e diz tudo que eu quero ouvir.
E a amizade dele pra mim é meu oásis, meu porto seguro e tudo que eu sei, ele sabe tudo sobre nós duas, você não sabe nem o nome dele, você não sabe mais nada sobre mim, ele sabe até o que eu comi hoje de manhã e sabe dizer o que eu preciso ouvir antes de dormir, ele sabe conversar através de histórias e me mostrar coisas excelentes, ele sabe me magoar também, muito, mas sabe curar todas as mágoas e ele é simples e sempre entende o que eu falo, mesmo quando não entende, diferente de você que gosta de se fazer de sonsa, gosta de pecar por omissão, de fingir que não sabe do que se trata, você disse:
- Não precisa ser antipática.
- Não estou sendo antipática, estou sendo sentimental. Eu respondi.
E essa é a última resposta que você obterá da minha pessoa, enquanto ele pra sempre vai estar comigo e vai saber de absolutamente tudo, será meu amigo, compadre e depois meu filho, quando eu precisar roubar uma casa.
Quando eu dei tchau e disse que o amava esperei pra que ele dissesse que me amava também, então, ao invés de ir dormir, como tinha dito pra ele que ia, fui ver mais um filme, porque você sabe, eu vejo muitos filmes.. Se bem que, não, disso você não sabe.
Ele sabe.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Amany.

Depois de sair do trabalho, foi fazer outro que não sabia bem como iria ser, chamou um amigo e foram.
Foi estranho e divertido.
Tomaram Yakults e comeram pêssegos sentados na calçada.
Ela gostava muito de estar perto dele, se obrigava a ficar acordada o tempo que fosse se ele estivesse por lá.
Engraçado, se conheciam há tão pouco tempo.. Mas não é sobre esse amigo a história de hoje.
Se fosse seriam só sorrisos e a história de hoje é só lágrimas.
Ele disse que eles poderiam sim conversar, mais que isso, ela pediu "Deixe-me presenciar sua indiferença pra poder seguir em frente" e ele respondera "Se for pra me esquecer, que seja longe de mim" e quando ela disse que não era isso que ela queria e mesmo assim ele concordou em vê-la o coração dela se tornou tão colorido quanto um coração pode se tornar.
Por 12 horas ela acreditou em finais felizes e segundas chances.
Como passara a madrugada do sábado para o domingo acordada com aquele amigo dos sorrisos dormiu com o telefone do lado da cama.
Ele disse que ligaria pra marcarem direito, mas de antemão tinha dito "Domingo de tarde, na Cultura".
A Cultura era um lugar que representava muita coisa pra ela e agora terá de ser abandonada, assim, de modo drástico mesmo, enfim...
Na Cultura domingo, ok.
A menina trabalhava também aos domingos, não tinha problema, dava tempo...
Tempo... como o tempo passou doloroso aquela tarde.
Chegou às 14h.
Sentou-se na poltrona onde conversaram de verdade pela primeira vez há exatamente um ano e três dias atrás.
Esperou.
Pegou um livro e tentou ler.
Não conseguiu.
Esperou.
Olhava em volta, no celular, esperava.
15h.
Foi até o banheiro, tentou parecer bonita.
Não era bonita.
Voltou.
Esperou.
16h.
Ela tinha que ir às 17h.
Esperou.. olhou o celular.
Tentou ligar pro número que tinha recebido uma ligação dele no dia anterior.
Nada.
Esperou.
Olhou.
Chorou.
Três gotas quentes escorriam.
Cinco.
Doze.
Duzentas gotas quentes e doloridas.
Soluços.
17h.
Ela foi.. Andou, andou, seus pés doíam, usava um sapato de boneca, tinha se arrumado cautelosamente pra ele, pra parecer um pouco mais qualquer coisa que ele quisesse.
Havia colocado meia calça, eles brincavam de beliscar a perna dela fingindo puxar a meia, coisa deles, então ela estava de meia calça mais uma vez.
Começou a chover, a chuva fria na tarde quente molhava tudo nela, o coração latejava, os soluços chamavam atenção na rua.
Ela não queria se controlar, se controlar significava fingir e ela não era assim.
Entrou no trabalho preocupando todo mundo.
Abraçaram-na e ela pode se libertar um pouco daquele grito preso, daquela sensação de abandono absoluto, daquela estaca enfiada com maldade.
Se saiu bem no trabalho, melhor até do que das outras vezes, dizem que teatro cura.
Cura mesmo.
Pena que dura só o tempo de palco e depois vai embora.
"Não chore",
"Pode ser apenas um mal entendido",
"Você é linda",
"A minha última chance foi embora ano passado e eu tenho quase 30, você é jovem ainda, tem muito pra viver. Olha como eu estou agora"
ele estava mesmo completamente feliz e apaixonado.
Mas até quando? 
Ela não acreditava mais em nada.
Só acreditaria se tivesse sido um mal entendido.
Andou pela Av. Paulista procurando em cada rosto um vestígio dele.
Nada.
Chegou em casa depois da meia noite com os olhos mais inchados que nunca.
Continuou esperando um mal entendido.
Rezou. Rezou, rezou sem saber pra quem e porquê, queria um milagre, um mal entendido de presente.
Não ganhou.
A única notícia que obteve no dia seguinte foi:
Ele: "Não estou mais em São Paulo."
Ela: "Entendo. E eu fiquei doze horas esperando, com todas as esperanças do mundo e um presente. Eu me arrumei com cuidado pra você. Passei um perfume que me faz cheirar a morango. Eu acreditei em segundas chances pra mim.. De qualquer forma, obrigada, agora posso voltar a realidade. Ponto final."
Jamais enviou, graças a um erro cibernético e jamais enviaria.
O ponto final pra ele já tinha sido dado faz tempo, então não era necessário avisar que era vez dela de acabar com aquilo.
Fim.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Ensaio sobre faixas multicoloridas.

As faixas multicoloridas são um fenômeno óptico e meteorológico que separa a luz do sol em seu espectro contínuo quando o sol brilha sobre gotas de chuva formando um arco multicolorido.

Recentes descobertas apontam que existem três tipos diferentes dessas faixas multicoloridas, são elas:

O arbo-íris:

Os arbo-íris são faixas multicoloridas que se formam no céu (e em nossos corações, eventualmente, quando presenciamos algo doce), eles têm apenas 5 cores.

E são elas: Vermelho, Amarelo, Verde, Azul e Roxo.

Os arco-íris:

Os arco-íris são as mais comuns e conhecidas faixas multicoloridas que se formam no céu (e em nossos corações, eventualmente, mas dessa vez quando vemos algo incrivelmente doce), eles têm 7 cores.

E são elas: Vermelho, Laranja, Amarelo, Verde, Azul, Anil e Roxo.

E por fim (e mais impressionante) os arto-íris: Os arto-íris são raríssimas faixas multicoloridas que só se formam em nossos corações e em situações muito espefícicas, como, por exemplo, quando presenciamos um outro fênomeno muito menos raro e bem mais especial que é o sorriso do meu Patinho ♥, ou quando recebemos o abraço do menino dos cabelos de criança, os arto-íris têm 12 cores. São elas: Rosa, Vermelho, Laranja, Amarelo, Alegria, Piscina no Verão, Grama de Pic-nic, Verde, Chá de Hortelã, Anil, Azul e Roxo. E é por isso que, sempre, sempre "the pleasure and the privilege" will be MINE.

Um abraço ou uma despedida decente.

exatamente um ano atrás cá estava eu, nesse mesmo lugar, nesse mesmo assento, até, com esse mesmo jeitinho, esperando pela mesma coisa que em breve chegará.
exatamente um ano atrás minha personalidade era tão igual e tão distinta.
Lembro que costumava ter muito ciúme, confundia amor com posse, era extremamente egocêntrica e me magoava de forma extremamente extravagante por coisas que seriam incrivelmente insignificantes para sentimentais saudáveis.
Era também antes uma boa menina, acho que só sabia muito pouco da vida, tinha vivido muito pouco e sofrido por demais.
Eu, praticamente, só conhecia a dor.
É engraçado estar aqui na mesma espera exatamente um ano depois sem ter planejado nada e só ter notado agora.
Conheci tanta gente, tantos novos sentimentos, experiências, novos escritores, cineastas, cantores.
E engraçado pensar que se há exatamente um ano atrás eu não tivesse vindo esperar aquele garoto talvez, metade (ou mais) de, tudo isso jamais teria acontecido.
Engraçado e triste saber que exatamente um ano depois ele volta pra essa mesma cidade e dessa vez não quer me ver.
Meu medo de que tudo aquilo acontecesse de novo por amar. Eu era tão frágil.. Sanidade dele querer se afastar de um ser assim.
Insanidade não me deixar, exatamente um ano depois, tentar pedir desculpa por todo o possível mal que causei e mostrar que agora eu não sou como antes, que eu estou diferente, diria.. curada.
Eu não magoo mais por medo de amar, eu só amo, amo de verdade e se me magoam eu sigo em frente, magoas fazem parte da vida. Eu aprendi muito em um ano.
Porém a vida é assim e ele tem todo o direito de me repelir, de ter medo, raiva ou simplesmente ter cansado.
Então eu prefiro pensar que tudo é assim porque o menino dos cabelos de criança e abraço protetor não tem mais nenhum abraço pra me dar.
Crio esse pensamento pra não manchar as páginas do caderno com lágrimas salgadas. Mas ele não me convence e eu vou, mais uma vez eu vou procurar uma forma de tentar chegar até ele, uma forma de implorar uma segunda chance.
 Por que será que nunca me dão segundas chances reais?
Eu queria só mais uma, uminha.
Não pediria nada em troca.
 Mentira, eu pediria sim: pediria um abraço sincero.
Ou, quem sabe, uma despedida decente.