Eis que um casal senta ao meu lado, um casal bonito, que parecia se dar bem e ressaltou mais do que nunca minha vontade de continuar sempre sozinha nessa questão.
Apesar de invejar o toque de mãos, o olhar de carinho, os abraços.. são as satisfações, as explicações, as tentativas patéticas de causar ciúme e a não-liberdade que me mantêm plenamente confiante.
O anel do meu irmãozinho, que eu achava que ficava perfeito no "seu vizinho", quando dele tirado deixou uma marca, um inchaço, uma dor, quase uma cicatriz, ainda bem que não chegou a tanto. Relacionamentos românticos são como anéis, relacionamentos e anéis.. Deve ser justamente por isso que um é símbolo do outro, deve ser..
Deu vontade de falar que também estou "me sentindo viajante" e que queria brigadeiro, sai da casa da Fê querendo, mas são tudo continuações..
Primeiro filme: Rumba, estou com vontade do meu Talento verde que está me chamando da mochila.
No mínimo do mínimo o filme é sádico. O tempo todo nos faz rir, fato. Mas de coisas tão absurdas que a gente até se sente meio mal. Ótimo, recomendo, mas não pra personas sensíveis demais.
Segundo filme: Um dia de Rainha.
Não entendi a relação do filme com o nome, mas é bem legal anyway. Várias histórias que se entrelaçam, com muita decadência, imoralidade, temas polêmicos e humor francês. Muito bom, recomendo, mas não pra quem está acostumado com romance bobo.
Terceiro filme: Glória ao Cineasta.
Você já assistiu "Glória ao Cineasta"? Como já mencionei eu fui sozinha ao cinema, o que me fez ficar com mais cara de interrogação ainda quando o filme terminou.
O garoto que se comunicou comigo durante o filme era tão ou mais tímido que eu e quando o filme acabou eu não tive coragem de perguntar o que ele tinha achado. Ele era bonito.
Fiquei sem saber se achei a pior idiotice do mundo ou se achei deveras engraçado, eu realmente não sei. Sério. E só recomendo pra se algum de vocês for mais esperto [?] me explicar depois.
Sai da sala com cara de interrogação e assim permaneço até o presente momento.
O relógio aqui do meu lado diz que agora são exatamente 6:22 da manhã e está fazendo 18 graus, 1 grau a mais do que considero a temperatura ideal, não está mais escuro, mas a claridade ainda não me incomoda.
Eu queria escrever, mas não queria sentar no meio daquele monte de gente e escrever. Daí deixei pra lá, ia pegar o metrô consolação mesmo, mas quando fui descer as escadas três meninos bêbados (um deles quase perdendo os sentidos) também o estavam fazendo, aproveitando que a Paulista é um lugar plano e está frio resolvi andar um pouco mais e vir escrever debaixo do MASP, gosto de ficar aqui, apesar de ter uma goteira pingando do meu lado.
O energético que eles forneceram deve ser mesmo muito potente porque meu dia foi bem longo, minha madrugada mais ainda e não tenho a mínima vontade de rumar pra casa e repor minhas energias pra amostra, talvez porque ela seja só de noite, o que me dá o dia inteiro pra dormir.
No meio do sorteio tinha uma camiseta do Laranja Mecânica, a mais diferente e absurdamente linda que eu já vi, cobicei ela muito, não ganhei. Só ganhei a lembrança daquele olhar de criança no meio da multidão, a menininha devia ter a idade do meu irmão. Nunca vi olhos mais expressivos, nem os olhinhos dourados são assim, é como se a maquiagem do Alex fosse natural daquela face, daquela fração de segundos que vi aquele olhar.
Tive vontade de fotografar e levar pra vida, levarei, só no campo da memória mas não acredito que possa vir a esquecer disso. Imagino como era o todo da criança, já que, incrível que pareça só vi olhos. Só olhos.
Ou será que eles são tão encantadores que o "resto" dela se faz invisível?
Será que só se pode notar os olhos?
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