sexta-feira, 17 de julho de 2009
Josenilda vai ser vovó.
Hoje eu acordei e minha empregada estava aflita pra desabafar:
- Fernanda, eu tou aqui querendo que você acorde e nada de você acordar, eu querendo que você acorde e nada de você acordar.
Ela me acordou dizendo que o almoço estava pronto e eu me troquei:
- Fernanda, você não sabe, eu vou ser avó!
- Parabéns, a Andressa então..
- Não, a Manu.
E eu fiquei em choque.
A Manuela tem 15 anos, eu vi ela crescer, aliás, crescemos juntas.
Até hoje ela tem uma boneca que eu dei pra ela e foi a maior alegria da vida dela.
Ela vem em casa às vezes e eu gosto dela:
- Como a Manu? Ah, er.. HAHAHAHA, sua monga, sua sem graça.
- Não é piada.
Mas ela estava rindo, rindo de desespero, rindo com lágrimas nos olhos, ela não estava brincando:
- E agora?
- E agora eu vou amá-lo.
- E que você falou pra ela?
- Que ela tinha se ferrado, que ela não ia pra baladinha e nem nada, mas eu vou deixar ela estudar, eu vou cuidar dele enquanto ela está nos cursos dela, agora baladinha nem pensar.
- Você brigou com ela?
- Claro que não.
Ela disse claro que não, como se o natural fosse esse, como se todos mortais tivessem o mesmo bom hábito:
- Que eu faria? Jogar na rua?
- É, todo mundo erra.
- Sim e ela é minha filha que eu amo e agora vou amar meu neto, o pai dela também apoiou e disse que vai ajudar no que puder, mas ela só chora..
- Acredito que sim.
- Me dói o coração ver.
- Tadinha.
- Tadinha mas na hora.. enfim. Ela foi no médico com a Andressa e o doutor perguntou 'Que essa criança tem?' e Andressa respondeu 'Outra criança' e o médico fez assim 'Oh'.
Nessa hora ela fez uma cara de espanto engraçado.
Ela estava rindo de nervoso, mas parecia realmente feliz.
Eu não sei se teria a mesma reação, mas sei que se todos os pais do mundo tivessem, o mesmo seria muito menos problemático, muito menos cheio de complexos, de rejeições, de dores, se todo mundo fosse assim compreensivo não haveria tanto medo, tanta violência e desamor.
Não que eu seja condescendente com a idéia de uma criança engravidar, muito pelo contrário, porém feito, que seja amado.
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2 comentários:
Poutz, que mega situação né?
Nem eu sei o que faria.
É um dos motivos para minha lista "motivos pelos quais nunca terei filhos"
mas se acaso os tiver e eles forem ter filhos quando ainda forem meus filhos sob minha guarda, acho que serei meio Josenilda, só não sei se conseguiria não brigar um pouquinho que fosse a principio. ^^
Até logo menina dos laços de fita.
*não sei porque disse isso, mas é que deu muita vontade.*^^
Jenny bidu, é o que eu tenho a dizer.
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