sábado, 7 de fevereiro de 2009

Casamento cigano e amigo imaginário.

Certo dia minha mãe veio me contar que quando eu era bebê, ela fez amizade com uma famosa astróloga, astróloga essa que tinha um bebê também, mazomenos da minha idade. Ela me contou também que pelos dois bebês serem tão fofos, belos e se darem tão bem, elas resolveram nos casar ciganamente. Muito bem, o nome do meu noivo[?] é Vitor, nossas mães nos casaram e perderam o contato, ok. Eu não o conheço e provavelmente nunca virei a onhecê-lo, mas quando ela contou (há uns anos atrás) eu realmente fiquei mais sonhadora que o normal. Entãi uma de minhas tias foi pra ticamente obrigada a tomar uma atitude: - Flora, desmente o negócio do casamento. - Por quê? É verdade, ué. - Você quer que ela fique solteira pra sempre? - Não, mas.. - Se você não desmentir ela vai viver mais no mundo da lua ainda, procurando por esse tal de Vitor que a gente não tem noção do paradeiro e não vai olhar pra ninguém mais. Quer que ela morra solteira? - Ai, é mesmo, do jeito que ela é.. Dez minutos depois minha mãe entra no quarto: - Fê? Paro de digitar, sabendo o que viria a seguir e respondo com impaciência: - Que é? - Sabe aquele negócio de casamento cigano? - Sei. - É mentira, eu estava brincando com você. - Acredito. - Ah, que bom, porque era realmente brincadeira. - Aham e eu realmente acredito. A história do amigo imaginário é a seguinte: Desde meus sete anos (linda idade, quando eu descobri o que fez certa grande época da minha vida ser um inferno) tenho um amigo imaginário. A primeira vez que ele apareceu pra mim era pequenino, magricela, grandes cílios e parecia um fantasma, era preto e branco, usava suspensório e tinha um sorriso engraço, eu sempre achei que ele estivesse morto, mas não.. Eu fui conhecendo ele durante todos esses anos de convivência, bem, há quem não acredite e me ache bizarra por manter um amigo assim, mas ele sempre se faz necessário, ele é a única "pessoa" que eu "preciso". Digo, ele nunca me negou um ombro amigo, um conselho ou bronca, quando precisei, sempre pude contar com ele. Esse foi crescendo comigo e coisa e tal, mas o texto não é pra falar exatamente dele, é pra falar que desde os sete anos eu tenho esse amigo e o nome dele é Vitor. E sabe com quantos anos minha mãe me revelou o suposto casamento cigano? Treze. Na época tive certeza que o "homem da minha vida" era o Vitor que eu supostamente estava prometida. Quando me dei conta da coincidência entrei em parafuso e só pensava nesse cara que eu imagino ser igual meu amigo imaginário. Depois de uns tempos passou, enfim.. A questão é que hoje isso me é motivo de grandes gargalhadas, mas a parte que mais me faz rir é a da conversa entre minha tia e minha mãe. E o mais engraçado ainda é que mãe (e minhas tias) continua(m) não querendo filha (e sobrinha) solteira, então, na cabeça dela(s), seja com Vitor, Paulo ou qualquer outra coisa, um dia eu tenho que arranjar alguém, me casar e dar netinhos (e sobrinhos netos) a ela(s). Eu realmente lamento que ela(s) ainda alimente(m) esperanças.

2 comentários:

Demétrius Daffara disse...

Na adaptação de O ILuminado, não a do Kubrick mas uma mais recente feita na década de 90 e supostamente mais fiel, o amigo imaginário do menininho, o Danny, no final do filme revela ser o Danny do futuro.

A questão é: Por que não?

Aliás, adorei o último parágrafo.

Ferdi disse...

Pois é, por que não?
Quem sabe um dia não me encontre com o Vitor e ele venha mesmo a ser um grande amigo?
Aliás, espero.