quarta-feira, 11 de março de 2009
Desmaiar, celular e desamar.
Eu vou desmaiar em 30 segundos, com certeza e ainda está chovendo, não consigo levantar meus braços e, Holden!
Se bem que desmaiar na chuva não seria má idéia:
- O que você vai fazer hoje de tarde?
- Ah, estava pensando em.. em dar uma desmaiada na chuva e vo..
- Desmaiar na chuva? Sério?
- Bem.. é.
- Poxa, isso parece cem dólares.
- E é.
- Vou pensar sobre isso.. quem sabe dia desses a gente não dá uma desmaiada na chuva juntos?
- Seria genial.
Piscadela, cada um toma seu rumo, o desmaiador pensa:
- Seria genial.
Com os olhos brilhantes. Enquanto que o outro, sorrido abobadamente pensa em voz alta:
- Desmaiar na chuva..
Depois disso o Adam Brody me ligou, pois é, pois é, eu também não acreditei.
Estava no ônibus, em direção a livraria Cultura da Paulista quando "A Lack Of Color" começa a tocar baixinho em algum lugar, meu celular.
Atendo o número estranho, achando que mais uma vez seria o querido que liga e depois de três "Alôs" meus desliga, mas esse número era mesmo estranho e a pessoa não desligou, a ligação era ruim e a língua era outra.
A princípio fiquei "Mas quê?", até porque sempre sempre que ouço Death Cab lembro do meu muso absoluto Adanzinho, como assim ele me liga?
E diz em tom bem humorado:
- Sinceramente, minha férias não estão das melhores. Resolvi ligar pra um número aleatório.
- Mas quê? I mean.. What?
Pois é, minha gente, trocamos e-mail e é claro que eu não acreditei que fosse ele, até vê-lo pela webcam, enfartar e acordar.
Às vezes deixo meus pensamentos livres demais e nem sempre isso é ok. "Enfim.."
Extremamente deprimida (por ter terminado o livro) e incrivelmente apaixonada por Oskar Schell, que é um dos personagens mais *suspiros* de minha vida. É. Pois é.
Então eu chego na minha casa, já completamente deprimida e minha mãe quer ter "uma conversa muito séria comigo", eu com os fones no ouvido finjo que não escutei, conversa muito séria coisa boa não pode ser, mas quando ela disse "sobre seu avô e sua avó" eu continuei sabendo que coisa boa não era, mas não podia deixar de querer saber o que era.
Então ela me contou sobre um telefonema que ela fez pro meu avô, entre todas as coisas mais do que dolorosas que ela disse a que eu não aguentei foi "daí ele disse 'o meu neto.. blá blá blá e a sua filha blá blá blá'", ele se referia aos filhos de mesmo progenitor e mãe, um era neto dele e a outra, no caso eu, que costumava ser sua pupila, até onde eu sabia, era filha dela.
A avó do Oskar jamais se referiria a ele dessa forma.
Então eu corri pro banheiro chorar e minha mãe não entendeu nada, porque depois disso eu não disse mais uma palavra, chorei no banho, que é o melhor lugar de se chorar, fica aí a minha dica, mas sabia que qualquer coisa que eu tentasse falar me faria desabar de choro de novo, então preferi deixar mandar minha mãe com a sensibilidade de elefante dela me mandar para aqueles lugares, ao invés de só compreender e me deixar em paz, não poderia esperar isso dela, não que ela seja má pessoa, enfim..
Não lembro de ter me sentido assim desde a primeira vez que chamei meu progenitor de progenitor. E eu achando que nosso sentimento neta-avô estava a salvo. E eu que não saberia o que fazer se meu irmão me falasse que preferia que eu tivesse morrido no lugar de outro membro da família. E eu que achava que ao menos isso era seguro.
Me pergunto se eu realmente já amei alguém e se as pessoas são realmente capazes de amar e, cada vez mais, acredito que a resposta seja única e objetiva: Não.
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