sábado, 16 de julho de 2016

Cheiro de chuva.

Dizem que vem de uma bactéria.

O cheiro da mudança do tempo eu sempre associei com tudo melhorando.
Cada tempo tem seu cheiro.
Tem cheiro de natal.
Tem cheiro de bruxaria.
Tem cheiro de "devia estar no Porto".
Tem cheiro de quando a gente tá cansado, de quando a gente vai chorar no canto.
Cheiro de cangote de gato, de bebê recém nascido.
É triste como as coisas morrem.
Cheiro de comida quando a gente tá com fome e de doce quando a gente já comeu.

Eventualmente eu tenho umas alergias prolongadas a sabe-se o quê e paro de sentir os cheiros.

Cheiro da praia.
Cheiro de cabelo de cachoeira.

Nada traz umas sensações super pesadas quanto o cheiro, talvez a música.
Tem cheiro de música também.
Quando você sai do banho e passa aquele creminho com cheiro de amor e fica toda se sentindo absolutamente linda por umas 3 horas inteiras.

Você senta pra fazer as coisas e o vento vem te abraçar todo consolador, parece que sabe que você precisa de colo, de ninguém bravo, de carinho e abraço. parece que sabe.

Ultimamente eu tenho achado as comidas todas iguais, é como se eu fosse incapaz de cozinhar além das 5 receitas padrão, uma das quais é miojo.
Parece que até no meu paladar eu tô enlouquecendo.
Vai saber, às vezes tô.

Às vezes eu tô precisando que um gigante me pegue pelo pé e me chacoalhe de cabeça pra baixo.
Acho que seria, no  mínimo, reconfortante. Sem contar a possibilidade de quebrar.
Eu tenho desespero de coisas quebrando, pessoas eu gosto, coisas me desesperam.
Não nasci pra era da obsolência programada.
Não nasci pra era nenhuma.

2 comentários:

Jéssica disse...

podemos trocar receitas e parar de tentar nos encaixar nas eras hahaha :)

Ferdi disse...

É fogo, mas sim haha