segunda-feira, 6 de julho de 2009

Adeus às flores. Olá, estrelas.

Eu tenho sempre errado por um.

E ao invés de ajudar, tenho sido a ajudada por amigos.

Tenho andado tão triste, com a cabeça tão baixa, os dentes tão fortes, nos meus braços tão fracos.

Não tenho me animado nem com festas, nem com música, nem com paixão não correspondida.

Tenho chorado pelo meu futuro, que não é futuro, é medo.

Tenho sido constante e agressivamente chicoteada psicologicamente, por quem devia cuidar de mim.

Tenho sido uma péssima e não requisitada companhia, não vejo filmes com amigos, nem rio com eles, meus maxilares há muito não ficam cansados de sorrir.

Tenho chorado de desamor e desesperança, não sou importante pra quase ninguém, nem faço as pessoas sorrirem ou sorrio com todo o coração.

Tenho esperado com paciência qualquer coisa que não chega, tenho sentido saudade até de brigar e fazer as pazes, porque hoje em dia as pazes não são as mesmas, não trazem paz.

Tenho ansiado até por perder a cabeça em qualquer coisa que abomino, qualquer paixão passageira, qualquer coisa que me tire desse fundo escuro e doente.

Tenho ferido com o que não penso e não têm entendido, não estou sendo eu.

Tenho adorado a idéia de uma explosão nuclear, algum ataque terrorista no meu prédio. Morte, tragédia, dor mundial.

Tenho visto a vida passar por cima de mim esmagando minha sombra de alegria inteira.

Eles dizem que eu sou uma pessoa diferente, que eu mudei, que sou pior, menos divertida, dizem que sentem falta da minha outra pessoa, mas ela morreu, eu sinto muito pela perda de vocês e pela minha, eu também sinto falta de ser contente e de acreditar em mim, eu sinto falta de prever um futuro maravilhoso ao invés de imagens grotescas de possíveis formas de não estar mais aqui.

Eu odeio o que me tornei e não duvido que vocês também, não duvido que a amizade de hoje seja compaixão, seja caridade e agradeço, boas pessoas, mas não com ironia, do fundo do meu coração. A possibilidade de conservar amizades mesmo no meu pior estado ainda me dá uma centelha de esperança, mas eu sou realista demais pra chamar de amizade e não fiquem bravos, dó é certa forma de bem querer, então sei que não mentem quando dizem que sou importante.

Sinto que sou um fardo sem utilidade para o mundo e com menos para mim e eu sei que vocês pensam o mesmo, não fazem questão de segredar quando o assunto é esse.

Sei que sou objeto de chacota e não admiração, há muito eu sei, há muito eu sou.

Eu só não sei porquê continuo aqui.

E viva.

Respirando.

Gastando água.

Alimento.

Dinheiro.

Roupas.

Reticências.. ... ... ... ... ... ...

Eu.

Po.

de.

ri.

a.

só.

es.

tar.

mor.

ta.

f

i

m

Mas quantas vezes, covarde que sou, já não decretei o fim sem fazê-lo?

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