segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Votação de aprovação de lei do senado contra homofobia.
domingo, 29 de novembro de 2009
Patétca e Assustada ;
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Zoológico.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Fragmentos.
Mas eu e minha prima sabemos e alternadamente nos balançamos, me senti viva e feliz, não tinha ninguém pra disputar balança, ninguém pra me tirar de lá dizendo que eu não tinha mais 10 anos, era um parque (muito) ensolarado, bonito e com todos os brinquedos disponíveis, como num sonho..
Sonho! Sonhos.. amanhã pressinto que será mais um dia de sonhos. Minha tia (que é mais minha mãe do que minha própria progenitora) nos levará em algum outro lugar cheio de árvores e sol e nós poderemos mais uma vez brincar, como se eu ainda tivesse 10 anos.
Mas suspeito que no parque de amanhã terá muita gente pra me dizer que não mais tenho idade de ir nos brinquedos, por isso vou me fantasiar de crianças.
Tamanho eu tenho, vou colocar meu vestido de criança e fazer duas tranças no cabelo, ninguém vai me reconhecer como adulta, infalível!
Às vezes eu fantasio que pra sempre poderei fingir que sou criança e convencer o resto do mundo, gostaria que assim fosse, mas não vou alto o suficiente pra acreditar que será.
Alto!
Você já esteve em qualquer lugar mais alto que uma balança lááááá na subida?
Acredito que sim, eu também, mas.. você já sentiu mais perto do céu do que nessa ocasião?
Não sei você, mas eu não.. balançar é pleno. Pleno.
Eu detesto ficar tanto tempo sem balançar, fico triste e velha, ainda bem que hoje tive essa sorte, sou criança e feliz de novo.
Criança que talvez carregue fardos grandes demais, mas, de qualquer forma, criança.
Eu carrego desde criança, sabe? Sou uma criança acostumada.
Acostumada mas amedrontada, eu não sei se já contei, mas morro de medo de ser abandonada.
Ontem, antes de dormir, eu jurei que nunca abandonaria meu irmãozinho porque ele disse que estaria sempre comigo, então ele perguntou:
- E se você morrer?
Eu disse que continuaria por perto, então ele perguntou:
- Mas e se eu morrer antes?
Ai eu disse que então seria a vez dele de se aproximar, ele sorriu, me deu a mão, abraçou-me, fechamos os olhos e dormimos, felizes e sem medos.À la autobiografia de Bukowski.
Estava sem falar com ela de raiva, frustração e sensação de impotência, até que ela começou a me provocar:
- Eu fui com meu namorado num barzinho ótimo, você ia adorar.
- Foda-se.
- Que que é, hein, sua filha da puta? A gente faz tudo por você, todos seus mimos, enfio dinheiro no seu cu todo dia, é 50, 80, 300 reais, a quantia que você pede pra você me tratar assim?
Eu não respondi nada.
- Que caralho você nunca está satisfeita com nada. Eu namoro quem eu quiser, ele é um cara legal e eu estou muito feliz, viu? Estou apaixonada.
- Não está, só quer fazer o papel da adolescente rebelde, sua ridícula, a adolescente da família sou eu, sabe? E eu não sou escrota assim, você podia crescer um pouco, só um pouquinho porque já me deu no saco e ele não é uma boa pessoa, você só é burra e tacanha e quer se convencer que ele é por carência.
- Até parece, né? Que eu estava me jogando no colo de qualquer homem que aparecia, pelo amor de Deus.
- Mas é isso mesmo, o primeiro escroto que apareceu você se abriu toda, você é muito otária. Pra você ter ideia do quanto te repudio até do meu progenitor eu tenho menos repulsa no momento, ele pelo menos gosta de passar tempo com o meu irmão.
- VAI SE FODER! EU GOSTO DE PASSAR TEMPO COM O SEU IRMÃO. E não fale assim do seu pai, ele é só um doente, ele tem uma doença, isso não faz dele um monstro. E que que você quer que eu faça? QUE EU LARGUE A PORRA DA FACULDADE E DO TRABALHO E FIQUE CHOCANDO VOCÊS, É ISSO?
- É, exatamente isso. Aliás, meus parabéns, continue ironizando, deve ser mais fácil ignorar sua omissão, né?
- EU NÃO SOU OMISSA, eu não tenho tempo, puta que pariu. O tempo que eu tenho dedico todo a vocês, levo o menino na manicure comigo..
Eu ri com tanto ódio e tão alto nesse momento que ela parou de falar. - INCRIVEL é que você realmente pensa que cumpre seu papel, incrível que você acha que faz muito mais do que deveria, aliás, acha que faz um favor em passar 10 minutos com seu filho. Ele é SEU FILHO e por mais que eu faça ele sente a porra da sua falta. Sua patética. - PATÉTICA É A PUTA QUE TE PARIU. - Você é a puta que me pariu, otária. - VAI SE FODER! - Você é tão ridícula que não tem argumentos e ao invés de perceber que tem falhas e tentar corrigir, apela pra agressão moral, você me dá pena e é um ótimo exemplo de como não quero ser, obrigada. - O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA? E o que meu namorado tem a ver com isso? - Você está obviamente sendo enganada e está curtindo, mas, parabéns, se você gosta de se foder, em breve conseguirá e MUITO bem. - O que você sabe que eu não sei? - Descubra sozinha! Eu já te disse mil vezes e você não me deu crédito, então descobre sozinha, porque agora eu torço mesmo pra que você se foda e bem fodido, eu vou rir, rir muito e festejar, porque você merece. Ela ficou sem fala, estava completamente descontrolada ofegante e vermelha. - VOCÊ QUER QUE A GENTE SOFRA UM ACIDENTE, NÉ? Já já eu vou ter um enfarto e a culpa vai ser sua! É stress de todos os lados e você não colabora. Eu faço tudo por você, estou sempre te dando dinheiro, te ajudando no que você quer. - Dar dinheiro é ser mãe? Então parabéns, você é a mãezona do ano, aplausos, gente, ela é ótima. - VAI SE FODER! Já já eu morro e você vai ver como vai ser fácil viver sem a PÉSSIMA mãe que você vive dizendo que eu sou. Eu sou uma péssima mãe, não sou? - É sim e gente como você não devia ter o direito de procriar. O resto do caminho nós fomos em silêncio, chegando no restaurante ela me tratou com cordialidade e doçura, na frente dos outros sempre foi um anjo. Entramos no carro de novo e ela comentou como era legal nosso rádio que mostrava o nome das músicas que passavam na rádio, eu permaneci muda. Ela me deixou no lugar que eu precisava ir e quando eu desci do carro disse "Te amo". Eu não respondi nem olhei pra trás.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Raios & trovões ;
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Chumaço de algodão.
Eu, que vivia implorando pra voltar a total ignorância, pra ter tempo de não me instruir nada, pra poder acreditar ainda que o mundo é um morango silvestre, eu, que sempre invejei secretamente as populares do colégio, porque suas maiores preocupações eram se descobririam que ela ficou com o melhor amigo do namorado quando se embebedou naquela festa ou não, eu, nesse exato momento, consegui o meu objetivo e descobri que com ou sem dor, prefiro a dor a chumaços de algodão tomando o lugar do meu cérebro.
Eu não sei como consegui tal proeza, sei que num dia eu podia conversar sobre 90% dos assuntos, a velocidade das minhas sinapses eram incríveis, minha lógica e interpretação de texto estavam ok e eu podia escrever um texto com coerência e, muitas vezes, até interessante ele saia, agora..
Talvez meu pedido desesperado tenha sido atendido, mas, saber que não se sabe é o grande problema. Talvez eu só tenha ficado menos arrogante e descobri que, afinal de contas minhas sinapses não eram tão rápidas assim, mas não acredito, porque nesse caso seria uma nova consciência e não uma dificuldade de processar um legado.
De qualquer forma fica meu aviso. Talvez essa burrice que me toma seja temporária. Talvez não.. De qualquer forma volto com mais notícias quando as tiver.
Atenciosamente, Joarez.