segunda-feira, 20 de abril de 2009

Assassinato sentimental.

Sofro, desventurada, sofro. Sofro e não posso conter meus gritos de dor. Sofro por medo e tanto medo de sofrer assim. Sofro por ter deixado meu coração e capacidade de amar terem morrido assim tão depressa. O que me magoa é não ter porque ansiar. Ainda tenho meus desejos, minhas vontades e sonhos. Mas vivos os sonhos alheios porque sou covarde, só amo o que é seguro. Choro porque vi a pessoa mais apaixonada e carinhosa do mundo morrer pra nunca mais. A melhor amante se foi e não voltará. Me deixei morrer e virei um outro alguém que não reconheço em mim: Frio, amargo e indiferente. Como pude dar esse poder pra alguém? Mudei sem querer mudar, da amargura do primeiro amor que se tornou ódio, asco e rancor. Ódio, asco e rancor ainda são sentimentos, sentimentos maléficos que eu não me permitiria sentir se tivesse controle sobre. Nem desprezo, um grande nada por uma pessoa nada. Uma pessoa nada que conseguiu me matar. E agora, o que eu faço com tanto carinho, risadas e alegria de viver? Em que parte do meu amargo e doente ser tudo isso cabe? Na minha castidade espero por alguém que me tire da hibernação sentimental, pra me lembrar que amar faz bem e faz rir. Pra me lembrar que - normalmente - isso não tira pedaço de nenhum lado. Pra me lembrar que eu mereço muito mais que uma pessoa nada. Mas minha amargura não quer lembrar disso. Minha amargura quer me ver no leito de morte falando: "Consegui, nunca amei nada ou ninguém. Consegui, tudo que tive até hoje foi raso ou odioso. Consegui, passei pela vida e não levei nada!"

3 comentários:

Rodox disse...

Digo que é ruim as vezes nos amargar em sentimentos e esquecer que eles existems, mas em boas partes de minha vida fazer isso foi um mal necessário. Ainda vivo com a mesma esperança que você de um amor me fazer sorrir que nem bobo vendo um show do patati-patata. Mas mantenha a esperança quem acredita sempre alcança.

Anônimo disse...

Carambs.
Senti em mim a decepção. (W)

Gostei.

Ferdi disse...

Eu ando muito dramática, né.
Credo, é o tédio.

Obrigada, os dois (: