sábado, 30 de maio de 2009
E eu vou.
Assim, assim, andando pra lá e pra cá, meio perdida, meio acompanhada, eu não me sinto sozinha, não me sinto olhada.
Sou uma espécie de espectro que ronda e não sente, assim, assim..
Eu sento de um jeito só meu, sou um espectro único, eu me contorço e me mostro bailarina.
Depois mais tarde eu tomo um chá.
Visito amigos imaginários, em ruas imaginárias de lugares inexistentes.
Então eu grito de brincadeira, faço chorar por amor, os soluços me enchem de uma doentia alegria de importância.
"Não quebre a casa, por favor", ele chorava.
E acidentalmente eu quebrei e minha cena fechou perfeita com o estardalhaço dos potes se quebrando, espectro que sou não teria coragem de quebrar tudo por querer.
Eu gritei e gritei, inventei frases sem sentido e fingi perder a sanidade.
Em situações limítrofes a gente mostra o que é. Ou no tédio.
Tédio. Té. Di. O.
Tédi, oh.
O, Tédi.
Tedy, oi!
Eu posso fazer absolutamente tudo que quiser, sou tão viva que só existo dentro de você.
Seu choro e seu ódio, seu mais profundo suspiro piegas, eu sou uma pétala de rosa estourada por um menino travesso, porém sensível, depois de uma bronca não merecida.
Sou eu que abraço ele todas as noites quando ele chora de solidão.
Sou eu que vou ao seu encontro quando ele joga um vaso na parede e grita que quer ficar sozinho.
Eu faço ele escrever e ele nem percebe.
Então eu vou, com um bocado de folhas que voam eu vou junto.
Vou e carrego tua vida comigo, eu vou embora e minha não-existência faz você apenas existir.
Então eu tiro um cigarro do bolso, jogo água fervendo na cara de alguém desagradável, depois dou meia volta e abraço aquela árvore.
Você não entende como eu vou, espectro que sou.
E se entendesse seria burro, não tente, eu sou absolutamente indecifrável.. e eu vou!
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4 comentários:
Espero nunca ser desagradável
Fiquei um tanto perplexa.
A princípio tinha quase certeza de que se tratava de um anãozinho, que tem olhos muito brilhantes, que mora aí na sua casa.
Mas essa coisa toda de um espectro patronum abraçando a árvore, pegando cigarros e água quente na cara de alguem, fez toda a minha teoria cair por terra.
O que faz a sua última frase ter todo o sentido... você é indecifrável! Mas de um jeito 100% lindo e jóia, é sempre válido lembrar.
Amo-te, Ferdinoca.
beijos
gostaria de ser um desses seus amigos imaginários, e receber visitas suas sempre.
Esperamos.
E que bom que você pensa assim, minha pequenina.
Penso o mesmo sobre a parte do jeito lindo e jóia, ok. *-*
Também te amo um bocado, você sabe..
Mas sabe que eu sempre tenho amigos imaginários criados a partir de anônimos do blog?
Sério mesmo.
Quem sabe não és um deles.. ?
Quem sabe..
98 beijos pra cada.
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