terça-feira, 11 de agosto de 2009

Fuck and run.

Só ia até a esquina, estava frio e eu com as pernas de fora.

Um sobretudo.

Todas aquelas coisas sobre poder que eu sempre quis saber tinham acabado de me ser ensinadas, eu sabia, tinha o poder e pernas de fora, onde eu poderia usar nesse momento.

Olhei pra um pássaro e até ele. Se vocês soubessem o quanto eu detesto pássaros..

Ontem depois de meses sem pensar nisso o principio da minha dor tinha se instalado em mim, pensei: "É quase intrínseco do meu ser". Briguei comigo mesma por ser covarde o suficiente pra aceitar aquilo como "meu".

Pensei em como as coisas tinham mudado entre nós eu e ele, o outro ele e o outro. Eram tantos "ele" que não poderia haver um só. Minha boca vermelha se abriu num sorriso, num sorriso que sabia o porquê do sorrir. Eu andava sempre com ele de canto na boca.

Lembrou de uma de suas músicas favoritas enquanto o frio e o pássaro olhavam pra suas pernas: "'Fuck and Run'? Ok", correu até não sentir frio.

Sentou numa calçada, acendeu o cigarro, riu de canto e repetiu: "Fuck and run", olhou pra outro pássaro que passava, completou: "With or without my best intentions".

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