terça-feira, 5 de julho de 2016

Paranoia?

Às vezes, eu sinto, como se estivesse em uma torre.
Começo a ouvir as pessoas lá embaixo, gritando, festejando, comendo e bebendo, fazendo parte de uma grande festa, de uma grande comunidade a qual eu não pertenço.
Eu faço parte, mas não pertenço.
E o meu estômago se embrulha e tudo vai ficando cada vez mais rápido,
eu busco uma sensação familiar, nada, agora não, não estou no clima.
Nem você, não agora.
Suas mãos tremem e você não sabe se o gelo que sente é seu, da morte ou do vento, não se digna nem a tremer, não consegue se chacoalhar pra ver se a sensação melhora.
Fica estática, vira uma pedra.

Mil galhos de árvore acariciam os seus braços, passam por sua pele, rasgam sua pele, rápido, como o fogo.
Você acorda nua no meio de uma floresta que você não conhece, têm animais a sua volta, têm animais te olhando, você se sente uma bruxa, um mago, o louco.

Tudo que anda embaixo de você se esconde no que é oco. No dentro.
É como se fosse uma caixinha de música dentro do meu peito.
A bailarina dança, dança e dança, pra ninguém nunca ver.

A noite está escura, fria e com cantos de louvor entrando pela janela do quarto.
É melhor eu me proteger.

Nenhum comentário: